ADR (American Depositary Receipt)

ADR, ou recibos depositários de ações, é um ativo negociado em dólar nos Estados Unidos, mas emitido em outros países.

Um exemplo é o caso das ações da Petrobras, que são emitidas no Brasil, mas negociadas via ADRs na Bolsa de Nova York. Para viabilizar a operação, um banco compra ações da Petrobras no Brasil, as deixa sob sua custódia e vende recibos referente a estes papéis nos EUA. O mesmo acontece com ações de diversos países, especialmente os da Europa e os da Ásia. O ADR facilita a diversificação de investimentos no exterior, pois torna acessível o aporte em companhias estrangeiras para quem tem conta nos EUA. Sua aquisição é semelhante à de ações, via corretora.   

Outro exemplo: com este recibo, os investidores brasileiros com conta em corretoras americanas podem comprar um ADR da chinesa Tencent, negociada na Bolsa de Hong Kong. Os brasileiros não teriam acesso a este papel se não fosse assim, já que não se negocia na bolsa de valores daqui. 

Para as empresas, o ADR pode ser uma forma mais simples e barata de captar recursos no exterior do que via oferta de ações fora do país sede.  

O ADR também distribui dividendos, mas, muitas vezes, eles são menores dos que os pagos diretamente aos acionistas no país de origem do papel. Isso porque o banco responsável pelos recibos pode abater dos dividendos uma taxa de custódia dos ADRs.  

Há três níveis de ADRs: 

  1. ADR nível 1: papel negociado apenas no mercado de balcão  
  1. ADR nível 2: é comercializado em Bolsa com lastro em ações já emitidas anteriormente 
  1. ADR nível 3: também é negociado em Bolsa, mas requer a emissão de novas ações 

Como tudo começou  

Os ADRs surgiram nos EUA nos anos 1920 para facilitar a compra de ações no exterior. O primeiro ADR foi da Selfridges, uma rede de lojas de departamento inglesa, em 1927.  

Existem mais de 2.000 ADRs em pelo menos 70 países, de acordo com a SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, na sigla em inglês). Apenas do Brasil, são cerca de 30. 

Três fatos curiosos sobre o ADR: 

  1. Os papéis mais negociados 

Dentre os recibos mais negociados estão os do grupo Alibaba, a montadora chinesa NIO, a fabricante de semicondutores Taiwan Semiconductor Manufacturing Company, as gigantes chinesas de ecommerce JD.Com e Pinduoduo, o buscador chinês Baidu, a finlandesa Nokia, o conglomerado farmacêutico anglo-sueco AstraZeneca, o site chinês de compartilhamento de vídeo da Bilibili e a fabricante holandesa de sistemas de litografia para a indústria de semicondutores ASML. 

  1. GDR: muito além do mercado americano  

Para negociar ações estrangeiras em outros mercados além do americano, o investidor pode usar um mecanismo semelhante ao ADR: o GDR (Recibo Depositário Global, na sigla em inglês). Uma mesma custódia pode negociar este recibo em dois ou mais mercados. Geralmente, usam-nos para comercializar papéis nos EUA e na Europa. 

  1. O índice dos ADRs brasileiros  

Existem alguns índices que acompanham o desempenho dos ADRs brasileiros, como o Dow Jones Brazil Titans 20 ADR Index. Ele é composto pelos 20 maiores e mais líquidos ADRs do Brasil negociados nos EUA com base em capitalização de mercado com ajuste em função de quantidade negociável. Entre os mais populares estão os da Vale e os da Petrobras.  

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