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Novo fundo de agronegócios chega à Bolsa; você conhece o Fiagro?
- Antes de investir, avalie o gestor, conheça a instituição para a qual ele trabalha, seu histórico e experiência
- Analise se sua estratégia de investimento é compatível com as características do fundo
As cotas do primeiro Fundo de Investimento nas Cadeias Agroindustriais (Fiagro) da gestora independente Devant começaram a ser negociadas na Bolsa brasileira. Criados em março do ano passado, esses fundos dão acesso a pessoas físicas a ativos do agronegócio, como atividades da produção, imóveis ou títulos do setor. Atualmente, há 18 Fiagros disponíveis na B3.
Com o código DCRA11, a cota do novo produto custa a partir de R$ 10. O fundo aloca o dinheiro apenas em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), títulos de renda fixa emitidos para financiar atividades do agronegócio, dado que a empresa é especialista em crédito privado. O Fiagro aplica em até 20 papéis atrelados a grandes companhias, com risco de crédito mais baixo, de diferentes segmentos, como energia, fibra e grãos.
Fiagros podem ganhar mais espaço do que os CRIs?
Assim como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que são títulos de renda fixa emitidos para financiar atividades do mercado imobiliário, vêm ganhando espaço na carteira das pessoas físicas por meio dos fundos imobiliários que compram esses papéis, a expectativa da gestora é que aconteça o mesmo com os CRAs, via Fiagros.
A Devant espera que os CRAs ganhem espaço mais rapidamente do que os CRIs, já que o setor de agronegócio é maior e os Fiagros de CRAs são bem parecidos com os fundos imobiliários de CRIS, com os quais os investidores já estão familiarizados.
Atualmente, o agronegócio representa 27% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. “Dado o tamanho desse setor no Brasil e pelo mercado de Fiagros ainda ser jovem, apostamos no apetite dos investidores por essa modalidade de ativo”, afirma Bruno Eiras, sócio-fundador e diretor de gestão da empresa.
O que são os Fiagros?
O produto é de renda variável, mas recheado de renda fixa, o que o torna menos volátil do que as ações, por exemplo. Assim, investidores de todos os perfis podem investir, adequando a parcela da carteira conforme o seu apetite a risco. O foco deve ser deixar o dinheiro alocado por, no mínimo, seis meses.
Os dividendos são distribuídos mensalmente e são isentos de Imposto de Renda. “É aquele investimento para ter renda extra com boa previsibilidade, bem parecido com fundo imobiliário“, diz o executivo. O fundo cobra taxa de administração e gestão de 1% ao ano e de performance de 10% sobre o que exceder o CDI. A ideia é bater CDI mais 3,5% ao ano.
Antes de começar a ser negociado na bolsa, o Fiagro da gestora captou R$ 70 milhões de 2.405 investidores. O Banco Daycoval é o responsável pela administração do produto. Atualmente, a Devant tem R$ 1,8 bilhão de ativos sob gestão, 100 mil cotistas e 7 fundos.
O que levar em consideração para investir em um Fiagro?
- Veja se sua estratégia de investimento é compatível com as características do fundo. Ele é um investimento em renda variável negociado na Bolsa de Valores. Ou seja, é voltado para aqueles que têm mais apetite ao risco e que pensam no médio ou longo prazo;
- Estude sobre o tema;
- Avalie os gestores disponíveis no mercado. Conheça a instituição para a qual ele trabalha, seu histórico e a experiência no segmento;
- Entenda a estratégia do fundo e a composição do portfólio;
- Saiba que, assim como fundos imobiliários, os Fiagros também podem sofrer interferências externas.
Com reportagem do Valor Investe
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