Presidente da Embraer (EMBR3): ‘Nossos aviões são adquiridos principalmente por estrangeiros’

Francisco Gomes Neto defendeu que apoio estratégico do governo é fundamental para a fabricante de aeronaves abrir novos mercados

O apoio estratégico do governo federal é fundamental para abrir novos mercados para a Embraer (EMBR3), segundo o presidente da fabricante de aviões, Francisco Gomes Neto.

“Nosso reconhecimento está associado ao desenvolvimento do Brasil”, afirmou durante evento promovido na sede da Embraer nesta sexta-feira para anunciar a entrega de 13 aeronaves para a Azul (AZUL4).

Ao defender a parceira entre o público e o privado no setor, o executivo ressaltou ainda que o mercado de fabricação de aeronaves é muito pouco competitivo, na medida em que os dois outros maiores nomes do mercado (Airbus e Boeing) são quase 10 vezes maiores do que a brasileira.

Produção nacional

Segundo Gomes Neto, a Azul é a única aérea brasileira a comprar aviões da Embraer (EMBR3). “Nossos aviões são adquiridos principalmente por estrangeiros”, afirmou.

Na mesma linha, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse que somente 12% dos aviões da aviação brasileira são da Embraer.

Ele destacou a necessidade de fomentar a produção nacional e a aviação como um todo.

“Não tenho dúvida de que, nesse governo, chegaremos a mais de 140 milhões de passageiros por ano”, complementou.

Lula quer mais voos regionais

Já o presidente Lula defendeu a ampliação dos voos regionais pelo Brasil como forma de incentivar o turismo nacional. Na avaliação de Lula, tanto o governo como os empresários têm culpa e, para isso, precisam mudar o discurso e incentivar o turismo interno.

“O Brasil tem quase 6 mil municípios, 27 capitais, cidades de 200 mil habitantes, 250 mil habitantes, 300 mil habitantes. A gente precisa ter voos regionais como tem no mundo inteiro para voar internamente.”

“Nossos companheiros do Turismo, Marcelo Freixo, presidente da Embratur, a gente precisa intermediar um pouco”, disse Lula, no evento de entrega de aviões da Embraer à Azul.

“Em vez de a gente querer viajar para ver o museu do Louvre, em Paris, para Disney, que é muito importante, era preciso que o povo conhecesse o Brasil”, defendeu o petista.

Na avaliação do chefe do Executivo, tanto o governo como os empresários têm culpa por não despertarem na população a importância econômica de viajar pelo país.

Para Lula, é preciso mudar os discursos da Embratur, da Gol, da Embraer, dos ministérios da Fazenda e do Turismo, além do próprio presidente da República, “e fazer um novo aprendizado sobre o Brasil”.

‘Muito ruim a frota’

Lula reclamou da qualidade da frota de aviões. Segundo ele, é preciso trabalhar “para que a Gol volte a comprar avião da Embraer, para que a Latam volte a comprar da Embraer, para que o governo volte a comprar avião para renovar a frota”.

“Está muito ruim a frota, cara, precisamos comprar mais”, lamentou o chefe do Executivo. De acordo com Lula, “se Haddad ajudar, podemos comprar mais aviões”.

O presidente também aproveitou a fala para lamentar a saída de engenheiros do Brasil, após o país investir na formação dos profissionais. Em sua visão, é preciso discutir a situação, pois “não é honesto roubar nossos engenheiros sem ter gastado um centavo para formá-los”.

Com informações do Estadão Conteúdo