Sexta-feira, 13: afinal existe azar no mundo dos investimentos?
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Há uma série de fatores em cada decisão que você, o gestor, o assessor de investimento, o analista CNPI e o gerente do banco tomam
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Você só precisa acertar mais do que errar</p>
Sexta-feira, 13, é apenas uma data no calendário e não afeta investimentos. Investir não é apostar, mas sim uma estratégia baseada em análise e conhecimento. Evite a ganância e busque educação financeira para tomar decisões informadas e racionais.
Toda sexta-feira (13), como hoje, é a mesma coisa: esta é a data dos horrores, dos azares. Ninguém sabe ao certo como a lenda começou, mas parece que foi derivada da mitologia nórdica, com bruxas amaldiçoando festas para as quais elas não foram convidadas e – pá – o azar assolou o dia.
Mas isso vale para os investimentos? Não, e eu posso provar. Vamos lá:
Investimento não é um jogo
Diante de tantas opções de ativos para investir, você pode até se sentir num cassino, com as luzes e cores da roleta, poker, blackjack, slot machines, numa sala fechada e sem janelas.
Por outro lado, no mundo dos investimentos, você tem BDRs, ADRs, títulos públicos, títulos privados, ações, contratos futuros, criptomoedas, papéis do agronegócios, ativos ESG… A lista é enorme e não há sexta-feira, 13, que dê jeito.
Mas veja: em um cassino, você leva dinheiro e, dependendo do jogo, pode até ter um estratégia, senta no banco e joga os dados. Ganhar ou perder é uma questão de sorte, neste caso.
Com dinheiro, não basta ter só dinheiro. Primeiro, você precisa saber qual é o seu perfil de investidor (conservador? Moderado? Arrojado?).
Depois, deve conhecer os ativos no mercado. Não precisa ser todos, mas deve saber pelo menos que eles são divididos em classes, que são: a renda fixa e a variável e levantar os principais produtos em cada uma delas.
Você também precisa ter claro o objetivo do seu investimento, qual é seu prazo para o resgate e quanto você topa perder.
Quando esses dois lados (você e os ativos) dão “match”, seu bolso tem mais chance de sucesso, dentro do que você estipulou.
Investir não é apostar…
Erroneamente, muitos textos e profissionais do mercado financeiro se referem aos investimentos como “apostas”.
O verbo “apostar” vem do latim “apponere”, que significa “colocar” ou até mesmo “arriscar” e, nesse caso, vale tudo, inclusive dinheiro.
Por isso que, sempre que você lê o verbo “apostar” atribuído a um investimento, você fica induzindo a achar que, de fato, pode contar com a sorte ou ser vítima do azar.
Veja esta frase: “Gestor aposta na queda do dólar e recomenda a compra da moeda”. Agora acompanhe um jeito mais correto de explicar a mesma coisa: “Depois de analisar diversos cenários e fazer projeções, gestor aponta para a queda do dólar e recomenda a compra da moeda”.
Percebe a sutileza? Não existe mágica. Existe análise.
… mas colocar dinheiro em bets é apostar
Porém, os jogos online, também conhecidos como bets, é sim uma aposta. São até chamados de jogos de azar. Ou uma eterna sexta-feira, 13.
Para além da polêmica sobre se esses games são viciados ou não, você deve ter clareza que, no limite, dar seu dinheiro para um bet é saber que dificilmente você terá retorno sobre ele.
Se tiver, vai ser algo aleatório, sem estratégia definida. É um jogo.
A sorte não existe. Pelo menos no mundo dos investimentos
Sabe por que a sorte não existe, pelo menos não nas finanças? E que sexta-feira, 13, portanto, é só uma data no calendário? Porque há uma série de fatores por traz de cada decisão que você, o gestor do seu fundo, o assessor de investimento, o analista CNPI e o gerente do banco tomam.
“Não se pode contar com a sorte quando o assunto é dinheiro, investimento ou o futuro financeiro da sua vida. Existe sempre um fundamento em cada decisão”, afirma Renato Breia, sócio-fundador da casa de análise Nord Research.
Existem estratégias para lidar com o dinheiro
Vamos analisar o que vem acontecendo com as criptomoedas. A cotação do bitcoin andou de lado em 2024, até que Donald Trump foi anunciado como novo presidente dos Estados Unidos a partir de 2025.
De lá para cá, o que se viu foi a ascensão do bitcoin, que chegou a bater em US$ 100 mil.
Mas já mostramos aqui na Inteligência Financeira que existem motivos que que levam uma cripto a cair. Depois de ler este texto, você vai perceber que todas as teses têm uma sólida argumentação e que não há espaço para um sétimo motivo, que seria o azar.
Por quê? Porque há diversas formas de você investir estrategica, racional e assertivamente.
Como? “Tendo uma boa educação financeira, conhecendo os mercados onde se está investindo, entendendo os cenários econômicos e sabendo o que fazer durante um cenário ruim e nas horas boas”, diz Renato. Nada disso depende de questões aleatórias.
Não acredite em milagres no mundo das finanças
Vira e mexe aparece alguém falando que com o mínimo de esforço teve o máximo de lucro. De duas uma: ou a pessoa está mentindo ou ela foi num efeito manada atrás de um ativo da moda, que logo despenca.
Ou é até ambos itens juntos. Sabe por quê? “Porque para ter sucesso no portfolio de investimentos depende apenas de você fazer boas alocações”, diz Renato.
Muitos gestores vão além e levam como lema a seguinte ideia: “Eu só preciso acertar mais vezes do que erro”.
Porque ninguém está livre de perder dinheiro, nem mesmo os profissionais do mercado financeiro. Os cenários mudam, ainda mais em um país imprevisível como o Brasil.
O problema não é o azar, é a ganância
Aqui chegamos em um ponto que você tem que reconhecer que, uns podem ter mais, outros menos, mas todos temos: ganância.
Aquela ambição que te cega e você não enxerga riscos óbvios. Renato lembra que muita gente só quer saber quanto vai ganhar em um investimento.
Mas veja: até a renda fixa, que nem é tão fixa, tem seus riscos.
Não ter conhecimento de quanto se pode perder é falta de informação financeira.
O insider information que ninguém te conta
Digamos que você assistiu uma palestra ou viu um depoimento de um investidor ou de uma investidora que teve grande sucesso financeiro.
Daqueles que fizeram dinheiro do nada e em pouco tempo têm carrão, casão, faz grandes viagens, não repete roupa, o dente é novo, enfim.
De novo, de duas, uma: ou essa pessoa está mentindo ou de fato cresceu às custas de informações que você nem mais ninguém tem, a tal da informação privilegiada, chamada no mercado de “insider information”.
Que, aliás, é classificado como crime pela CVM, tanto para quem dá quanto para quem recebe.
Então, mais uma vez, desconfie de milagres. De caminhos fáceis. De métodos arrebatadores. Ganhar dinheiro exige estratégia, sangue frio, pensamento no longo prazo.
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