Investimentos mais procurados: com juros altos, renda fixa segue liderando

Dos 10 ativos mais buscados, os 4 primeiros são de renda fixa

Ainda que existam discussões no governo sobre a possibilidade de queda na Selic, não há nada de concreto que aponte para juros muito menores no curto prazo.

Assim, 2023 segue se mostrando como mais um “ano da renda fixa”. E isso se reflete na lista dos investimentos mais procurados pelos brasileiros, segundo levantamento feito pela plataforma Yubb.

A pesquisa mostrou que em fevereiro (mês em que a bolsa brasileira caiu 7,5%), os ativos mais procurados foram os de renda fixa. Afinal, como muitos investimentos dessa classe têm suas remunerações atreladas à Selic, quando os juros estão na casa dos dois dígitos, a atratividade deles fica maior.

CDBs

Segundo o levantamento, os campeões continuam sendo os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), assim como em dezembro e janeiro. Esses ativos funcionam como um empréstimo do investidor ao banco emissor daquele papel.

Sua rentabilidade mais comum é atrelada ao rendimento do CDI (Certificado Depósito Interbancário, taxa que segue de perto a Selic). Os bancos maiores e mais tradicionais normalmente oferecem remuneração abaixo ou no máximo igual ao 100% do CDI para produtos com liquidez, por terem menor risco. Já os bancos pequenos e médios podem pagar até mais de 120% do CDI. Essa rentabilidade é pré-determinada, ou seja, você sabe o tamanho da parcela que receberá sobre o CDI no momento em que investir.

LCIs e LCAs

Em seguida, apareceram as letras de crédito imobiliário (LCIs) e as letras de crédito do agronegócio (LCAs), que subiram de colocação após ocuparem a quarta posição em janeiro.

Esses investimentos são títulos de crédito emitidos por instituições financeiras para financiar atividades do setor imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA).

Para o investidor, eles também funcionam de forma semelhante a um CDB, com a diferença de serem isentos de Imposto de Renda e normalmente terem um prazo mínimo de carência, sem possibilidade de resgate.

Tesouro Direto

Se por um lado as LCIs e LCAs subiram de colocação, por outro os títulos públicos negociados pelo Tesouro Direto caíram. Após ocuparem o segundo lugar em janeiro, eles passaram a ser os terceiros mais buscados na plataforma.

Eles são papéis de dívida emitidos pelo governo para financiar suas atividades. Portanto, eles funcionam como um empréstimo do investidor ao governo brasileiro, que vai devolver o valor no futuro, acrescido de juros.

Os títulos podem ser prefixados (em que o rendimento nominal já é determinado na hora da compra), pós-fixados (em que o retorno é atrelado à Selic, seja ela qual for) ou híbrido, com uma parcela pós-fixado indexado ao IPCA (no qual o rendimento acompanha a variação da inflação) mais um componente de juro real fixo.

Recentemente, o Tesouro lançou um novo tipo de título, o Renda+, voltado para quem tem o objetivo de se aposentar com o valor investido nele.

LCs e RDBs

As letras de câmbio (LCs) e os Recibos de Depósito Bancário (RDBs) caíram da terceira para a quarta posição em fevereiro, fazendo o caminho inverso de janeiro.

Esses ativos também são parecidos com CDBs, mas emitidos por instituições financeiras que não são bancos tradicionais, e normalmente não dão liquidez antes do vencimento. Portanto, o investidor precisa esperar finalizar o prazo para ter seu dinheiro de volta.

Fundos de ações

Os primeiros ativos de renda variável a aparecer na lista são os fundos de ações, que saíram da sétima para a quinta colocação.

Como o próprio nome sugere, esses fundos têm a maior parte de sua “cesta” composta por ações escolhidas por aquele gestor.

Debêntures

As debêntures ganharam destaque no mês de janeiro por conta da “novela” envolvendo a Americanas, o que fez esses papéis saírem de 10ª colocação para a quinta. Em fevereiro, no entanto, esses papéis caíram para a sexta posição entre os 10 mais procurados.

Para quem não se lembra, a Americanas divulgou, no dia 11 de janeiro, que encontrou “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões em seus números. O fato abalou todo o mercado e, com isso, as debêntures da empresa passaram a ser negociadas a 50% do valor no mercado secundário.

Esse tipo de investimento de renda fixa funciona como um “empréstimo” do investidor para empresas. Nele, uma companhia que precisa levantar dinheiro para alguma finalidade (como o investimento em novas fábricas, lançamentos de produtos e etc) emite títulos de dívidas que são oferecidos a investidores por meio de bancos e corretoras. Assim, na prática, quem os compra está emprestando dinheiro para aquela companhia, com a promessa de receber o valor acrescido de juros ao final do prazo determinado.

Fundos multimercados

Os fundos multimercados ocupam a sétima colocação em fevereiro, uma abaixo da posição que eles estavam em janeiro.

Esses produtos são como uma “cesta de ativos” escolhidos por um gestor. Nessa cesta, entram diferentes tipos de investimentos, que podem ou não ser da mesma classe. Pode haver dentro daquele pacote ações, títulos públicos, dólar, juros, contratos de juros etc.

Fundos imobiliários (FIIs)

Assim como em janeiro, os fundos imobiliários (FIIs) ocuparam a oitava posição em fevereiro. Esses ativos funcionam como uma espécie de “condomínio” de investidores. Eles reúnem seus recursos para aplicar, juntos, no mercado imobiliário.

O dinheiro pode ser usado na construção ou compra de imóveis, que depois serão alugados ou arrendados e os ganhos obtidos nisso são divididos entre aqueles investidores, respeitando a proporção que cada investidor aplicou. Esses são chamados “fundos de tijolo”.

Há um outro tipo em que o dinheiro é aplicado em títulos ligados ao mercado imobiliário, como Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Letras Hipotecárias (LHs), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) ou até mesmo em cotas de outros fundos imobiliários. Esses tipos são chamados de “fundos de papel”.

Ações

As ações negociadas na bolsa de valores subiram da 10ª colocação para a nona no mês de fevereiro.

Fundos de índices (ETFs)

Ao contrário das ações, os fundos de índices (também chamados de ETFs) saíram da nona para a 10ª posição em fevereiro.

Esses ativos são fundos de gestão passiva que replicam índices de ações ou de renda fixa e são negociados por meio do home broker da corretora. Como acompanham esses índices “já prontos” (e, por isso, os gestores têm menos trabalho) eles costumam ter baixa taxa de administração.