Quanto rende o CDI? E o que significa ‘render 100% do CDI’?

Entenda o que é o Certificado de Depósito Interbancário e como ele influencia seus investimentos

Você já deve ter se deparado com aplicações que rendem 100% do CDI – um pouco mais ou um pouco menos. Mas você já se perguntou quanto rende o CDI, no final das contas? Aliás, mais do que isso: o que é o CDI e o que significam essas três letras?

Com mais uma queda da taxa Selic para 12,75% ao ano, a expectativa é que o CDI passe a render em torno de 12,65% ao ano. “Uma média de 0,10 a menos do que a Selic”, explica Daniel Bergmann, professor da FIA Business School, para a Inteligência Financeira.

Para responder mais dúvidas, contamos com a ajuda de Ariane Benedito, economista especialista em mercado de capitais.

O que é o CDI?

Famosa no mercado de renda fixa, a sigla CDI significa Certificado de Depósito Interbancário.

“É um título de curtíssimo prazo emitido por bancos que se assemelha ao CDB, que é Certificado de Depósito Bancário”, explica Ariane Benedito, economista especialista em mercado de capitais.

Qual é a diferença entre CDI e CDB?

É comum que muita gente confunda essas duas siglas. O CDI é o Certificado de Depósito Interbancário. O CDB, por sua vez, é o Certificado de Depósito Bancário.

Na prática, a diferença entre os dois é que o CDI não é oferecido aos investidores, enquanto o CDB pode ser utilizado em negociações entre bancos e pessoas físicas ou empresas.

“Apenas instituições bancárias utilizam o CDI para captar recursos”, acrescenta.

Essa captação ocorre porque, no sistema financeiro nacional, uma regra determina que os bancos têm de fechar no positivo todos os dias.

“Ou seja, o banco que não conseguir captar em saques o suficiente para cumprir com as saídas do dia precisa emprestar dinheiro de outro banco”, afirma.

E onde o CDI entra nessa história? Resumidamente, a taxa de juros que um banco cobra para empresar recursos a outro banco é a taxa DI.

“Ou seja, o CDI é um instrumento de captação entre os bancos que auxilia a relação bancária”, explica Ariane.

Como se calcula a taxa DI?

A taxa do CDI mensal é calculada pela média da taxas DI praticada entre os bancos no período.

A taxa anual segue a mesma lógica. Ela é a média dos últimos 12 meses.  

Você pode consultar a taxa DI no site da B3.

E, atenção, investidores: normalmente, a taxa DI caminha lado a lado da Selic. Por quê? Porque os empréstimos entre bancos feitos por CDI têm a Selic como referência. Assim, mesmo que as duas taxas não sejam iguais, elas são bem próximas.

Por que o CDI influencia os investimentos?

Essa é uma boa pergunta. Afinal, se o CDI é praticado apenas entre bancos, por que ele influencia investimentos de renda fixa, por exemplo?

“Isso acontece porque a média mensal da taxa cobrada no CDI forma o benchmark do mercado para renda fixa”, esclarece a especialista.

E o que isso quer dizer? “Significa que para entender se um produto de renda fixa é rentável ou não, nós usamos um balizador”, diz ela. “E esse balizador é o CDI”, afirma.

O que significa rendimento de 100% do CDI?

Quando buscamos um título de renda fixa, podemos comprar produtos que remuneram 100% do CDI, 110% do CDI ou 90% do CDI, por exemplo.

Em outras palavras, isso significa que vários títulos de renda fixa utilizam a taxa DI como referência para o seu rendimento.

Vamos supor que, nos últimos 12 meses, o CDI tenha ficado em 13%.

Isso quer dizer que se há 12 meses o investidor tivesse comprado um título de renda fixa (CDB, por exemplo) atrelado a uma taxa de 100% do CDI, ele teria agora rentabilidade bruta de 13%.

Agora vamos supor que o título pagasse 110% do CDI em 12 meses.

“Usando novamente o exemplo de CDI de 13%, o investidor obteria uma rentabilidade bruta de 13% (100%) + 1,3% (10%)”, calcula.

Ou seja, o investidor teria rentabilidade bruta de 14,3% (110%). É essa a lógica.

“Vale dizer novamente que CDI não é o investimento, CDI é o benchmark do investimento de renda fixa”, ressalta a especialista.

Especial quanto rende

Para você que quer saber o retorno financeiro de diversos valores em ativos financeiros diferentes, confira só os nossos conteúdos com essa temática.

Colaboração: Daniel Navas e Lívia Venaglia