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Criptomoedas têm novos desafios para 2022
- Para os especialistas que acompanham o universo cripto, estamos na fase mais importante para os investidores
- A volatilidade dos preços deverá ser ainda maior
O ano passado foi marcado pela consolidação do mercado de criptomoedas, com valorização do bitcoin, mas também com o crescimento de outros ativos digitais, bem como expansão dos serviços e novas moedas. Para 2022, a perspectiva é de amadurecimento, principalmente da questão regulatória e do impacto da retomada da economia e das políticas monetárias das grandes economias. Também deve haver um forte movimento de novos produtos e serviços desenhados para o metaverso, que também deve ganhar escala no mundo real.
As oscilações do bitcoin
O preço do bitcoin começou o ano passado perto dos US$ 30 mil e em dezembro estava em US$ 50 mil, uma valorização de quase de 70%. O patamar dos US$ 50 mil, no entanto, se deu após o bitcoin quase alcançar os US$ 69 mil, batendo recorde de preço no início de novembro, a US$ 68.990. De janeiro a dezembro, o bitcoin acumulou uma valorização de 59,3%. Apesar da flutuação de preço, o criptoativo foi um dos investimentos que mais rendeu no acumulado de 2021.
O ano definitivo
Para os especialistas que acompanham o universo cripto, 2021 pode ser considerado um dos anos mais importantes e fundamentais para os investidores do mercado de criptomoedas. A consolidação e o início do processo de regulação de diversos produtos financeiros para o mercado de varejo e institucional, a exemplo dos ETFs de bitcoin e ethereum, além do ETF de contratos futuros aprovado nos EUA, abriram margem para que o setor de criptoativos se expandisse de forma nunca antes vista.
No Brasil, houve o lançamento de três ETFs de criptos em 2021: HASH11, famoso por ter sido o primeiro ETF de criptoativos do país, no primeiro semestre, e que se tornou um dos fundos de índice com maior captação na bolsa brasileira; o BITH11, produto com 100% de exposição ao bitcoin e com pegada sustentável, e o Hashdex Nasdaq Ethereum Reference Price Fundo de Índice (ETHE11), com 100% de exposição ao ethereum.
Além dos três produtos lançados pela Hashdex, a QR Asset Management, lançou dois ETFs dedicados a criptoativos: o QBTC11, com 100% de exposição ao bitcoin, e o QETH11, também com 100% de exposição ao ethereum.
Outras criptos de destaque
O ano de 2021 também consolidou a ideia de que este mercado vai além do bitcoin. O ethereum quintuplicou de valor, impulsionado pelo sucesso de protocolos que nele rodam, como alguns dos principais de DeFi (finanças descentralizadas) e NFTs.
O outro lado do bitcoin
A equipe de inteligência de mercado da exchange (corretora) Binance destaca que o domínio do bitcoin (que é o peso da moeda no total de valor de mercado dos criptoativos) diminuiu de maneira constante, de cerca 70% para aproximadamente 43%. Por outro lado, o espaço das altcoins (todas as criptos, com exceção do bitcoin) aumentou, principalmente ETH, BNB (Binance Coin) e USDT (Tether).
Outra forte tendência são NFTs, que são um tipo de criptoativo que dá a quem compra, de forma digital, a propriedade ou algum tipo de direito sobre produtos e serviços. Os NFTs podem ser aplicados a vários itens digitais, como arte, música, textos, jogos eletrônicos e até memes.
Além da ascensão dos NFTs, também despontaram os games em blockchain, introduzindo um dos conceitos mais revolucionários do mercado de criptomoedas: o play to earn, no qual o usuário ganha dinheiro por jogar, destacando o crescimento de metaversos, como o game Axie Infinity e o The Sandbox.
Quais são as perspectivas para as criptomoedas em 2022?
O ano deve ser marcado por um volatilidade ainda maior nos preços, com espaço para valorização. Entre os gatilhos desse movimento, há os processos de adoção do bitcoin como moeda legal em alguns países, como ocorreu com El Salvador.
O ano trará cenários específicos desafiadores com, por exemplo, as eleições presidenciais no Brasil que vão afetar o mercado financeiro e o de criptomoedas. Por outro lado, algumas moedas terão crescimento significativo e devem cair no gosto dos investidores, como os tokens de crédito de carbono, usados para compensação de gases de efeito estufa, e os fan tokens, como os que foram lançados pelo Flamengo e Corinthians em 2021, e que já são muito populares na Europa e Estados Unidos. Como tendência para o ano, há o metaverso, com o mundo virtual se conectando com o real.
Com reportagem do Valor Investe
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