Entenda o que é e como investir na Bolsa de Valores

Negociar ações não é difícil e podemos provar!

Ilustração: Marcelo Andreguetti
Ilustração: Marcelo Andreguetti

Como investir na Bolsa de Valores? Essa é uma das dúvidas mais comuns para quem quer entrar no mundo dos investimentos. E tem muita gente entrando. No Brasil, o número de pessoas que aplicam na B3, a Bolsa de Valores brasileira, vem crescendo exponencialmente.

Só para você ter uma ideia, em 2018, havia 814 mil investidores pessoa física na renda variável. Já em dezembro de 2020, esse número pulou para 3,2 milhões, um crescimento de quase 4 vezes. Passados dois anos, a Bolsa de Valores hoje já tem cerca de 5 milhões de CPFs registrados. 

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Precisa ser rico para investir na Bolsa?

Mas a primeira dúvida de quem quer investir no mercado financeiro é: precisa ser rico para aplicar na Bolsa de Valores? Não mesmo!

Um exemplo: se você deseja comprar uma ação da Petrobrás (PETR3; PETR4), você gastaria apenas R$ 26,82, na cotação do dia 21/11. Isso mesmo! Menos que um Mc Lanche.

Qual é o valor mínimo para investir na Bolsa de Valores hoje?

Não existe um aporte mínimo para você investir na Bolsa. Você pode encontrar ações que valem até alguns poucos centavos. Tudo bem. Mas é importante fazer contas, porque há casos em que as taxas e impostos cobrados não valem o baixo investimento.

Ponto dois: lembre-se da regra básica do mundo das finanças que diz que investimento baixo tem baixo retorno. Até porque investir tem a ver com uma porção de coisas, como liquidez, risco, vencimentos, taxas – e nunca conte com a sorte. Tenha sua estratégia.

Mas como investir na Bolsa de Valores?

Em primeiro lugar, você precisa entender o que é a Bolsa. De uma maneira simples, a Bolsa de Valores é como uma feira, onde vendedores e compradores se encontram. Em vez de hortifruti, lá são negociadas ações, títulos e diversos tipos de investimentos de renda variável.

O preço de um papel na Bolsa segue a lógica de qualquer outro produto à venda: quanto maior a procura, mais caro ele fica, e vice-versa. Isso serve não só para um fundo imobiliário, como para o quilo da uva ou o valor de um carro.

O que é uma ação?

As ações são fatias de uma empresa. Então, quando você compra uma ação da WEG, por exemplo, você passa a ser acionista da companhia.

Assim, quando o valor das ações daquela empresa subirem, você pode vender e embolsar os lucros. Ou esperar para ver se elas valorizam ainda mais – tudo vai depender da sua estratégia de investimento.

Por outro lado, se as ações caírem, você aguarda, pacientemente, até o momento delas voltarem a subir. Além da variação dos preços da ação, você também pode lucrar com dividendos ou com os juros sobre capital próprio, conforme o que reza o prospecto da empresa de capital aberto.

Você sempre ganha com a renda variável?

Infelizmente, não. Existem ações que podem desvalorizar, e nunca mais subirem de novo, ou até mesmo virarem pó, o que ocorre quando uma companhia vai à falência.

Por isso é preciso estudar a empresa que você vai investir ou acompanhar o que dizem os analistas do mercado.

Como ter uma estratégia para investir na Bolsa

Antes de tudo, você precisa entender quais são os seus objetivos financeiros. Comprar uma casa, um carro, fazer uma viagem? Qual é o seu perfil? Você é mais conservador ou mais arrojado? Tudo isso precisa ser questionado para que você planeje o quanto quer investir do seu patrimônio e quais os riscos financeiros você pode assumir.

Além disso, ter uma reserva financeira para momentos de crise é fundamental! Esse dinheiro não pode entrar nos seus investimentos.

E mais: lembre-se de investir apenas a quantidade de recursos que você pode perder sem comprometer o equilíbrio das suas contas. E tão importante quanto isso, quite suas dívidas primeiro. Aplicar com débitos a pagar, nunca foi bom negócio. E mais, como dizia Isaac Newton, subir nos ombros de gigantes é sempre um bom conselho. Então, vamos lá…

Quem foi o maior investidor da história do capitalismo?

O economista britânico-americano Benjamin Graham morreu há quase 50 anos e continua sendo considerado o maior investidor em ações de todos os tempos, criador de uma filosofia seguida por megainvestidores como Warren Buffett. O investidor inteligente, para Graham, não é um ser com QI elevadíssimo ou com um dom especial para prever quando a Bolsa de Valores vai subir ou cair. 

Ele é alguém paciente, disciplinado, que gosta de estudar e consegue administrar suas emoções para atravessar os momentos de euforia ou desespero do mercado, sem se deixar contagiar. Porque, em sua visão, o risco dos investimentos não está no mercado de ações – está no investidor.

Não tenha pressa

Resumindo: o primeiro erro é ter pressa em ficar rico. Não existe milagre no mercado financeiro. Tenha paciência e lembre-se de fazer a conta e decidir qual parcela do seu dinheiro guardado pode ser investido em ações. Para Graham, o mínimo é 25%, e o máximo, 75%.

E não se esqueça, faça revisões periódicas de suas finanças pessoais e perspectivas para ajustar as porcentagens para valores que jamais comprometa sua segurança!

Por onde começar

Para iniciar na Bolsa de Valores, você precisa abrir uma conta em alguma corretora. A B3 tem uma lista com as corretoras certificadas e você pode conferir elas neste link.

Há algumas que não cobram taxas para movimentação de dinheiro. Por isso, não tenha preguiça e pesquise. Compare custos com taxas, a qualidade dos aplicativos e como é feito o atendimento por telefone. Coloque todas as informações em uma tabela e dê notas de 0 a 5. Aquela que receber sua melhor qualificação terá o benefício de ter você como cliente.

Depois disso, basta fazer a transferência de valores de sua conta corrente para a conta da corretora. Pronto!  Lá, você poderá aplicar em investimentos mais conservadores, como fundos de renda fixa, e partir, mais tarde, para as aplicações em renda variável, as mais complexas, como ações, fundos de investimentos, derivativos e por aí vai. Mas vamos aos poucos…

Como escolher o melhor investimento?

No início, provavelmente, você não saberá. Mas é importante você acompanhar analistas que poderão dar recomendações de investimentos.

Segunda dica: diversifique seus investimentos. Nunca coloque todos os seus recursos em uma só aplicação. Caso ela tenha um desempenho muito ruim, todo o seu investimento irá minguar.

Invista em mais de uma ação ou fundo, preferencialmente de atividades econômicas diferentes. Caso um ramo de negócio esteja passando por uma crise, outros segmentos poderão estar prosperando. Por isso, pense em investimentos de longo prazo.

Mais uma vez, o primeiro erro do investidor é ter pressa em querer ficar rico. A Bolsa de Valores não combina com a ansiedade. Você vai ler centenas de artigos pela internet com teses milagrosas de investimentos de curto prazo, muitos deles, que incorrem em riscos que podem ser desastrosos. No entanto, o longo prazo ainda é a melhor estratégia indicada por 10 em cada 10 analistas sérios.

E outra dica fundamental: estude! Passe a ler artigos sobre a atividade econômica e entenda, por exemplo, o que diz o Boletim Focus, que é divulgado pelo Banco Central todas as segundas-feiras, às 8h30 e que nós, da Inteligência Financeira, dissecamos para você.

Veja se há perspectivas de crescimento, se a empresa tem sido bem avaliada no mercado, entre nos portais que mostram se há mais recomendações de compra ou de venda para as ações que você está investindo.

Se você for aplicar em fundos de investimento, uma espécie de condomínio com vários investidores, veja se a gestora do fundo costumava ter sucesso nesta aplicação nos últimos anos. Sempre lembrando que, lucros passados nunca serão garantias de lucros futuros…

O que os especialistas recomendam?

Para responder a essa pergunta, a gente conversou com a Giulia Nicola, analista da casa de análise Nord Research. “A principal dica para começar na Bolsa de Balores é conseguir escolher boas empresas e manter a constância de aportes a longo prazo.

E claro, para escolher bons ativos, é preciso muito estudo, e manter o psicológico no lugar. Não se deixe levar por ruídos do mercado para conseguir fazer boas escolhas”, afirma.

A analista ainda destaca outro aspecto fundamental: “colocar somente em Bolsa o que você aguenta ver oscilando bastante. Não coloque um percentual do patrimônio que você depois não vai conseguir dormir à noite, caso esteja perdendo no curto prazo. A Bolsa é feita de ciclos, sabendo que no longo prazo e com boas escolhas de ativos, você conseguirá ter um bom retorno”

Agora é só começar a investir! 

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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