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Está na hora de colocar risco na carteira de investimentos?
As notícias recentes mostram que a economia brasileira está dando sinais de força. O PIB (Produto Interno Bruto) avançou 1,9% no primeiro trimestre deste ano frente ao trimestre anterior – e a projeção é de que poderemos crescer mais de 2% em 2023.
No boletim Focus, do Banco Central, as previsões para inflação caem semana a semana. E a estimativa para a cotação do dólar está abaixo de R$ 5,00.
Recentemente, a S&P (Standard & Poor’s), uma das grandes a agências de riscos internacionais do mercado, elevou a perspectiva do grau de risco do Brasil, que é BB-, de estável para positiva.
Ainda que seja difícil o país recuperar o grau de investimento antes de 2026, o anúncio positivo deverá aumentar a atração de capital estrangeiro e alimentar perspectivas favoráveis para a renda variável.
Nas últimas semanas, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, chegou a romper os 120 mil pontos e engatar nove semanas seguidas de valorização.
Alguns desafios permanecem, tanto que o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve mais uma vez a Selic no patamar de 13,75%. Mas os sinais são de que a taxa básica de juros está cada vez mais perto de cair.
E o ciclo de cortes pode ser iniciado já em agosto.
Janela de oportunidade
Como sempre acontece, quando as nuvens do céu começam a ficar menos carregadas, as oportunidades ficam mais visíveis. No caso dos investidores é um sinal para alçar novos voos.
Tanto o investidor experiente, como o iniciante, começa a procurar “a próxima grande novidade” para aplicar o seu dinheiro.
A renda fixa ainda é uma excelente alternativa de investimento no nível atual de juros e com a queda da inflação. O mercado tem oferecido CDBs, LCAs, LCIs com boas taxas, acima do CDI, que trazem ganhos.
Da mesma forma o Tesouro Direto tem oferecido títulos com bom retorno. O Tesouro IPCA+ tem sido vendido com a taxa acima de 5% ao ano mais a variação da inflação.
No entanto, existe uma janela de oportunidade interessante para quem tiver um pouco mais de apetite ao risco que é investir em Tesouro Prefixado, antes do início do ciclo de baixa da Selic.
Quem fizer esse investimento garantirá taxas entre 10,34% e 10,70% ao ano ao longo de um período com perspectivas de inflação mais baixa e de queda de juros.
Os investimentos que perderam espaço até aqui
Os juros altos e a insegurança fiscal que vivemos até pouco tempo atrás reduziram o apetite pela renda variável. O mercado de ações, por exemplo, acabou sendo um ambiente frequentado mais por aqueles com muita exposição a risco e que especulavam buscando oportunidades pontuais.
O ano passado mesmo não foi fácil para ninguém. O Ibovespa subiu apenas 4,69%, quando a inflação acumulada foi de 5,79%. Até a caderneta de poupança teve um rendimento melhor, com 7,9%.
O desempenho dos fundos de investimentos também não foi muito bem, com saques líquidos por parte dos investidores.
Segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o resultado entre entradas e saques dos fundos de investimentos foi negativo em R$ 162,9 bilhões em todo ano de 2022, o que representa uma queda de 139,5% em relação a 2021.
Os fundos que mais sofreram foram os multimercados, com saques líquidos de quase R$ 90 bilhões.
Neste ano as coisas continuam ruins para esse mercado. A Anbima aponta, com dados até 20 de abril, que a captação líquida dos fundos foi negativa neste ano em R$ 65,4 bilhões.
Outro tipo ativo que perdeu espaço foi o investimento em crédito privado. O ambiente econômico levou a fortes instabilidades em alguns setores, como o do varejo. Além de casos como o da fraude reportada pela Lojas Americanas.
Setores com boas perspectivas a partir de agora
Tanto internamente quanto no externamente o ambiente está melhor. O cenário econômico internacional está se mostrando menos desafiador do que se acreditava a algumas semanas atrás.
A melhora da economia tem animado os mercados e alguns setores estão mostrando boas perspectivas para os investidores, devido ao seu alto potencial de crescimento.
Entre os destaques, o setor da economia verde tem chamado mais atenção. Afinal, o mundo inevitavelmente abandonará os combustíveis fósseis e adotará fontes de energia sustentáveis.
O investimento verde é aquele que busca oportunidades de aplicação de recursos em negócios que beneficiem o ambiente. Entre as diversas oportunidades de investimentos no setor temos a energia renovável, como energia eólica, solar e hidrelétrica.
São negócios e projetos que abrandam o consumo de combustíveis fósseis por meio de veículos elétricos, controles de poluição, redução de resíduos, agricultura sustentável e infraestrutura hídrica.
Particularmente, o mercado global de hidrogênio verde tem uma estimativa de valor neste ano de US$ 223 milhões e que cresça a uma taxa composta de 11,1% ao ano e atinja US$ 419 milhões por 2028.
Há oportunidades no mercado financeiro por meio de ETFs de hidrogênio.
No Brasil temos o YDRO11, que é um ETF do Itaú Unibanco dedicado a investimentos em empresas de hidrogênio.
As novas tecnologias também estão entre as indicações, como a inteligência artificial, blockchain e as tecnologias interativas – aquelas que permitem que os consumidores interajam e experimentem os produtos, sem estar lá pessoalmente, por exemplo, tecnologia digital para óculos ou compras ao vivo.
Outro segmento que está na mira dos investidores no mercado internacional são os negócios ligados a habilidades pessoais, como coaching, trabalho social, terapia, mediação e aconselhamento.
Siga quem vai consumir
Na busca de oportunidades de investimento, uma dica interessante é observar a tendência de gastos de certos grupos da população. Em outros termos, acompanhar quem vai consumir, o quê e o quanto será consumido pelas pessoas.
No foco dos mercados estão as tendências de gastos da geração dos millennials, também conhecida como geração Y.
Podemos encontrar pesquisas mostrando que está havendo transferência de riqueza entre gerações. Os baby boomers estão passando o bastão do consumo para os millennials.
A geração dos millennials é de pessoas nascidas entre a década de 1980 e a virada do milênio. Em 2020 a população global dessa geração já era de aproximadamente 1,8 bilhão, sendo que somente nos Estados Unidos eram mais 70 milhões, quase 22% da população.
Os estudos e pesquisas mostram que as decisões financeiras dessa geração devem moldar a economia americana pelos próximos 30 anos. Ainda em 2020 era estimado que o poder de compra da geração Y era de US$ 2,5 trilhões, superando em muito estimativas anteriores.
Por outro lado, outras pesquisas indicam que em 2021 esse grupo estava gastando mais que no ano anterior.
No entanto, a maioria dos jovens investidores está queimando poupança de longo prazo para arcarem com as despesas do dia a dia em 2023. Sinal dos tempos de instabilidade vivido por todos.
A geração Y é composta de jovens adultos que cresceram numa era de rápido avanço tecnológico, mas de grande incerteza econômica e que enfrentam desafios importantes quando se trata de investimentos. Mas, se você está procurando investir buscando ganhos essa é a turma a seguir.
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