Copom admite corte da Selic: vale investir em Tesouro Direto e CDBs?

Copom admite corte da Selic na próxima reunião. Saiba como ficam os investimentos atrelados à Selic

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) divulgou, na manhã desta terça-feira (27), a ata de sua última decisão de juros. O tom mais “suave” do que o do texto do comunicado que acompanhou a decisão, na semana passada, fez com que os economistas com atuação no mercado financeiro passassem a apostar em um corte de 0,25 ponto porcentual na taxa de juros Selic, na próxima reunião do comitê, nos dias 1 e 2 de agosto. Com a possibilidade real de queda nos juros, como ficam os investimentos atrelados à Selic?

Vale investir no Tesouro Direto com a queda da Selic?

Intuitivamente, faria sentido o poupador começar a pensar a investir no Tesouro Direto e, portanto, em títulos prefixados. Isso porque eles garantem uma rentabilidade combinada já na saída, independentemente do que acontecer com a Selic mais adiante.

Hoje, o título do Tesouro com vencimento em 2029, por exemplo, oferece rentabilidade bruta de 11,03% ao ano. Os papéis negociados no mercado indicam a taxa básica um pouco abaixo de 11% anuais para esta data.

Mas, para especialistas ouvidos pela Inteligência Financeira, os títulos pós-fixados do governo, as LFTs, podem não ser necessariamente ruins.

“A LFT vai ficar ruim porque vai render menos? Não. Ela só vai subir menos”, disse o CEO da gestora de recursos Sparta, Ulisses Nehmi.

De acordo com ele, como esses papéis ainda pagam muito mais do que a inflação e devem seguir assim por algum tempo, são uma opção muito recomendável.

Oportunidades em CDBs

Para o planejador financeiro Rafael Haddad, do C6 Bank, ainda há oportunidades interessantes em prefixados, mas em papéis privados, como CDBs. Eles são os títulos emitidos por bancos, alguns oferecendo taxas ao redor de 13,5% ao ano.

“Mas a maioria das melhores oportunidades com taxas superiores já foram, à medida que o mercado foi se ajustando ao noticiário dos últimos meses”, afirmou.

Os prefixados podem ser uma escolha oportuna para investidores que priorizem saber já na saída quanto vão receber, independentemente do sobe e desce da Selic.

Para o BTG Pactual, esta é a recomendação para investidores que tenham um horizonte mais longo e disposição para ficar com os papéis até o vencimento.

“Os novos avanços do cenário doméstico, como a manutenção da meta de inflação e evolução da reforma tributária, podem continuar favorecendo ativos com vencimentos mais longos, tanto em prefixados quanto em inflação”, afirmou Álvaro Frasson, economista do BTG Pactual, em relatório.

Esses ativos podem funcionar, também, para aqueles que já têm uma estratégia mais elaborada, que inclui a manutenção de um volume de reserva para ficar disponível em caso de necessidade, mas também uma quantia para prazos mais longos, que oferecem uma rentabilidade combinada previamente.

“Para esses casos, o nome do jogo é diversificação”, disse André Kitahara, gestor da área macro na AZ Quest, explicando que uma carteira mesclando prazos curto e longo pode incluir ainda títulos atrelados á inflação, que oferecem boas oportunidades.