Quanto investir em fundos imobiliários para ter uma renda de R$ 1.000 por mês?

Antes de fazer o aporte, você deve analisar vantagens e desvantagens dos FIIs

Quanto seria preciso investir em fundos imobiliários (FIIs) para ter um retorno que cobrisse pelo menos os gastos mensais? E é seguro investir em FIIs? Se você já teve essas dúvidas, fique tranquilo(a). Afinal, Lucas Muraguchi, diretor de administração fiduciária da Ouro Preto Investimentos, tem as respostas.

Nesta entrevista à Inteligência Financeira, Lucas calcula o investimento em FII necessário para ter renda extra mensal de R$ 1.000. Para completar, o especialista destaca ainda vantagens e desvantagens desse tipo de investimento em renda variável que vem ganhando destaque entre os brasileiros.

Em geral, quanto rendem os FIIs?

O dividend yield dos fundos imobiliários bateu recorde em março ao registrar 12,5% de rendimentos médios do Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix). Isto é, 0,99% ao mês, em média.

O que é o Ifix?

De acordo com a B3 (a bolsa de valores brasileira), o Ifix é o resultado de uma carteira teórica de ativos, elaborada de acordo com os critérios estabelecidos nesta metodologia. Os índices da B3 utilizam procedimentos e regras constantes do Manual de Definições e Procedimentos dos Índices da B3.

Objetivo do Ifix

O objetivo do Ifix é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos fundos imobiliários negociados nos mercados de bolsa e de balcão organizado da B3.

Composição do Ifix

Ainda de acordo com a bolsa, o IFIX é composto pelas cotas de Fundos de Investimentos Imobiliários listados nos mercados de bolsa e de balcão organizado da B3.

Quanto é preciso investir nos FIIs para ter mensal de mensal de R$ 1.000?

Para fins didáticos, vamos considerar que o rendimento médio seja de 1% ao mês. Sendo assim, para alcançar esse objetivo, o investimento em fundos imobiliários teria que ser de R$ 100 mil.

E é possível ter esse rendimento já no mês seguinte? Segundo Lucas Muraguchi, da Ouro Preto Investimentos, sim, já que na maioria dos FIIs a distribuição acontece todo mês.

E o mais importante: é relativamente fácil encontrar FIIs que paguem 1% ao mês, uma vez que, com a alta da SELIC, muitos fundos se desvalorizaram, aumentando o dividend yield (DY). Porém, vale ressaltar que FIIs de maior DY costumam acompanhar maiores riscos.

Além disso, em geral, FIIs de papel costumam distribuir dividendos maiores do que FIIs de tijolo.
Em termos de risco, o especialista alerta que, como estamos falando de renda variável, os principais riscos são a volatilidade, a queda no valor das cotas ou do DY e a má gestão de portfólio. “Os FIIs podem ser encaixados na maioria das carteiras. A proporção muda conforme o apetite a risco, capacidade financeira e escolhas pessoais do investidor.”

Quais são as vantagens de investir em FIIs?

Vamos listar as principais, ok? São elas:

  • Recebimento mensal de aluguéis com pouco trabalho;
  • Potencial de valorização;
  • Equipe profissional gerindo o imóvel;
  • Preços atualizados a mercado dia a dia,
  • Possibilidade de investir em grandes imóveis com pouco dinheiro

E existem desvantagens?

Desvantagens dos FIIs existem, sim. As principais são:

  • Volatilidade dos preços (afinal, é renda variável),
  • Possibilidade de desvalorização

É seguro investir em fundos imobiliários?

Segundo Lucas Muraguchi, da Ouro Preto Investimentos, investir em FIIs é mais arriscado do investir em renda fixa. Ao mesmo tempo, é mais estável do que investir em ações ou comprar imóveis por conta própria.

Qual o valor mínimo para investir em Fundos Imobiliários (FIIs)?

É possível comprar cotas de FIIs a partir de R$ 0,50. Sim: cinquenta centavos de real. Agora, lembre-se: baixo investimento significa um baixo retorno. Até porque não existe milagre. Então, se você investir R$ 100 comprando algumas cotas de um FII, terá retorno proporcional a esse valor.

Qual é a melhor forma de investir em FIIs?

Primeiramente, é preciso entender como o investimentos em renda variável funciona. Também é importante analisar os ativos que você está considerando para aplicar seu dinheiro: quando eles vencem, os riscos embutidos, se há um mercado de balcão forte e se a liquidez é alta.

Além disso, é interessante montar uma carteira diversificada. E, por fim, ter em sua estratégia a importância de fazer aportes de forma constante. No mundo ideal, todos os meses. Não carecem rios de dinheiro. Mas a constância pode até reduzir o prazo de investimento.