Boa ou ruim, a poupança ainda é o instrumento mais usado pelos brasileiros para investir. A gerente de compras Adriana Santos tem 49 anos e nunca investiu em qualquer outro tipo de ativo, a não ser a poupança. “Não tenho muito conhecimento sobre em que investir. Então, fico insegura em por meu dinheiro em outra coisa”, conta. Ainda falta muito para Adriana ficar sozinha na poupança. Segundo a Anbima, um terço dos investidores brasileiros tem dinheiro na caderneta.
Onde investir, além da poupança?
“É importante comparar a poupança com instrumentos de mesma liquidez. No caso dos CDBs, há uma série de bancos pequenos pagando entre 100% e 110% do CDI em instrumentos de liquidez diária”, explica Felipe Lima, gestor na FL Asset.
Quem quiser ter uma rentabilidade maior do que a poupança e precisa de liquidez pode buscar, por exemplo, os CDBs. Geralmente, os ativos que têm liquidez diária pagam menos que aqueles com vencimento mais longo, mas ainda assim seu dinheiro vai render que na poupança.
A poupança está longe de ter o maior rendimento entre as aplicações de renda fixa. Com o aumento da Selic para 13,25% ao ano, a caderneta ganhou de brinde uma trava e seguirá perdendo para a inflação nos próximos tempos, como aconteceu nos últimos 14 meses.
Michael Viriato, sócio da Casa do Investidor, escritório de agentes autônomos, e professor do Insper, desenvolveu uma planilha que compara os rendimentos de ativos de renda fixa e variável, de acordo com a variação da taxa básica de juros. Na conta, ele coloca CDBs que pagam de 90% a 110%, o que serve para que o investidor tenha uma noção do retorno, mas vale avisar que já existem no mercado CDBs que pagam 200% do CDI.
Em seis meses, quem investir R$ 10.000 em um CDB que paga 110% do CDI vai embolsar R$ 116,30 a mais do que quem investiu a mesma quantia na poupança. Em dois anos e meio, a diferença sobe para R$ 1.047,36, mesmo com o desconto do Imposto de Renda, como você pode conferir na tabela abaixo:
Fonte: Michael Viriato
Não tenha medo de mudar
Para quem tem medo de colocar seu dinheiro em outros instrumentos além da poupança, é bom lembrar que o FGC garante várias aplicações de até R$ 250.000. Os CDBs estão debaixo da proteção do órgão. O investidor pode considerar os riscos de investir na poupança e em CDBs como equivalente, já que nos dois casos, o maior perigo é que o banco quebre.