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Vai investir em FIIs? Saiba quanto rendem R$ 10 mil em fundos imobiliários
Dentro do mundo dos investimentos existem vários tipos de produtos financeiros direcionados a quem busca pouco ou muito risco. São os chamados ativos de renda fixa (risco baixo) ou variável (maior risco). E é neste segundo grupo, então, onde se encontram os fundos de investimentos imobiliários (FIIs). Por isso, na matéria de hoje, vamos responder quanto rendem R$ 10 mil em fundos imobiliários.
Mas antes, a gente te explica o que são os FIIs. “São fundos que captam dinheiro por meio do mercado financeiro para investir no mercado imobiliário, em segmentos diversos. As cotas são vendidas para as pessoas e essas passam a ser donas de uma parte daquele empreendimento e assim recebem aluguel proporcional à quantidade de cotas que possui”, explica Paula Bento, sócia da HCI Invest e planejadora financeira CFP pela Planejar.
Os rendimentos, aliás, podem vir também de vendas ou valorizações dos imóveis, e são distribuídos aos cotistas periodicamente, geralmente mensalmente, por meio dos dividendos pagos. “Os fundos imobiliários não possuem cobrança de Imposto de Renda, seu lucro não é prefixado em contrato, a rentabilidade depende de terceiros e existe uma taxa para a administração”, afirma Jonata Tribioli, especialista em investimentos imobiliários e diretor da Neoin.
Já Paula Bento conta que o FII é um fundo fechado, ou seja, não recompra a cota. “Isso porque elas são negociadas na bolsa de valores, e assim, ela é vendida para outro investidor, caso o dono queira se desfazer do ativo. É um procedimento relativamente simples”, pontua.
Tijolo, papel, híbridos… os tipos de fundos imobiliários
E dentro dos mundos dos FIIs, existem vários grupos. E claro que além de abordar quanto rendem R$ 10 mil em fundos imobiliários, não poderíamos deixar de apresentar esses tipos de FIIs para você. Então, veja só!
Fundos de tijolo
Investem em imóveis físicos, sejam eles urbanos ou rurais e podem ser comerciais ou residenciais. “E dentro dos fundos de tijolo existem subcategorias, que são: lajes corporativas, escritórios, shoppings, galpões Logísticos, hospitais, hotéis, residenciais e outros”, conta Paula.
Fundos de papel
São produtos que investem em títulos relacionados ao mercado imobiliário. Ou seja, não tem imóveis físicos em seu portfólio. Além disso, esses ativos já têm uma taxa contratada e o investidor tem direito a receber tais créditos. Nesse caso, então, o investidor é o fundo.
Fundos de fundos (FOFs)
O objetivo deste ativo financeiro é justamente investir em diversos fundos imobiliários. “Esta é a principal vantagem dele, pois oferece uma carteira diversificada. Neste caso, portanto, os gestores do fundo são responsáveis por alocar melhor os recursos, tirando a responsabilidade do investidor”, afirma Tribioli.
Fundos híbridos
Esses fundos têm em sua composição tanto imóveis quanto investimentos relacionados ao mercado imobiliário, ditos papéis, como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
Fundos de Desenvolvimento
Esses produtos investem em construção de imóveis para venda ou arrendamento. Desse modo, o lucro nessa modalidade é obtido da diferença do preço de construção versus o preço de mercado do imóvel.
Vantagens dos FIIs
Deu para perceber que opções de fundos imobiliários existem aos montes, certo? Mas qual será que é o lado positivo desse tipo de investimento? Separamos, portanto, as principais vantagens.
- Acessibilidade: com valores relativamente baixos (é possível adquirir cotas por menos de R$ 10), os FIIs são uma classe bastante acessível ao investidor que deseja diversificar seus investimentos e incluir o mercado imobiliário nas suas carteiras.
- Isenção de IR: os proventos distribuídos pelos FIIs para pessoas físicas são isentos de Imposto de Renda.
- Renda Passiva: um dos principais atrativos nessa classe de investimentos é a possibilidade de renda passiva dos fundos. Em boa parte dos FIIs a renda proveniente dos dividendos é superior ao oferecido pelos ativos vinculados ao CDI, por exemplo (lembrando que são perfis de risco diferentes). Sem esquecer, claro, que a rentabilidade é mensal.
- Liquidez, diversificação e custos: muitos investidores querem ter exposição ao mercado imobiliário, mas sem ter a preocupação de manter um imóvel diretamente (manutenção, estrutura administrativa para locação, cobrar aluguéis etc) e ficar “imobilizado” no ativo durante muito tempo. Dessa forma, os fundos imobiliários entram como uma boa opção, pois as cotas desse tipo de produto são negociadas na bolsa de valores, permitindo compra e venda com facilidade e rapidez que o investidor desejar. Além de ter a possibilidade de investir em vários imóveis indiretamente, diversificando o risco e custos.
Desvantagens dos fundos de investimentos imobiliários
E como nem tudo são flores, não é mesmo, os FIIs também possuem pontos não tão positivos. E claro, então, que a gente não deixaria de trazer essas desvantagens para você.
- Volatilidade: como já falado pelos especialistas, mesmo sendo menos voláteis que ações, as cotas de FIIs podem também sofrer oscilações de preço (risco de mercado).
- Riscos do mercado imobiliário: vacância, inadimplência, preços dos imóveis e taxas de juros poderão impactar a cota negativamente e, também, os dividendos distribuídos aos cotistas dos FIIs.
- Liquidez: embora isso também seja uma vantagem em comparação com imóveis físicos, alguns fundos apresentam baixa liquidez. Isso significa, portanto, que não ocorrem muitas transações no mercado para esses fundos. Então, dependendo do tamanho da posição do cotista, isso pode impactar negativamente no momento de vender suas cotas no mercado.
Principais fundos imobiliários do mercado
Está ansioso para saber quanto rendem R$ 10 mil em fundos imobiliários, não é mesmo? Calma, a gente vai chegar lá. Mas antes, claro, vamos trazer o conteúdo mais completo possível para você, minha querida leitora e meu querido leitor.
Por isso, nós da Inteligência Financeira pedimos um levantamento para a Economática sobre os principais FIIs do mercado. E de acordo com estudo, foi levado em consideração a quantidade de cotistas. Dessa forma, os três principais são:
- Maxi Renda FII (MXRF11), com mais de 900 mil cotistas e gerido pela XP Vista;
- CSHG Logistica FII (HGLG11), com mais de 378 mil cotistas.
- XP Malls FII (XPML11), fundo de Shoppings gerido pela XP Vista e que conta com mais de 336 mil cotistas.
Mas não paramos por aqui. Na tabela abaixo, você vê os top 20 principais fundos imobiliários.
Principais fundos de investimentos imobiliários
Nome | Código | Empresa gestora | Segmento | Número de cotistas |
Maxi Renda FII | MXRF11 | Xp Vista Asset Management Ltda | Recebíveis | 908.249 |
CSHG Logistica FII – FII | HGLG11 | Credit Suisse Hedging Griffo Cor Val S.A | Logística | 378.902 |
XP Malls FII | XPML11 | Xp Vista Asset Management Ltda | Shopping/Varejo | 336.875 |
FII Xp Log | XPLG11 | Xp Asset Management | Logística | 312.017 |
FII BTG Pactual Fundo de Fundo | BCFF11 | BTG Pactual Gestora de Recursos Ltda | Fundo de fundos | 302.111 |
Iridium Recebiveis Imobiliario | IRDM11 | Iridium Gestao de Recursos Ltda | Recebíveis | 291.384 |
Valora Hedge Fund FII | VGHF11 | Valora Gestao de Investimentos Ltda | Fundo de fundos | 274.002 |
Vinci Shop Centers FII – FII | VISC11 | Vinci Real State Gestora de Rec Ltda | Shopping/Varejo | 259.421 |
Kinea Rendimentos Imobiliarios-U | KNCR11 | Kinea Investimento Ltda | Recebíveis | 257.717 |
Kinea Renda Imobiliaria FII FI | KNRI11 | Kinea Investimento Ltda | Híbrido | 255.595 |
Capitania Securities II FII-Classe A | CPTS11 | Capitania Investimentos | Recebíveis | 228.373 |
BTG Pactual Logistica Fundo de | BTLG11 | BTG Pactual Gestora de Recursos Ltda | Logística | 224.480 |
Hectare Ce FII | HCTR11 | Hectare Capital Gestora de Recu | Recebíveis | 208.191 |
Valora Cri CDI FII | VGIR11 | Valora Gestao de Investimentos Ltda | Recebíveis | 204.689 |
CSHG Renda Urbana – FII | HGRU11 | Credit Suisse Hedging Griffo Wm S.A. | Híbrido | 202.697 |
FII FII Rec Rec Imobiliarios | RECR11 | Brl Dtvm | Recebíveis | 188.828 |
FII Vinci Logistica | VILG11 | Vinci Real State Gestora de Rec Ltda | Logística | 161.673 |
Hsi Malls Fundo de Investiment | HSML11 | Hsi Gestora de Fundos Imobiliarios Ltda | Shopping/Varejo | 160.995 |
BTG Pactual Corporate Office Fund FII | BRCR11 | BTG Pactual Gestora de Recursos Ltda | Lajes Corporativas | 155.212 |
CSHG Real Estate FII | HGRE11 | Credit Suisse Hedging Griffo Cor Val S.A | Lajes Corporativas | 145.405 |
E quais são os FIIs mais rentáveis?
Ainda no levantamento feito pela Economática a pedido da Inteligência Financeira, apresentamos os fundos imobiliários mais rentáveis. Aliás, no estudo foi considerado os produtos que fazem parte do Ifix (Índice de fundos imobiliários da B3), que é similar ao Ibovespa mas com foco para fundos.
Portanto, essa seleção tem como finalidade considerar os fundos mais negociados, com histórico de cotas e pagamentos de proventos.
Quanto rendem R$ 10 mil em fundos imobiliários?
Agora sim, sem mais delongas, vamos aos cálculos. Cada especialista entrevistado, incluindo o nosso levantamento feito pela Economática, fez uma simulação diferente. Então, meu querido leitor e minha querida leitora, que rufem os tambores…
Começamos, desse modo, pelas contas de Jonata Tribioli, que usou como base os CRIs, com o CDI a 13,15% ao ano. Portanto, quanto rendem R$ 10 mil em fundos imobiliários em:
- 1 mês: em torno de R$ 109;
- 6 meses: aproximadamente R$ 698;
- 1 ano: mais ou menos R$ 1,4 mil;
- 2 anos: em torno de R$ 3,1 mil;
- 5 anos: aproximadamente R$ 9,6 mil;
- 10 anos: mais ou menos R$ 28,5 mil.
Simulação pelo total de dividendos
Agora, então, apresentamos a simulação de Eduardo Dellavolpi, planejador financeiro CFP pela Planejar. “O cálculo levou em conta um reinvestimento total dos dividendos. Ou seja, tudo que for creditado na conta será reinvestido em novas cotas de FIIs. Portanto, teremos o investimento inicial de R$ 10 mil com uma capitalização mensal de 0,7% a.m. e considerando que as cotas não variaram de preço, nem pra cima, nem pra baixo”, explica o especialista.
Então, quanto rendem R$ 10 mil em fundos imobiliários em:
- 1 mês: em torno de R$ 70;
- 6 meses: mais ou menos R$ 425;
- 1 ano: aproximadamente R$ 870;
- 2 anos: em torno de R$ 1,8 mil;
- 5 anos: mais ou menos R$ 5,1 mil;
- 10 anos: aproximadamente: R$ 13 mil.
Cálculos com base no Ifix
Por último, então, apresentamos os cálculos feitos pela Economática. Para a simulação, aliás, foi usado o Ifix como referência, considerando que é uma carteira combinada com os fundos mais negociados do mercado.
Desse modo, então, quanto rendem R$ 10 mil em fundos imobiliários? Veja, portanto, os resultados em diferentes períodos.
- 1 mês: mais ou menos R$ 56;
- 6 meses: aproximadamente R$ 450;
- 1 ano: em torno de R$ 958;
- 2 anos: em torno de R$ 1,1 mil;
- 5 anos: mais ou menos R$ 4,9 mil;
- 10 anos: aproximadamente: R$ 13,1 mil.
É muito importante levar em consideração que todos esses cálculos são valores médios. Além disso, vale saber que as rentabilidades apresentadas no passado não são garantias da performance futura. Certo?
Parece, mas não é!
Vale saber, aliás, que existem alguns ativos de investimento que são próximos das características dos FIIs. Os Fiagros são um exemplo disso. “Os Fundos de Agronegócios são uma classe mais recente do que os fundos imobiliários e têm uma dinâmica parecida, pois são adquiridos em cotas e também pagam dividendos isentos”, explica Paula.
Dessa forma, a especialista afirma que o investimento é voltado para a cadeia do agronegócio, sejam imóveis rurais, títulos e valores mobiliários do segmento. “É uma classe mais recente, mas por outro lado é mais uma opção para o investidor”, afirma.
Cotas de empreendimentos
Por outro lado, dentro do mercado imobiliário, Jonata Tribioli diz que existe um investimento antigo chamado “cotas de empreendimento imobiliário’’. Funciona assim: os investidores podem adquirir partes de uma construção pelo preço de custo junto ao incorporador e aproveitar todas as responsabilidades da construtora, tanto construtiva, jurídica, burocrática, contábil, marketing e comercial.
“O lucro deste investimento é repassado por meio da apuração do resultado financeiro do empreendimento. Portanto, a construtora é responsável pelas vendas para os clientes finais e o investidor recebe o lucro por meio de dividendos, sem impostos e sem taxas. Os prazos variam de acordo com o momento da obra e existem oportunidades no mercado onde o cliente entra com a obra já em andamento, com tudo aprovado pelos órgãos públicos e até próximo do acabamento”, conta o especialista.
Além disso, o prazo de contrato sempre estará ligado à entrega do prédio e ao recebimento dos financiamentos dos clientes finais, onde a construtora recebe todo o valor do empreendimento e tem disponível o capital para a devolução para o investidor.
Aliás, é importante pontuar que o histórico de rentabilidade do fundo gira em torno de 10%. Por outro lado, as cotas de empreendimentos têm o histórico de repassar em torno de 20% ao ano.
“Existem construtoras no mercado que democratizaram o acesso às cotas e o investidor pode começar com valores a partir de R$ 10 mil. Em contrapartida, nos fundos, pode-se iniciar com valores a partir de R$ 50, sendo mais democrático”, analisa Tribioli.
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