Em agosto deste ano, a FGV/EESP e a gestora especializada em criptomoedas Hashdex divulgaram a pesquisa “Percepção e motivação de investidores brasileiros quanto a criptoativos”, em parceria com a University Blockchain Research Initiative (UBRI). O objetivo era mapear o perfil de quem investe nas criptos via plataformas.
Os criptoativos apareceram como a terceira modalidade preferida dos 576 entrevistados: 28% afirmaram que alocariam dinheiro nesta classe de ativos. As criptos perderam apenas para as ações (72% da preferência) e os títulos privados de renda fixa (41%). Mesmo com a volatilidade, os criptoativos estão chamando atenção dos investidores.
Mas, atenção: segundo Roberta Antunes, chefe de expansão da Hashdex, não existe um momento certo para entrar neste mercado. No caso do bitcoin, os altos e baixos fazem parte do processo. “Não tem como prever o tempo ideal. Bitcoin é um ativo de alta volatilidade”, afirma.
Compra e venda de criptomoedas
Exchanges
Uma das maneiras mais fáceis de investir em bitcoins e outros criptoativos é via corretora de criptomoedas, também conhecida como exchange. Nesse caso, o investidor tem acesso a um portfólio de ativos e pode definir o valor do aporte, que é feito em reais e convertido na moeda digital. A maioria das exchanges aceitam depósitos via Pix.
Fundos de investimento
Os fundos de investimento funcionam da mesma forma que os fundos de multimercado, ações ou fundos imobiliários: o investidor compra uma cota, sem se apoderar dos ativos, e um gestor fica responsável pela administração do fundo. São cobradas taxas de administração ou, em alguns casos, de performance.
Peer to peer
É a negociação direta entre duas pessoas, sem intermediários. Nesse caso, não é preciso criar uma ordem de compra, como nas exchanges, e a transferência de criptomoedas é feita de forma mais ágil e barata. Os negociadores conversam entre si e o comprador encaminha a transferência, o comprovante e o ID de envio das criptos. Em seguida, aguarda o recebimento. Mas, fique atento: apesar de mais rápida, a negociação peer to peer requer cuidados, já que há riscos de fraude.
ETFs
Você também pode investir em criptomoedas por meio de um ETF disponível na Bolsa de Valores. A opção é recente – o primeiro a ser negociado na bolsa brasileira foi o HASH11, lançado pela Hashdex em abril de 2021. ETF é um fundo de investimento que tem como referência um determinado índice. O HASH11, por exemplo, replica o Nasdaq Crypto Index (NCI), que inclui outras moedas além do bitcoin. O ETF é negociado em Bolsa e segue as oscilações do seu índice.
Com quanto começar?
Não existe uma fórmula mágica ou um valor exato para investir em criptomoedas. “Para quem está começando, o ideal seria ter algo em torno de 1% do portfólio em cripto. Nesse caso, os riscos são menores”, afirma Rudá Pellini, fundador da Wise&Trust e autor do livro O futuro do dinheiro (Editora Gente).
Na visão dele, antes mesmo de reservar uma parte do patrimônio para investir nesses ativos, é importante se informar. “Não é uma coisa tão trivial e fácil de entender, como um PIX. Não faz sentido entrar nesse negócio sem conhecer”, diz Pellini.