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Bolsa acumula queda de 2,6% e dólar vai a R$ 5,65; veja o que impactou os investimentos na semana
A Bolsa de Valores brasileira amargou mais uma sessão de perdas nesta sexta-feira (29). Desta vez, a queda de 2,09% do Ibovespa, principal índice acionário do país, aos 103.500,71 pontos, foi impulsionada pelas críticas de Jair Bolsonaro à Petrobras.
“Petrobras é obrigada a aumentar o preço porque ela tem que seguir a legislação e nós estamos tentando aqui buscar uma maneira de mudar a lei nesse sentido”, disse o presidente em sua tradicional live nas redes sociais na noite de quinta (28).
A declaração se sobrepôs à notícia positiva do lucro líquido de R$ 31,142 bilhões da estatal no terceiro trimestre de 2021, que veio bem acima do esperado, e fez as ações preferenciais (mais negociadas) da Petrobras despencarem 5,90%, a R$ 27,25 cada uma. As ordinárias (com direito a voto) recuaram 6,49%, a R$ 27,67.
A mudança sugerida por Bolsonaro assusta investidores da companhia, pois impactaria em muito o seu caixa. Uma política de preços que não é atrelada ao dólar e à variação do preço internacional do petróleo pode levar a companhia, ainda muito endividada, de volta ao prejuízo.
O resultado da Vale, por sua vez, veio abaixo do esperado (lucro líquido de R$ 21,80 bilhões no terceiro trimestre de 2021) e as ações da mineradora caíram 2,84%.
Na semana, o Ibovespa acumulou queda de 2,63%. No mês, caiu 6,74% e no ano despenca 13,04%.
O dólar comercial terminou a sexta em alta de 0,41%, a R$ 5,6476. O dólar turismo está a R$ 5,810.
Na semana, a moeda americana acumulou alta de 0,34%. Em outubro, subiu 3,71%. No ano, se valoriza 8,88% ante o real.
Selic a 7,75%
Na quarta (27), o Banco Central subiu a Selic em 1,5 ponto percentual, para 7,75% ao ano, deixando a renda fixa mais atrativa. O BC sinalizou que deve fazer uma juste semelhante em 8 de dezembro, levando o juro para 9,25% ao ano.
Em alta: inflação, gasolina e desemprego
IPCA-15
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de outubro, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta semana, ficou muito acima das expectativas: 1,2%, contra a previsão média do mercado financeiro de 0,97%. No acumulado de 12 meses, chega a 10,34%. O IPCA-15 é uma espécie de prévia do IPCA, que é o índice oficial de inflação do país.
IGP-M
A FGV (Fundação Getulio Vargas) divulgou nesta semana que o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) de outubro ficou em 0,64%, bem acima do 0,17% esperado pelos analistas de mercado. O acumulado de 12 meses desse índice, que é muito frequentemente usado para reajustar os contratos de aluguel, ficou em 21,73%.
Segundo a FGV, o que mais pesou no IGP-M de outubro foi o óleo diesel, que subiu 6,61% no mês – ainda sem considerar o reajuste anunciado no dia 25. Além de servir de referência para o reajuste de contratos, o IGP-M é visto como mais uma prévia do IPCA, embora tenha um peso maior de matérias-primas e por isso venha avançando mais rápido.
Gasolina
O preço da gasolina vendida pela Petrobras nas refinarias está mais alto desde a última terça (26), após reajuste de 7% – o que equivale a R$ 0,21 a mais.
Desemprego
Segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, a taxa de desemprego no Brasil caiu para 13,2% no trimestre móvel encerrado em agosto, uma queda de 1,4 ponto percentual em relação ao trimestre fechado em maio (14,6%). O número, divulgado na quarta (27) pelo IBGE, veio melhor que o esperado pelo mercado.
O que vem por aí
COP 26
Neste domingo (31) começa a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021. O evento reunirá representantes de 196 países na Escócia para discutir as principais ações contra as mudanças climáticas.
O objetivo é limitar o aumento de de temperatura em 1,5º C até o fim do século, mas a falta de engajamento dos dois maiores poluidores China e Estados Unidos preocupa.
O evento também irá debater o financiamento do clima de US$ 100 bilhões anuais pagos por países desenvolvidos a países desenvolvimento.
PEC dos Precatórios
A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios, que eleva o valor do Auxílio Brasil (substituto do Bolsa Família) e muda a correção inflacionária do teto de gastos, teve sua votação na Câmara adiada desta semana para o dia 3 de novembro.
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