Ebitda

Ebitda (Earning Before Interest Taxes, Depreciation and Amortization) significa: lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, formando a sigla Lajida (mas ela não pegou e quase ninguém usa no mercado financeiro).

O Ebitda é uma das mais importantes métricas financeiras para avaliar empresas, marcando presença nos balanços. As empresas de capital aberto não são obrigadas a informar o Ebitda em suas demonstrações financeiras, mas é praxe que tragam o indicador.

O Ebitda se assemelha à geração de caixa da companhia com sua principal operação, sem considerar os impostos e demais impactos financeiros (juros, depreciação de ativos e amortização). Dessa forma, a métrica é muito utilizada na comparação a longo prazo dos resultados de uma empresa, por não levar em conta fatores que não dependem da companhia em si.

Caso ele cresça ao longo dos anos e/ou trimestres, pode ser um indicativo de que a empresa está ampliando seus ganhos, sendo mais produtiva e eficaz. Da mesma maneira, quanto maior o Ebitda, melhor. 

Além dessa métrica, há também o Ebit (Earnings Before Interest and Taxes), que não leva em conta a depreciação e a amortização. Em português, a sigla é Lajir (outra que ficou no limbo) e corresponde ao lucro operacional líquido. 

Ebitda: exemplos do mundo real 

Vamos ver o que acontece no mundo real, com um papel que os investidores adoram: a Petrobras (PETR4). No segundo trimestre de 2021, por exemplo, a Petrobras teve um Ebitda de R$ 67 bilhões. Este valor é o lucro operacional do período (R$ 43 bilhões) menos o prejuízo no trimestre (R$ 11 bilhões), acrescido de quase R$ 20 bilhões de Imposto de Renda e contribuição social e de R$ 15 bilhões de depreciação, depleção e amortização. 

As empresas que têm diversas operações também divulgam seu índice específico de algumas áreas. No caso da Petrobras, o Ebitda com a exploração e produção de petróleo no segundo trimestre foi de R$ 51 bilhões e o do refino do óleo foi R$ 15 bilhões. 

Como tudo começou 

Esta medida se popularizou nos anos 1980, quando bancos precisavam calcular se as empresas endividadas seriam financeiramente capazes de arcar com suas dívidas. Com o Ebitda, foi possível medir a capacidade de geração de caixa. Nos anos 1990, ele se fixou nos balanços durante a bolha das pontocom. Como as empresas de tecnologia estavam muito endividadas, ficava difícil avaliar a capacidade operacional pelas medidas tradicionais, como o lucro. Dessa forma, analistas recorriam à métrica para avaliar o crescimento dessas companhias. 

Divulgação voluntária 

O Ebitda não está previsto nas normas internacionais de contabilidade e sua divulgação é voluntária. Apesar de não ser obrigatória, a métrica é regida pela instrução de número 527 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), de outubro de 2012. 

Existem dois Ebitdas que você precisa conhecer: 

Margem Ebitda 

Outra métrica financeira é a margem Ebitda, que se assemelha à margem de lucro. Para calculá-la basta dividir o Ebitda pela receita líquida e multiplicar o resultado por 100 para se obter o percentual. Entretanto, no caso da Petrobras, que teve receita líquida de R$ 111 bilhões no segundo trimestre, a margem Ebitda ficou em 61%. Além disso, podemos utilizar este percentual para comparar outras empresas do mesmo setor, de modo a avaliar qual delas é mais eficiente na geração de caixa. Em geral, quanto maior a margem Ebitda, melhor.

Ebitda Ajustado 

Além do Ebitda, contudo, muitas companhias também apresentam o Ebitda ajustado, que leva em conta fatores que os administradores julgam essenciais para compor o resultado da companhia. Nesse contexto, no caso da Petrobras, o Ebitda ajustado inclui resultado da participação em investimentos, deterioração, resultados com desinvestimentos e baixa de ativos, e realização dos resultados abrangentes por alienação de participação societária, somando R$ 61,9 bilhões no segundo trimestre de 2021.


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