Você sabe o que são e como funcionam os fundos de investimentos?

Eles têm rentabilidade e modelo de tributação próprios
Pontos-chave:
  • Segundo a Anbima, os brasileiros investem quase R$ 7 trilhões nessa modalidade
  • O lucro obtido é proporcional ao número de "pedaços" do fundo que você tenha

Um fundo de investimentos é uma empresa que recebe investimentos de várias pessoas para então organizar esses valores que formam o patrimônio e aplicá-los em um mercado específico. Os rendimentos de uma aplicação feita pelo fundo são divididos proporcionalmente entre as pessoas que participam do grupo. Segundo a Anbima, os brasileiros investem quase R$ 7 trilhões nessa modalidade.

A comodidade desse tipo de investimento está no fato de que os fundos são administrados por uma série de profissionais, como gestores, administradores, auditores e distribuidores. Esses serviços geram os custos de taxas de administração e de performance, que incidem sobre o patrimônio do investidor e remuneram esses profissionais. Portanto, investidor e investidora, fique sempre atento e atenta a esse desconto, além dos impostos cobrados, como o Imposto de Renda e o IOF, dependendo do ativo.

Como é feita a remuneração de um fundo?

O lucro obtido por investidor será proporcional ao número de “pedaços” do fundo que ele tenha, que são chamados de cotas. Supondo que cada cota custe R$ 10 e que você tenha investido no fundo R$ 10 000, você terá direito a mil cotas de participação. Em outras palavras, você comprou mil pedacinhos desse fundo e cada pedacinho dele te dá direito a uma parcela do lucro. “Considerando uma rentabilidade de 100% do CDI,  o fundo entregaria algo em torno de 11,65% ao ano, ou um lucro bruto de R$ 1 165”, explica Fabiano Braun, sócio e private banker da Matriz Capital. Descontado o imposto de renda para o período, o investidor deve desembolsar R$ 961,13. Mas veja: sempre leve em consideração a inflação do período, para que você tenha a real dimensão do poder de compra que o rendimento do fundo lhe proporciona.

Sem FGC, mas com proteção

Embora os fundos não contem com a proteção do FGC, Braun explica que cada fundo tem um CNPJ próprio, ou seja, o seu patrimônio não fica misturado com o patrimônio do banco ou da corretora. “Por isso, caso a instituição responsável pela administração do fundo quebre, o fundo não é afetado, basta que outra instituição assuma sua gestão”.

Entenda como funciona o FGC no Entrevista da Semana, com Daniel Lima, diretor executivo do fundo, que está logo abaixo:

Tipos de fundo e tributação

Embora cada fundo tenha uma uma variedade de investimentos, cada um deles tem uma estratégia específica. Existem os fundos imobiliários, fundos de previdência, fundos de empresas ESG, fundos de ações, fundo cambial, multimercados. O aporte mínimo para ingressar nos grupos pode variar de poucos reais a centenas de milhares de reais. Ele é ideal para quem queira sair da poupança e iniciar no mercado e mesmo para quem já tem muita experiência com investimentos.

Quais são os impostos cobrados dos fundos?

Depois que você escolheu um fundo, analisou a rentabilidade e está de acordo com as taxas cobradas, é hora de considerar os principais tributos recolhidos: o Imposto de Renda e o IOF. Enquanto o IOF incide sobre o rendimento apenas caso o investidor retire o dinheiro em menos de 30 dias depois da aplicação (com uma alíquota que varia até cerca de 96%), o Imposto de Renda vai incidir duas vezes ao ano – nos meses de maio e novembro, no último dia útil. No nosso exemplo, parte dos 11,65% de lucro serão cedidos ao governo no IR e dependerá do tempo que o investidor deixa a aplicação investida. Quanto mais tempo o dinheiro fica quietinho no fundo, menor será a tributação. Acompanhe: 

  • 22,5% até 180 dias de aplicação 
  • 20% de 180 a 360 dias de aplicação 
  • 17,5% de 361 a 720 dias de aplicação
  • 15% para mais de 720 dias de aplicação

Mas atenção: no caso dos fundos de ações, o IR é de 15% sobre o rendimento no momento do resgate das cotas.

Colaborou Anne Dias