Quando o preço do bitcoin vai subir?
- Controle da inflação nos Estados Unidos é essencial para a futuro da cotação
- Especialistas falam em compra, mas movimento é arriscado
O bitcoin não está tendo um ano fácil em 2022. Desde 1° de janeiro até o fechamento desta reportagem, o preço do ativo despencava 44%. Para piorar, o cenário atual não dá pistas de que o bitcoin vai subir muito nos próximos meses. Fatores como avanço da inflação, aumento das taxas de juros e o colapso da stablecoin TerraUSD ajudam a explicar o ano ruim do ativo até aqui. Agora, o investidor se pergunta: “o que eu faço?”. Conversamos com especialistas na criptomoeda para procurar as respostas.
O que deve acontecer com o bitcoin?
“O sentimento é negativo, porque entramos numa batalha contra a inflação que acabou de começar. Perspectiva para o curto prazo ainda é ruim, mas o mais importante é não entrar em pânico”, diz o minerador de bitcoins Ray Nasser, CEO da Arthur Mining.
“Se o cenário macroeconômico não melhorar, podemos ver preços ainda mais baixos, acompanhando o sentimento do momento para ativos de risco”, analisa Raquel Vieira, especialista em criptomoedas da Top Gain.
Bitcoin deve encontrar estabilidade
As análises dos especialistas mostram como o momento é ruim para o bitcoin no curto prazo. Porém, os eles concordam em um aspecto. “O bitcoin vai encontrar um patamar de apoio, porque temos muitos investidores focados no longo prazo”, diz Raquel. Em entrevista à Inteligência Financeira, Nasser também falou em um patamar de estabilidade.
Ou seja, nas próximas semanas, o investidor e a investidora devem ficar de olho nas cotações para entender qual o patamar de suporte do bitcoin. A ideia é que a cripto não se afaste muito (para baixo) da faixa de suporte, a não ser que outros eventos influenciem os preços. Um dos seis fatores que listamos nesta matéria pode puxar os preços para baixo novamente.
Quando o bitcoin volta a subir?
Em novembro de 2021, o preço do bitcoin foi ao maior patamar de sua história, chegando a US$ 69 mil. Agora, a moeda luta para se manter em US$ 30 mil. A volta da cotação para perto da máxima histórica não deve acontecer do dia para a noite, tampouco sem motivos para o otimismo.
Pedro De Luca, head de cripto da casa de análise Levante Ideias de Investimentos, explica que o bitcoin vai subir novamente quando o Federal Reserve (FED) conseguir controlar a inflação, mas sua fala traz pessimismo: “acho difícil, porque o FED só tem uma arma, que é a taxa de juros, e ela não está funcionando”.
“Ninguém quer colocar muito dinheiro nesse mercado agora, pelo menos até os mercados acionários se estabilizarem. Com tudo estabilizado e inflação controlada, a aversão a risco diminui e o criptos começam a subir”, diz Ray Nasser.
É hora de comprar bitcoin?
Enquanto o mercado se preocupa com as recentes quedas do bitcoin, os investidores mais ousados se perguntam se é um bom momento para comprar barato. Para os especialistas, há oportunidades.
“Os fundamentos do bitcoin continuam os mesmos. Ele pode ser uma reserva de valor e o preço está menor do que estava há dois anos. Considerando a maneira como o ativo se comporta, é um bom momento para comprar, dependendo do risco que a pessoa aceita tomar”, diz Raquel Vieira.
“O bitcoin tem uma política monetária fixa e deflacionária. A cada quatro anos a emissão de bitcoins cai pela metade, e isso seca a oferta, ao contrário de moedas fiduciárias, que sempre vão sendo emitida. O bitcoin tem valor, tem utilidade para transferências rápidas e é escasso”, argumenta Ray para explicar por que considera o momento atual uma chance de compra.
Criptoativos são investimentos de alto risco
Aqui, vale um lembrete: qualquer investimento em criptoativos é considerado de alto risco. Então, considere se o movimento é compatível com seu perfil de investidor, e, mesmo se for um investidor arrojado, pense no objetivo que deu para o dinheiro que está considerando para o aporte. Investir em bitcoin um dinheiro que será necessário em alguns meses pode não ser uma boa ideia.