Bitcoin volta a ser negociado abaixo de US$ 30 mil e investidores se preparam para o pior
O bitcoin opera forte queda nesta sexta-feira, voltando a ser negociado abaixo da importante marca de US$ 30 mil, após a principal criptomoeda e outras pares terem subido mais cedo e ontem, aparentemente se descolando temporariamente de outros mercados tradicionais, como o de ações.
Embora estejam em níveis superiores aos atingindos na derrocada na semana passada provocado pelo colapso da stablecoin TerraUSD, há sinais no mercado de derivativos de que os negociadores de criptomoedas estão se preparando para outro grande movimento de baixa nos preços do bitcoin.
“A relação put (venda) e call (compra) mostra o ambiente de apostas no mercado de opções: as opções de venda atingiram uma alta de 12 meses ontem, a 0,72, indicando um sentimento de baixa entre os investidores”, escreveu uma equipe da empresa de inteligência de mercado de criptomoedas Delphi Digital.
“Uma alta relação put/call indica que os investidores estão especulando se o bitcoin continuará sendo vendido, ou pode significar que eles estão protegendo seus portfólios contra um movimento de queda”, disseram os analistas da Delphi. “Em abril do ano passado, a relação put/call foi negociada em até 0,96 antes que o preço do bitcoin caísse mais de 50% em maio de 2021.”
O preço do bitcoin recuava cerca de 3,8% nas últimas 24 horas, por volta das 12h15 desta sexta-feira, para US$ 29,1 mil, mas ainda bem acima da mínima de US$ 26 mil alcançada no “crash” das criptomoedas da semana passada.
O bitcoin e seus pares devem teoricamente ser negociados independentemente dos principais mercados financeiros, mas têm se mostrado amplamente correlacionados com outros ativos sensíveis ao risco – como ações e especialmente papéis de tecnologia.
O bitcoin está sendo negociado em seus níveis mais baixos desde julho de 2021 e permanece bem longe de sua alta histórica, perto de US$ 69 mil, alcançada em novembro. Em comparação, o S&P 500 fechou na quinta-feira em seu nível mais baixo desde março de 2021, a 3.900 pontos, em meio aos temores de recessão e alta da inflação e dos juros no mundo.