Você está evitando riscos? Veja quais são os investimentos com menos sobressaltos

Renda fixa permanece no foco dos investidores
Pontos-chave:
  • Fundos de renda fixa ajudaram no resultado positivo dos primeiros seis meses desse ano

Os fundos de investimentos brasileiros registraram saldo positivo na captação líquida. O que significa, claro, que houve mais aportes do que resgates no primeiro semestre de 2022, chegando ao valor de R$ 8 bilhões. Mas nem tudo são flores, já que essa quantia é considerada baixa no comparativo com o primeiro semestre de 2021, quando a indústria atingiu R$ 206 bilhões, o maior valor da série histórica da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), iniciada em 2002.

Ponto para renda fixa

A captação positiva registrada nos primeiros seis meses desse ano foi impactada pelos fundos de renda fixa, que acumularam R$ 88,8 bilhões, considerando as entradas e as saídas de dinheiro. E esse saldo líquido também ficou abaixo do apresentado no mesmo período do ano passado, de R$ 98,9 bilhões.

Esse ativo atravessa uma escalada de aplicações por conta da alta da Selic e da Bolsa em baixa. A taxa básica de juros da economia está em 13,25% ao ano, o nível mais avançado desde o começo de 2017, e o Banco Central deixou a porta aberta para o ciclo de elevação continuar em agosto.

É preciso ter cautela

Já o Ibovespa, principal indicador de referência da bolsa brasileira, se desvalorizou 5,99% na primeira metade do ano, aos 98 mil pontos. Os analistas apontam que ainda há muitos riscos pela frente, como a inflação e a consequente subida de juros no exterior e a eleição no Brasil, que podem deixar o mercado de ações mais volátil.

Os investimentos nos fundos de renda fixa foram bastante concentrados nos produtos chamados de “duração livre” e “duração baixa”, mais e menos expostos às oscilações de juros, respectivamente. A captação da classe só não foi maior porque, em maio e junho, os fundos de renda fixa apresentaram saldo líquido negativo. O que aconteceu é que as retiradas foram concentradas em determinados produtos, o que acabou impactando a categoria toda.

Os Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs) também chamaram a atenção entre as classes que registraram aportes líquidos positivos na primeira metade do ano. As entradas, descontando as saídas, foram de R$ 31,6 bilhões.

Quais investimentos despencaram?

Já os fundos multimercados e de ações lideraram as captações líquidas negativas, respectivamente, no primeiro semestre de 2022, em meio à queda da bolsa. Assim, eles foram os responsáveis pela diminuição da captação da indústria toda em relação ao primeiro semestre de 2021.

Os fundos multimercados acumularam resgates líquidos de R$ 61,8 bilhões nos primeiros seis meses do ano, e os de ações, de R$ 49,5 bilhões. No mesmo período do ano passado, as categorias apresentaram aportes líquidos de R$ 81,4 bilhões e de R$ 3,2 bilhões, respectivamente.

As saídas dos fundos multimercados foram muito concentradas nos produtos chamados de “estratégias”, que são mais arriscados. Já os resgates dos fundos de ações foram bastante concentrados nos produtos chamados de “ativos”, que bem sabemos, é quando o gestor escolhe ativamente as ações que irão compor a carteira.

Os fundos de previdência também se destacaram entre as classes que registraram captação líquida negativa na primeira metade do ano. O resgate líquido negativo foi de R$ 1,1 bilhão.