Fundos de fundos podem ser mais voláteis, mas ainda são recomendados

Rentabilidade sobe ou desce conforme a composição da carteira e do momento do mercado
Pontos-chave:
  • Os FoFs podem ter volatilidade maior que outros fundos imobiliários
  • Investir apenas em Fundos de Fundos não é diversificar

O mercado de fundos imobiliários (FIIs) vem crescendo nos últimos anos. Uma das possibilidades de ter o ativo em carteira é pelos Fundos de Fundos, ou FoFs (do termo em inglês “funds of funds”). Os gestores desses fundos se dedicam a comprar cotas de outros FIIs, desde que não sejam FoFs. É como se o investidor terceirizasse o trabalho de seleção de ativos para um profissional com experiência nesse mercado. 

FoFs são mais voláteis? 

Os fundos imobiliários são, no geral, menos voláteis que as ações. Há, porém, a crença de que esse segmento sofra mais com a volatilidade do que outros mercados de FIIs. Danilo Bastos, analista de investimentos na Ticker Research, explica: “Em um mercado em queda, os FoFs caem porque tudo está caindo, ainda mais porque o que está na carteira dele também está caindo. Quando vem a fase de alta o inverso acontece e a tendência é que subam mais que a média do mercado”. Um levantamento feito pela Quantum Finance mostra como o retorno dos FoFs se comportou em relação aos outros setores nos últimos cinco anos. Para chegar ao retorno, a empresa considerou o preço da cota e distribuição de dividendos. Acompanhe:

Fonte: Quantum Finance

A volatilidade, porém, não pode ser considerada uma característica de todos os Fundos de Fundos. “A volatilidade dos FoFs vai depender da composição da carteira e do momento do mercado”, afirma Luis Nuin, analista da casa de análise Levante Ideias de Investimentos. 

Ainda é preciso diversificar

Os FoFs podem ser procurados por iniciantes por sua característica de constante atualização no portfólio e por ter um gestor com experiência por trás do investimento. Porém, a diversificação ainda é importante, ainda que você compre um fundo que investe em outros ativos. “Muitas pessoas confundem diversificação com comprar um FoF. Eles são bons para compor carteira, mas há concentração na estratégia do gestor daquele fundo”, explica Bastos. Ou seja, depender de um só ativo, mesmo que ele invista em dezenas de outros instrumentos, nunca é uma boa opção. 

Como saber se o preço está bom?

Na renda variável existem várias métricas para analisar o preço de um ativo e no mercado de fundos imobiliários, o P/VP (preço sobre valor patrimonial) é uma das mais utilizadas. O indicador usa o preço da cota de um FII dividido pelo valor patrimonial da cota para mostrar o quão distante o preço do papel está sendo negociado do valor de seu patrimônio. Um P/VP maior que um mostra que o valor de mercado do fundo é maior que o valor do seu patrimônio. No caso dos FoFs, é desse número que você deve fugir, segundo Danilo Bastos: “o fundo deve estar com P/VP de no máximo um, e esta é uma regra que se aplica somente para os FoFs”.