Estratégia de investimento: você sabe como criar um plano para as suas aplicações?

Uma estratégia de investimento ideal para você precisa levar em conta seus objetivos, perfil de investidor e prazos.

Você já deve ter lido por aqui, na Inteligência Financeira, sobre a importância de se ter uma boa estratégia de investimento, certo?

Afinal de contas, ter um ótimo plano para suas aplicações ajuda a ser mais assertivo na hora de escolher os ativos financeiros para aplicar o nosso rico dinheirinho.

Mas, diante disso, como identificar a melhor estratégia para garantir bons investimentos?

Estratégia de investimento: o que é e para que serve?

Bem, primeiro de tudo, é preciso compreender o que é uma estratégia de investimento.

“É um plano de ação que um investidor utiliza para a aplicação de seus recursos. Ou seja, é a forma de investir que se encaixa melhor com seus objetivos e outras variáveis que sejam importantes para você”, explica André Sandri, planejador financeiro e fundador da Educa$.

Então, mesmo com o conceito em mente, antes de definir qual será a sua estratégia de investimento, é importante entender qual é o seu perfil de investidor e quais são os seus objetivos com a aplicação do dinheiro.

É importante definir estes dois pontos porque eles vão guiar sua estratégia. Afinal de contas, um plano só funciona se estiver alinhado as suas metas e capacidades.

Mas, fique tranquilo que a gente te ajuda nessa empreitada.

Conservador, moderado ou arrojado

Portanto, vamos começar pelo perfil de investidor. Se você ainda não sabe se está no grupo dos conservadores, moderados ou arrojados, faça esse teste antes.

Basicamente, esta “avaliação” irá mostrar qual tipo de investimento é mais compatível com seu perfil. Sandri acredita, inclusive, que a definição de um investidor vai além da classificação comum do mercado.

“Cada investidor tem um relacionamento com o dinheiro e suas finanças e estes detalhes devem ser levados em consideração para a formação de uma estratégia de investimentos”, acredita.

Portanto, muito além de saber qual é o seu perfil de investidor, é importante respeitar seus limites e a forma como você cuida do seu dinheiro. O perfil é um norte, mas não necessariamente é uma regra na qual você precisa se encaixar. Anota isso aí! 

Dito isso, o planejador financeiro reuniu um guia prático dos perfis e o investimento que mais combina com cada um. Confira: 

  • Conservador: esse investidor busca baixos riscos e retorno em curto prazo. Por isso, investimentos em títulos de renda fixa, como títulos do tesouro, títulos corporativos e fundos de renda fixa são os mais indicados;
  • Moderado: este perfil, por outro lado, busca equilíbrio entre o risco e o retorno, ou seja, pode se dar bem com investimentos em ações de empresas estáveis ​​e com bom desempenho financeiro, bem como investimentos em fundos de diversos segmentos, como os de multimercado;
  • Arrojado: já os mais arriscados, com foco maior no retorno, costumam apostar em investimentos em ações de empresas em crescimento, investimentos em fundos de ações, fundos de venture capital e fundos de investimento imobiliário voltados para desenvolvimento de empreendimentos imobiliários.

Defina seus objetivos

Conhecendo seu perfil de investidor, é imprescindível, ainda, saber quais são seus objetivos. Isso porque, segundo Fabio Louzada, economista, planejador financeiro e fundador da Eu me banco, a estratégia irá mudar de acordo com o objetivo: se é de curto prazo, voltado, por exemplo, para uma viagem, ou se é de longo prazo, pensando na aposentadoria. “Sem essas informações bem definidas, não há como criar uma estratégia focada em resultados”, explica o planejador financeiro. 

Independentemente de você ser um investidor experiente ou iniciante, Louzada lembra que é preciso sempre ter paciência e resiliência com os investimentos. Isso porque alguns ativos são de longo prazo e, se você resgatar antes da hora, pode ter prejuízo. Além disso, o especialista alerta que é preciso ter calma e agir racionalmente quando, por exemplo, ver perdas. Se desesperar e agir de forma impulsiva pode piorar, e muito, a situação. 

Até aqui, conseguimos te mostrar como é importante conhecer bem qual a sua tolerância ao risco e qual seu objetivo com o investimento, certo? Bom, então agora, vamos ao próximo passo.

Tipos de estratégias

Ainda de acordo com Sandri, existem diferentes categorias de planos para aplicar o seu dinheiro. São as chamadas estratégias de:

  • crescimento;
  • investimento em renda;
  • investimento em imóveis;
  • investimento passivo ou ativo;
  • investimento em ações. 

Esta última, por exemplo, é “baseada em uma análise detalhada de determinada empresa, do seu setor e sua participação nele, levando em conta diversos fatores, como perspectiva do futuro e seus concorrentes”, conta o planejador financeiro.

E tem mais: sabia que a diversificação também pode ser utilizada como estratégia? Segundo o especialista, é possível investir em títulos de diferentes setores ou países, minimizando seus riscos. “Ou seja, cada estratégia tem suas próprias características, objetivos e riscos inerentes ao investimento”, explica Sandri.

Cuidado com falsas promessas

E fica o alerta: se alguém te oferecer uma estratégia de investimento sem conhecer seus objetivos, seu perfil de investidor e o prazo em que deseja o dinheiro aplicado, desconfie. Para Sandri, não é possível montar uma estratégia eficiente e segura sem conhecer esses fatores. “(Por isso), tome muito cuidado”, alerta.

Passo a passo

Dito isto, é hora de passar um resumo de tudo o que mostramos até agora. Com a ajuda da Patrícia Navarro Riera, sócia na FMB Investimentos, reunimos um passo a passo de como elaborar uma estratégia que seja perfeita para você. Veja só.

1. Ter um planejamento financeiro

Isto é importante para saber quais são as suas contas e, de quebra, ainda aproveitar para cortar gastos desnecessários. “Assim, sobrará mais dinheiro para investir”, conta.

2. Construa uma reserva de emergência

Mas, antes de aplicar o seu patrimônio, é preciso ter um dinheiro separado para emergências que podem surgir, como a quebra de algum item da casa, problemas de saúde ou ainda perda de emprego. A recomendação de Patrícia é separar o equivalente entre 6 a 12 meses das suas despesas.

3. Liste seus objetivos

“Assim como uma árvore, os ativos financeiros precisam de tempo para crescer”, afirma a especialista. Por isso, separe os investimentos entre os de curto prazo (até 2 anos), médio prazo ( de 3 a 10 anos) e de longo prazo (mais de 10 anos) de acordo com seus objetivos.

4. Defina seu perfil de investidor

Aqui, mesmo que você já esteja mais do que familiarizado, ainda é preciso atenção. Afinal, segundo Patrícia, “essa etapa é crucial, porque, na maioria das vezes, o sucesso financeiro de um indivíduo tem mais a ver com o comportamento dele do que com qualquer aspecto técnico ou conhecimento”. Isso significa que saber muito sobre como ou onde investir pode não ser tão importante se você não respeitar e conhecer seus limites próprios de risco e de disponibilidade. Por isso, não deixe de fazer o teste e descobrir o seu perfil de investidor: ele vai te guiar e te ajudar muito.

5. Tenha uma carteira diversificada

Afinal de contas, uma combinação de ativos, prazos e riscos que respeite os seus objetivos pode te proteger de riscos e ainda aumentar o retorno. 

Partiu estratégia de investimento

Viu só como é importante ter um bom plano para aplicar o seu dinheiro? Então, agora é com você. “Planejar seus objetivos e realizar seus sonhos, sob um cronograma do qual você tem controle, trará bem estar e sentimentos positivos para sua vida. Comece agora, mantenha a disciplina e lembre-se de ajustar ou adaptar a sua estratégia sempre que necessário”, pontua Patrícia.

E, claro, fique sempre de olho aqui na Inteligência Financeira para aprender cada vez mais sobre tudo o que envolve o mundo das finanças pessoais.

Colaboração: Daniel Navas