Veja as 10 ações recomendadas por especialistas para investir em dezembro

As atenções estarão voltadas para a PEC da Transição e para a definição sobre a equipe econômica de Lula

Entra mês, sai mês e o que todo investidor quer é a mesma coisa: fazer as contas e ver que a estratégia de investimento adotada está dando lucro.

Acabou novembro e é hora de fazer esse balanço – e pensar em como vai ficar a carteira de ações daqui para frente.

Por isso, a Inteligência Financeira ouviu analistas de mercado para saber o que eles esperam de 10 ações de setores variados. Afinal, se elas foram bem no passado e te deram lucro, podem repetir o feito neste e nos próximos meses?

Veja abaixo essas análises e, a partir delas, tome sua decisão.

Rede D’Or (RDOR3)

“Optamos por incluir Rede D’Or na carteira por entendermos que a companhia começa a entrar em um processo de recuperação de margem. Após período de forte aumento nos custos e dificuldade de elevação do ticket, vemos que a empresa começa a superar alguns dos desafios que vinha enfrentando. A Rede D’Or conseguiu em seu último resultado renegociar preços com grandes operadoras de saúde acima de dois dígitos e vêm trazendo ganhos de eficiência aos hospitais recém adquiridos. Por fim, vemos o processo de aquisição da SulAmérica cada vez mais próximo e com maiores chances de ser aprovado por todos os órgãos reguladores.” (Ativa Investimentos)

Sabesp (SBSP3)

“Adicionamos as ações de Sabesp (SBSP3) à carteira Strategy neste mês, uma vez que:

1) Sabesp vem reportando resultados superiores às nossas expectativas em função da melhora de tarifas, volumes e composição de seu mix;

2) a empresa pode observar avanços regulatórios, como a aplicação da nova estrutura tarifária a partir de 2023, que consideramos positiva;

3) temos expectativa que a companhia possa avançar em seu processo de privatização;

4) Sabesp vêm sendo negociada atualmente próxima a 0,75 Ev/RAB, razão em linha com a sua média histórica e que ainda não contempla os eventuais benefícios de um avanço no processo de privatização, quando não haveria motivos para a companhia ser transacionada abaixo da sua base de remuneração regulatória.” (Ativa)

PRIO, ex-PetroRio (PRIO3)

“Há muito tempo argumentamos que o perfil de crescimento inorgânico da PRIO (PRIO3), apoiado por um histórico inteligente de M&As e uma estratégia comprovada pelo tempo, geraria mais valor à frente. E mesmo depois de um desempenho muito forte ao longo do ano, acreditamos que há espaço para mais. A PRIO está agora em uma posição única no setor brasileiro de óleo e gás: forte curva de crescimento da produção, espaço para reduzir ainda mais os custos (breakeven) e bem capitalizada, o que deve permitir aproveitar oportunidades que ninguém mais pode no setor. E estamos confiantes de que haverá revisões de reservas mais positivas no curto prazo. Enquanto isso, o espaço para surpresas operacionais negativas é limitado principalmente a pequenos atrasos em alguns de seus projetos, algo que preservará uma relação de risco-retorno atraente para a tese, em nossa visão. Por fim, com a percepção de risco em Petrobras crescendo, a PRIO é um dos melhores veículos para quem busca exposição no setor de Óleo e Gás no Brasil. Com nossa visão ainda otimista sobre os preços do petróleo, mantemos a ação em nosso portfólio 10SIM.” (BTG Pactual)

BB Seguridade (BBSE3)

“No geral, vemos uma perspectiva de resultados muito construtiva para 2023. Dada a natureza do negócio, com 75% dos resultados operacionais anuais provenientes do que foi construído nos anos anteriores, a visibilidade dos números é muito boa para o próximo ano após um ótimo 2022 (esperamos prêmios subscritos crescerão 28% na base anual). Enquanto isso, a taxa média Selic maior e uma inflação menor no próximo ano devem impulsionar o resultado financeiro. Esperamos que a BBSE entregue um lucro líquido de R$ 7,0 bilhões em 2023 (+20% a/a). A BBSE já tem caixa para potencialmente fazer um payout de 100% no segundo semestre, implicando em um dividend yield adicional de 5%, e vemos espaço para pagar mais de 80% em 2023 (9% de yield), que é o que modelamos. Assim, negociando a 8,8x P/L 23, acreditamos que a ação parece atraente.” (BTG Pactual)

Itaú (ITUB4)

“O Itaú (ITUB4) é o principal banco do país, com R$ 2,16 trilhões em ativos. Historicamente o banco desempenha muito bem, com alta lucratividade (ROE acima de 20%) e crescimento em linha com o mercado. O Itaú sempre operou a prêmio, porém o mercado tem descontado o papel devido à ameaça das fintechs. Apesar do estrondoso sucesso inicial dos novos entrantes, estamos vendo cada vez mais dificuldades deles de emplacar corretamente a monetização das suas imensas bases de clientes, sempre baseada no pilar do crédito. Vemos no Itaú um negócio mais resiliente do que o mercado precifica, e com isso incluímos o papel na nossa carteira.” (Phil Soares, chefe de análise de ações na Órama Investimentos)

Oceanpact (OPCT3)

“Essa empresa opera embarcações de apoio para as plataformas de petróleo. Seu principal cliente é a Petrobras, mas também atende muitas das internacionais. O preço da ação caiu muito, especialmente em julho, quando foi anunciado um reajuste bastante grande fruto de uma negociação com um sindicato. Acreditamos na recuperação deste mercado, pois viemos de um longo período com pouca construção de novos barcos e pouco investimento na indústria do petróleo. Temos uma perspectiva de aumento nos investimentos, conforme os preços dos combustíveis fósseis se recuperam, e com isso a demanda por estas embarcações deve subir. Conforme o mercado não dê conta de atender aos preços solicitados, deveremos ver cada vez mais relicitações sendo feitas, com aumentos nos preços praticados.” (Phil Soares, analista da Órama)

Assaí (ASAI3)

“O Assaí (ASAI3) é uma companhia focada no segmento atacarejo, sendo o maior player puro de cash & carry do país. A empresa possui forte geração de caixa, sendo um destaque de crescimento no setor, possui estratégia e execução bem definidas para a expansão da companhia e management com vasta experiência no setor de varejo alimentar. A empresa também é destaque ESG em seu setor. O Assaí divulgou os números referentes ao terceiro trimestre de 2022, reportando métricas bastante saudáveis, com uma expansão de 30% no faturamento anual e 9% no critério mesmas lojas (SSS). A despeito das ligeiras quedas de margem (tanto margem bruta quando margem EBITDA tiveram recuos de 1,5 p.p. e 1,7 p.p., respectivamente), a companhia ainda conseguiu manter seu crescimento bastante robusto e ainda revisou os seu guidance de conversão de lojas para cima. Agora que a oferta secundária de ações do Casino passou, investidores devem acompanhar a operação de forma mais racional, conseguindo precificar melhor o crescimento da companhia para os próximos períodos.” (Fernando Siqueira, head de reseach da Guide)

Hypera (HYPE3)

“A Hypera (HYPE3) Pharma é a maior empresa farmacêutica do Brasil, em termos de receita líquida. É a única que está presente em todos os segmentos relevantes do varejo farmacêutico, com posição de liderança em diversas categorias. A Hypera divulgou seus resultados do terceiro trimestre de 2022, que vieram bastante dentro das expectativas. A empresa apresentou um crescimento de 25% na receita líquida (ano a ano) e conseguiu ‘defender’ suas margens operacionais, mostrando um bom controle de custos e despesas. O faturamento líquido da Hypera foi recorde no trimestre, totalizando R$ 2,035 bilhões. O crescimento do sell-out (métrica que avalia a venda do canal de varejo para o consumidor final) orgânico da companhia foi de aproximadamente 17%, mostrando um bom ritmo de repasse das mercadorias na ponta final. Outro ponto a ser destacado nas receitas foi o crescimento da companhia no mercado institucional, que já totalizou mais de R$ 100 milhões no trimestre (contra R$ 35 milhões no 3T21). Lembrando que esse é um foco recente da companhia, mas importante notar que já vem ganhando maior relevância. Os custos e despesas da companhia mantiveram um nível bastante controlado no último trimestre: a margem bruta teve ligeiro recuo de 0,4 p.p. na comparação anual (vindo para 63,5%), enquanto a margem EBITDA das operações continuadas teve um acréscimo marginal de 0,1 p.p., chegando em 35,7%. O lucro líquido das operações continuadas somou R$ 466 milhões no trimestre, implicando em uma margem de 23%.” (Fernando Siqueira, da Guide)

Telefônica Brasil (VIVT3)

“A Telefônica Brasil (VIVT3), detentora da marca Vivo, é a maior empresa de telecomunicações do país, líder no segmento móvel. Com um portfólio completo, sua atuação é centrada na prestação de serviços de telecomunicações fixos e móveis em todo o território nacional, contando com serviços de voz (fixos e móveis), dados móveis, banda larga fixa, ultra banda larga, TV por assinatura, tecnologia da informação e serviços digitais. Na divulgação dos resultados do 3T22, a Vivo reportou crescimento de 10,6% da receita total e de 9,3% do lucro líquido, ambos no comparativo ano a ano. Grande parte dos resultados da companhia está atrelada ao segmento móvel, sendo que 80% das receitas nesta categoria estão ligadas aos planos pós-pagos. Deste modo, a empresa possui maior previsibilidade dos seus ganhos, haja visto que clientes pós-pagos possuem menor rotatividade, aumentando a adição líquida de usuários da operadora. No atual patamar de preços, a VIVT3 opera em um suporte importante, testado diversas vezes ao longo de 2020 e 2021. Assim, entendemos que a companhia se encontra em uma sólida região de preços favorável para aportes e possíveis drivers do setor podem destravar o movimento comprador.” (Toro Investimentos)

Itaúsa (ITSA4)

A Itaúsa (ITSA4) é uma holding não operacional, constituída para centralizar as decisões financeiras e estratégias de um grupo de empresas investidas. Atualmente, as principais posições da companhia são: Itaú Unibanco, CCR, XP Inc., Dexco (ex-Duratex), Alpargatas, Copa Energia, Aegea e Nova Transportadora do Sudeste (NTS). A empresa ainda é referência em sustentabilidade e governança corporativa, estando presente em índices acionários relacionados às pautas ESG, como o ISE, o ICO2 (Índice Carbono Eficiente) e o DJSI (Dow Jones Sustainability World Index). Recentemente, a companhia conquistou a certificação Great Place to Work, reforçando o nível de satisfação dos colaboradores no ambiente de trabalho.” (Toro)