10 ações recomendadas por especialistas para investir em julho

Veja os papéis destacados por bancos, gestoras e casas de análises para o mês

A Inteligência Financeira destaca dez ações recomendadas para julho, indicadas por especialistas e que podem ser interessantes para sua carteira – dentro, claro, dos seus planos e perfil de risco.

Vale lembrar, aliás, que julho começa com a perspectiva do início de um ciclo de cortes da taxa Selic no Brasil. Assim, a queda dos juros e as projeções de inflação dentro da meta nos próximos anos tendem a aumentar o apetite por ativos de risco e favorecer o mercado de ações doméstico.

Nossa seleção, portanto, foi feita para evidenciar preferencialmente as ações que entraram ou ganharam força nas carteiras de bancos, gestoras e casas de análises para o mês.

Eletrobras (ELET3)

“Estamos incluindo Eletrobras em nossa carteira. Apesar de acreditarmos que o processo de turnaround iniciado ao final de 2022 trará boas oportunidades de destravamento de valor, como corte de custos e despesas, alteração na estratégia de vendas e ganhos potenciais de uma maior eficiência fiscal, resultados mais robustos devem levar algum tempo para aparecer.

Adicionalmente, as ações da companhia performaram abaixo do setor no acumulado do ano e, em nossa visão, oferecem uma boa oportunidade de exposição.” (Banco Safra)

Banco ABC (ABCB4)

“Uma de nossas Top Picks pra 2023, o ABC vem apresentando uma evolução operacional considerável, com a implantação de inúmeras iniciativas estruturantes ao longo dos últimos anos, como uma corretora de seguros próprios, parcerias em mercado de capitais, e a inauguração do segmento Middle Market.

No crédito, que vem crescendo de forma satisfatória, vemos boa rentabilidade sem deterioração do nível de inadimplência, historicamente baixo.

Vimos uma queda nas cotações especificamente a partir de março, reflexo, em nosso entendimento, do caso Americanas, ao qual o ABC possui de fato exposição relevante.

Uma certa recuperação nas cotações aconteceu, mas distante de outros bancos menos eficientes cujos preços subiram bastante nos últimos meses, o que, em nossa visão, representa oportunidade de compra com risco reduzido, no ABC, já que, em nossa leitura, o banco possui qualidade operacional e rentabilidade efetiva bastante superior a vários representantes do setor em bolsa.

Além disso, por se tratar de um evento inesperado e não-recorrente, o caso Americanas em pouco muda a nossa percepção de valor quanto ao ABC.” (BB Investimentos)

Caixa Seguridade (CXSE3)

“Após sua reestruturação ocorrida anteriormente ao IPO, a Caixa Seguridade passou a oferecer um modelo de negócios com maior valor ao acionista, possuindo em todas as parcerias firmadas maior participação, além da criação da sua corretora própria, que tende a impulsionar sua rentabilidade.

Com um modelo de negócios que atua o canal bancário da Caixa, vemos maior potencial de penetração entre os clientes em demais produtos.

A companhia é líder no segmento de seguro habitacional e explora também outros negócios como Previdência, Capitalização, Consórcio e Assistência, além de possuir participação em outros negócios em parceria com o Banco Pan.

A companhia apresenta um payout médio de 90% e um yield esperado para 2023 de 9% e negociada a 2,6x seu valor patrimonial, que é bem menos da metade do seu par BBSE3 (BB Seguridade).

Com bom potencial de ampliar sua rentabilidade após sua reestruturação, lucratividade, negócio de bancassurance resiliente e asset light, a Caixa Seguridade traz a combinação perfeita para uma boa pagadora de dividendos e se mostra uma ótima barganha.” (Banco Inter)

Marfrig (MRFG3)

“A Marfrig é líder global na produção de hambúrgueres e figura como uma das maiores empresa de proteína bovina do mundo. O foco da empresa é no mercado americano, onde atua através da subsidiária National Beef e realiza suas vendas predominantemente nos EUA.

A Marfrig também tem presença na América do Sul na Argentina, Brasil, Chile e Uruguai e exporta seus produtos para mais de 100 países.

O recente movimento de potencial aquisição da BRF sugere um futuro mais diversificado para a Marfrig, tanto em termos de geografias quanto em termos de proteínas, com visão positiva de longo prazo.

Acreditamos que o momento de forte correção dos preços pode ter ficado para trás, com investidores já precificando uma desaceleração no mercado norte-americano, e no Brasil a expectativa de retomada do consumo a frente. Preço-alvo em 12 meses: R$ 11,00.” (Terra Investimentos)

Fleury (FLRY3)

“O core business do Fleury é a medicina diagnóstica que atua por meio de marcas de referência, com o laboratório que carrega o mesmo nome da companhia, o laboratório a+ e marcas regionais.

Porém, seu novo planejamento estratégico vem se consolidando com sucesso, mesmos ainda nos seus primeiros passos. Sua nova estratégia é virar um ecossistema de saúde integrado, preventivo e híbrido, atendendo no B2C e B2B.

Mesmo com o foco de atendimento deste serviço ser os segmentos premium e intermediário alto, o recente posicionamento estratégico criou produtos voltados para segmentos mais baixos, como o Campana Até Você.

Além disso, é esperado o envelhecimento da população, aumentando a demanda pelos serviços de medicina diagnóstica.

Por fim, o laboratório apresenta um portfólio completo de exames e procedimentos, incluindo exames de precisão e genéticos, tendo uma divisão dentro do grupo conhecida como genômica, com o foco de seguir as novas tendências da medicina na parte genética.” (RB Investimentos)

Hapvida (HAPV3)

“Estamos incluindo Hapvida na carteira por enxergarmos menos riscos a tese após a operação de sale and leaseback feita pela companhia e, também, por acompanharmos uma melhora estrutural nos crescimentos dos custos assistenciais, enquanto a empresa faz reajustes expressivos, recuperando as margens.

Todos esses fatores somados a queda iminente dos juros nos deixam confortáveis para ter os papéis em nossa carteira.” (Ativa Investimentos)

Totvs (TOTS3)

“A Totvs é uma companhia do setor de tecnologia da informação. A empresa atua no segmento de programas e serviços e se especializou no desenvolvimento de softwares e consultoria de tecnologia. A sua divisão está em três linhas: Gestão, Business e Techfin.

Estamos otimistas com as perspectivas para a Totvs tanto em seu negócio principal, como nos complementares (marketing digital) e dos serviços financeiros, que irão continuar provendo expansão da receita e melhores margens.

Além disso, a Joint Venture (JV) com o Itaú Unibanco e a business performance têm perspectiva de forte expansão.

Destacamos também que a companhia continua ativa em sua estratégia de crescimento via aquisições.” (PagBank)

Direcional (DIRR3)

“Escolhida como Top Pick para 2023, a Direcional apresentou resultados sólidos nos últimos trimestres em razão de processo construtivo simplificado e boa gestão de obras, assim como posicionamento em regiões de menor concorrência e forte demanda.

Além disso, com as mudanças positivas observadas dentro do Minha Casa Minha Vida e um cenário de queda de juros melhorando a acessibilidade da população, a Direcional segue bem-posicionada para absorver a forte demanda e seguir com bons resultados.” (BB Investimentos)

Copasa (CSMG3)

“Matando a sede de dividendos. A Copasa é uma empresa de economia mista de capital aberto responsável pelos serviços de distribuição de água, e coleta e tratamento de esgoto no estado de Minas Gerais. A política de dividendos da Copasa prevê uma distribuição de no mínimo 25% e no máximo 50% do lucro como proventos.

Além disso, há a possibilidade de dividendos extraordinários caso certas condições de endividamento e alavancagem sejam cumpridas.

No 4T22 foi divulgado que o indicador Dív. Liquida/EBITDA dos últimos 12 meses se encontra em torno de 1,7x, patamar bem confortável. Além disso, os reservatórios da empresa se encontram em níveis bem elevados, com o Sistema Paraobeba em 99,5% de capacidade.

Entendemos que a empresa tem potencial de gerar bons resultados conforme obtenha eficiência em sua gestão operacional.

Assim, acreditamos que as margens devem melhorar em 2023 e, por consequência, o lucro da empresa. Diante disto, projetamos para 2023 um DY em torno de 6%.” (Banco Inter)

Mercado Libre (MELI34)

“A argentina Mercado Libre (Meli) é uma empresa de tecnologia que concentra em suas soluções alternativas para compradores e vendedores negociarem. Dentre suas principais plataformas destaque para o e-commerce, que carrega o nome da companhia, a fintech Mercado Pago (que traz maior segurança aos compradores) e o Mercado Envios (solução logística para e-commerce).

A Meli é líder de mercado de comércio eletrônico no México e na Argentina, onde tem soluções de logística e pagamentos em escala, bem como marketplace. A penetração do comércio eletrônico na região é menor do que no Brasil (cerca de 9% vs. cerca de 14%), então prevemos vários anos de condições favoráveis de crescimento à medida que a penetração aumenta estruturalmente.

À medida que os mercados colocam maior foco na lucratividade – não apenas no crescimento – das ações de internet e tecnologia, a Meli parece estar bem posicionada para entregar resultados.

A expansão da margem já estava em andamento antes mesmo de o cenário de taxas de juros mais altas nos EUA se tornarem uma realidade, o que diferencia a Meli de seus pares de tecnologia.

A Meli deve continuar apresentando os maiores números de crescimento do GMV-Volume Bruto de Mercadorias, superando significativamente seus pares, embora com alguma desaceleração no crédito, dadas as condições mais desafiadoras do mercado de crédito.

Para o 1º trimestre de 2023 a Meli registrou forte crescimento da receita, mantendo a tendência de rentabilidade mais saudável dos trimestres anteriores.

Com isso a companhia deve consolidar ainda mais a participação de mercado, sendo a única a registrar lucro líquido (e crescente), dentre os pares locais.” (Ágora Investimentos)