Pirâmide financeira

É um modelo de negócio fraudulento e não sustentável. Nele, participantes se tornam membros de um esquema com promessas de ganho financeiro rápido e alto, mas acabam perdendo dinheiro em algum momento.
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Uma história para você entender a pirâmide financeira 

Em novembro de 2020, a polícia do Rio de Janeiro prendeu Jonas Jaimovick, dono da JJ Invest e responsável por operar o maior esquema de pirâmide financeira do Brasil até agora. O prejuízo estimado de quem investiu no esquema chegou a R$ 170 milhões, com pelo menos 3 mil vítimas, incluindo artistas e atletas famosos. A promessa era tentadora: a operadora de investimento garantia aos clientes de 10% a 15% de lucro todo mês. 

Como funciona esse golpe? 

A expressão pirâmide vem do modelo deste negócio. Tudo começa com uma pessoa que convida um grupo para formar os “degraus” abaixo dela. Cada pessoa é responsável por recrutar seu próprio grupo. Os novos membros devem fazer um investimento inicial para entrar no esquema. Dessa forma, a base da pirâmide financeira, ou degraus inferiores, vão sustentando o topo. Ou seja, o lucro dos membros de cima não vem do retorno do investimento, mas das taxas pagas por quem entra no sistema. Com o tempo o negócio se torna insustentável, já que é impossível atrair novos participantes o suficiente para bancar toda a pirâmide. Aqueles que entram por último acabam se prejudicando e perdendo o investimento. Para se sustentar, o modelo teria que ser alimentado para sempre. 

Os esquemas de pirâmide financeira costumam ter sempre o mesmo discurso. Na maioria dos casos, eles prometem ganhos rápidos e fáceis. Os participantes são seduzidos pela narrativa de mudança de vida e de lucro. Além disso, um dos sinais mais claros de pirâmide é o foco no recrutamento de novos membros, além da ausência de um produto ou estrutura dessas instituições. Os discursos costumam ser confusos. De acordo com a lei 1.521/51, as pirâmides financeiras são consideradas crime contra a economia popular. 

Fatos sobre pirâmide financeira 

  • Um levantamento feito pelo CNDL e pelo SPC Brasil apontou que 11% dos brasileiros já perderam dinheiro com algum esquema de investimentos fraudulentos, como a pirâmide financeira. Além disso, mais da metade, 62%, não conseguiram recuperar o valor perdido. A pirâmide financeira é o tipo mais comum de fraude, citada por 55% dos consumidores.
  • Charles Ponzi foi um dos precursores da pirâmide financeira. Na década de 1910, ele convenceu milhares de norte-americanos a investirem seu dinheiro na compra de cupons postais estrangeiros, que trocariam por selos dos EUA a um preço maior. Ele prometia um ganho expressivo sobre o investimento dos participantes, porém, na verdade, alimentou uma pirâmide que eventualmente descobriram e ficou conhecida como “Esquema Ponzi”.
  • Os golpes não atingem apenas pessoas “comuns”. Diversas celebridades já caíram em esquemas de pirâmide financeira. Os atores Juliana Paes e Murilo Rosa, o comediante Sérgio Mallandro e o ex-jogador de futebol Luiz Fabiano são alguns dos nomes que já perderam dinheiro com golpes. 
  • O esquema de pirâmide financeira é crime em vários países do mundo, além do Brasil. Locais como China, Estados Unidos, Japão e Europa têm punições que envolvem o pagamento de multas e condenações com detenção de anos.  

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