Ibovespa tem melhor mês desde dezembro de 2020 e melhor 1º semestre desde 2019

Em Wall Street, o índice Nasdaq registra o melhor primeiro semestre em 40 anos

O Ibovespa iniciou a semana em tom menor, com três perdas, mas passada a expectativa, no fim da tarde de ontem, para a deliberação do Conselho Monetário Nacional (CMN) sobre a meta de inflação (tornada contínua a partir de 2025, e mantida a 3% para o ano seguinte), o índice parecia a caminho de engrenar dois dias de leve recuperação.

Nesta sexta-feira (30), a forte correção em Petrobras (ON -5,13%, PN -4,83%) impediu que o Ibovespa tocasse 10% de ganhos no mês, como sugeria mais cedo, quando ainda mostrava avanço moderado na sessão. No fechamento, prevaleceu perda de 0,25%, com o Ibovespa na mínima do dia, aos 118.087,00 pontos, e recuo de 0,75% para o índice na semana, o que interrompe série de nove ganhos semanais iniciada ainda em abril.

Nesta sexta, a reação negativa do mercado a novo corte de preço da gasolina, anunciado ainda pela manhã, foi o mote para um ajuste mais profundo nos papéis da Petrobras que, ainda assim, acumularam ganho na casa de 19% para a ON e a PN no mês – e de 37% e 43%, respectivamente, no ano. O anúncio reforça a reocupação em torno do aumento da defasagem entre o preço doméstico do combustível e a cotação externa do petróleo, em dia de alta moderada para o Brent e o WTI, em Londres e Nova York.

O dia foi negativo para o setor metálico (Vale ON -1,97%, mínima do dia no fechamento; CSN ON -6,19%) e misto para os grandes bancos (BB ON -1,20%, Itaú PN -0,25%, Bradesco PN +1,73%). Na ponta do Ibovespa, Hapvida (+4,29%), MRV (+3,58%) e Energisa (+3,38%), com Renner (-6,50%), CSN (-6,19%) e Petrobras (ON -5,13%) no canto oposto.

Ainda assim, com a gordura que havia acumulado até o dia 21 – que o colocou aos 120,4 mil pontos, no maior nível de fechamento desde abril do ano passado -, o índice da B3 avançou 9,00% em junho, superando o desempenho dos três principais índices de Nova York, que ficou entre +4,56% (Dow Jones) e +6,59% (Nasdaq) no mês. Hoje, oscilou entre a mínima do fechamento e máxima de 119.447,25, saindo de abertura aos 118.387,53 pontos. O giro subiu a R$ 32,7 bilhões nesta última sessão de junho.

O ganho de 9% foi o melhor desempenho mensal para a Bolsa brasileira desde dezembro de 2020, quando o Ibovespa subiu 9,30% – na ocasião, ainda no contexto da forte volatilidade global que marcou o primeiro ano da pandemia de covid-19. Curiosamente, está agora perto do nível em que se encontrava no fechamento daquele ano, então aos 119 mil pontos.

Contribuíram com o desempenho da Bolsa as informações sobre o possível corte da taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom. A taxa básica de juros está hoje em 13,75% ao ano. Além disso, o mercado também parece ter aprovado que a meta da inflação permaneça em 3%.

Dólar

O dólar fechou em queda nesta sexta-feira depois da divulgação dos dados de inflação do Departamento do Comércio, o PCE, nos Estados Unidos. A divisa caiu 1,19%, a R$ 4,7889, dando sequência à tendência de redução observada no pregão da quinta-feira, quando começou em alta, mas perdeu força ao longo do dia e fechou no vermelho.

  • Dólar diário: -1,19%
  • Dólar mensal: -5,60%
  • Dólar semestral: -9,27%

O DXY, índice que compara o dólar a outras moedas de economias importantes, recuou 0,42% nesta sexta, a 102,85 pontos. O índice fechou o mês com queda de 1,36% e, no semestre, acumulou desvalorização de 0,59%.

ÍndiceEm 30 de junhoVariação diaVariação mêsVariação no ano
Ibovespa118.087 -0,25%+9,00%+7,61%
Dow Jones34.407,60+0,84%-4,55%+3,8%
S&P 5004.450,38+1,23%+6,47%+15,9%
Nasdaq13.787,92+1,45%+6,59%+31,73%

Bolsas de NY

Em Wall Street, os principais índices acionários de Nova York fecharam a sexta-feira com altas expressivas após dados indicarem desaceleração da inflação nos Estados Unidos. Os ganhos confirmaram o melhor primeiro semestre em 40 anos para o Nasdaq, em sessão marcada pelo feito histórico da Apple ao se tornar a primeira empresa a encerrar pregão com valor de mercado acima de US$ 3 trilhões.

O índice Dow Jones fechou o dia em alta de 0,84%, a 34.407,60 pontos. O S&P 500 acumulou ganhos, de 1,23%, a 4.450,38 pontos. O Nasdaq saltou 1,45%, a 13.787,92 pontos.

Nesta sexta, os papéis de tecnologia lideraram a alta no pregão, com a Apple passando a marca de US$ 3 trilhão em valor de mercado. As ações da empresa encerraram o pregão com alta de 2,31%, cotadas a US$ 193,97, maior nível da história.

“A Apple teve um impulso notável depois que o Citi elevou seu preço-alvo para US$ 240. Hoje, a perspectiva da empresa permanece sólida, dado seu balanço e projetos de receita futura”, pontua Edward Moya, da Oanda.

O movimento ajudou todo o setor. Nvidia se valorizou 2,25% após analistas da Daiwa Capital elevarem o preço-alvo de suas ações, e a Tesla subiu 2,17%, na expectativa de quebrar recorde de entregas de veículos neste trimestre, com dados que serão divulgados no domingo.

Bolsas na Europa

As bolsas da Europa também fecharam em alta nesta sexta, em uma sessão na qual índices de inflação apresentaram desaceleração na alta dos preços, o que impulsionou perspectivas de menor aperto monetário por parte dos bancos centrais.

As ações europeias estão terminando a semana em alta, impulsionadas por outro relatório de inflação encorajador que em breve apoiará o fim do ciclo de aperto do Banco Central Europeu (BCE), avalia o analista da Oanda Craig Erlam.

Pesquisa da Eurostat mostrou que a taxa anual do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro desacelerou para 5,5% em junho, ante 6,1% em maio. O núcleo do CPI, porém ganhou leve força no mesmo período, passando de 5,3% para 5,4%.

Neste cenário, o índice pan-europeu Stoxx 600 teve alta de 1,19%, a 462,07 pontos. Veja os demais índices europeus:

FTSE 100: subiu 0,80% em Londres, a 7.531,53 pontos.

DAX avançou 1,26%, a 16.147,90 pontos, em Frankfurt, Alemanha.

CAC 40 teve alta de 1,19%, a 7.400,06 pontos, em Paris.

FTSE MIB subiu 1,08%, a 28.230,83 pontos, em Milão.

IBEX 35 teve alta de 0,99%, a 9.605,00 pontos, em Madri.

PSI 20 avançou 0,35%, a 5.920,31 pontos, em Lisboa.

Mês de junho

FTSE 100: subiu 0,55% em Londres.

DAX avançou 3,09%, em Frankfurt, Alemanha.

CAC 40 teve alta de 4,25%, em Paris.

FTSE MIB subiu 8,37%, em Milão.

IBEX 35 teve alta de 6,13%, em Madri.

PSI 20 avançou 3,33%, em Lisboa.

Com informações do Estadão Conteúdo