Ação da XP cai mais de 10%, após divulgação de balanço

As ações da XP, negociadas em Nasdaq, apresentam forte queda nesta quarta-feira

As ações da XP, negociadas em Nasdaq, apresentam forte queda nesta quarta-feira, com os investidores repercutindo de forma negativa o balanço do primeiro trimestre divulgado na véspera. Por volta de 12h45, os papéis recuavam 11,53%, negociados a US$ 20,87.

A captação líquida da empresa foi de R$ 46 bilhões, com queda de 33,3% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, e de 4,2% ante o último trimestre de 2021.

Mesmo sem considerar a custódia concentrada, que costuma ser mais volátil, o ingresso líquido de recursos ficou em R$ 30 bilhões ante os R$ 43 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.

A empresa fechou março com base uma base de 3,504 milhões de de clientes ativos, alta de 17% em 12 meses, mas praticamente estável ante dezembro, quando tinha 3,416 milhões.

A XP encerrou os três primeiros meses de 2022 com lucro líquido ajustado de R$ 987 milhões, avanço de 17% na comparação com o mesmo período do ano passado. O número, no entanto, representa uma queda de 9,1% em relação ao último trimestre do ano passado.

A receita bruta teve crescimento anual de 17%, para mais de R$ 3,2 bilhões.

No pregão, os mercados americanos operavam com direções contrárias, com os investidors já à espera da decisão de política monetaria do Federal Reserve, Banco Central americano.

Em relatório, analistas do Credit Suisse avaliaram o resultado como negativo para as ações devido a significativa perda de receita, principalmente liderada pelos serviços de varejo e emissor.

“As receitas de serviços de varejo e emissor foram afetadas pela distribuição e originação muito menores de instrumentos de mercado de capitais no trimestre (especialmente instrumentos de renda fixa), conforme sugerido pelos dados de mercado de capitais da Anbima. A perda de receita ocorreu apesar do XP ter um impacto positivo nas receitas institucionais das operações de derivativos de clientes”, destacaram os analistas, Marcelo Telles, Bruna Amorim e Daniel Vaz

O banco ressalta que o cenário continua desafiador, com os riscos inclinados para o lado negativo. O Credit tem recomendação neutra para a ADR, com preço-alvo de US$ 30.