ETFs: seis coisas que você precisa saber sobre o aliado dos seus investimentos

Instrumento surgiu na década de 1990 no Canadá e há muitas opções no Brasil

Os ETFs (Exchange Traded Funds) são os investimentos que mais cresceram no mundo nos últimos anos. Também conhecidos como Fundos de Índice, eles replicam índices de ações ou de outros ativos, como títulos do Tesouro, ou ainda de algum setor da economia ou tema específico.

Eles são negociados em bolsa como uma ação. Essas estratégias permitem que os investidores tenham acesso a um universo amplo de ativos de forma barata, ágil, transparente e diversificada. 

Quando surgiram os ETFs?

Este instrumento surgiu na década de 1990 no Canadá, mas ficou mais conhecido após a crise financeira de 2007/2008, quando os investidores passaram a buscar produtos com maior transparência, liquidez e com custo barato. Desde então, o mercado de ETFs tem crescido a uma velocidade relevante, tendo atingido a marca recorde recente de US$ 10,32 trilhões de dólares em recursos.

O mercado norte-americano representa a maior parte desse patrimônio, com aproximadamente 70% do volume total. A Europa detém a segunda maior parcela, com 15%, estando o saldo pulverizado em diversas geografias.

No Brasil, o primeiro ETF surgiu há quase 20 anos e replica o índice IBrX-50 da B3, formado pelas 50 empresas mais negociadas na bolsa de valores. Desde então, o mercado vem se expandindo e se sofisticando, sendo listados ETFs de renda fixa, renda variável internacional e de ativos digitais.

Brasileiros hoje têm muitas opções de ETFs

Hoje já existem quase 100 ETFs disponíveis para os investidores brasileiros, mas vale notar que todos esses ETFs somam apenas R$ 40 bilhões, uma fração muito tímida quando os comparamos com a experiência internacional e o potencial do mercado brasileiro, considerando a indústria de investimentos.

Importante destacar que os ETFs tem em si um poder de democratização muito grande, pois em sua grande maioria podem ser acessados com menos de R$ 100.

Quais são as vantagens dos ETFs

Mas vamos falar mais sobre as vantagens deste instrumento que ainda tem uma longa jornada pela frente quando pensamos em investimentos:

  1. São estratégias diversificadas, trazendo assim o benefício de não concentrarmos os nossos investimentos em apenas uma ação e/ou título específico;
  2. Os ETFs também se tornaram populares pelo seu baixo custo, uma vez que as taxas de administração são em média de 0,25% a.a.;
  3. Ao investir em um ETF sabemos exatamente o que estamos comprando, pois além de terem seus valores divulgados ao longo do dia, os ativos que compõe as estratégias são divulgados diariamente em sites dos respectivos gestores;
  4. Como vimos anteriormente, os ETFs são listados em bolsa e assim podem ser comprados e vendidos como uma simples operação de corretora, trazendo uma agilidade importante para o investidor;
  5. Os ativos que compõe os portfolios dos ETFs podem ser alugados gerando uma renda, o que é revertido para o cotista. Em muitos casos, essa operação acaba por mais do que compensar a taxa de administração paga;
  6. Por último, dois pontos importante sobre a tributação: os ETFs no mercado brasileiro não têm o chamado come-cotas e tampouco pagam IOF, ambos fatos que penalizam os investidores.

Mas o investidor precisa estar atento para algumas questões: os ETFs não possuem a isenção de Imposto de Renda que as ações possuem para volumes inferiores a R$ 20 mil e, no caso dos ETFs de renda variável, o responsável pelo recolhimento tributário é o próprio investidor, que deve pagar o imposto via DARF. No ETF de renda fixa, isso não é necessário, dado que a corretora recolhe o imposto automaticamente na liquidação da venda.

Estamos ainda bem aquém do potencial deste instrumento, mas considerando o ganho de maturidade que os investidores estão tendo ao pensar sobre investimentos e a direção de cada vez mais transparência sobre os produtos e serviços financeiros, fica difícil não concordar que os ETFs são um aliado relevante nessa jornada.