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Exclusivo: 30 ações que mais subiram desde suas estreias na bolsa
Um levantamento feito pela Economatica, a pedido da Inteligência Financeira, mostra as 30 ações que mais subiram na bolsa de valores. Assim, os papeis que registraram maiores altas desde seus IPOs (oferta pública de ações, ou seja, quando passaram a comercializar ações) vão desde agropecuária a serviços financeiros.
Aliás, neste histórico da bolsa de valores, entre as empresas com maior valorização de ações, a liderança fica com a companhia de máquinas e equipamentos WEG (WEGE3), com aumento 70.544%, desde 1991. Sim: mais de 70.000% de aumento!
As 5 ações que mais valorizaram desde seus IPOs
Antes de listarmos as 30 ações que mais subiram (veja mais abaixo a tabela completa), vamos revelar as 5 mais bem colocadas e quais as perspectivas para o futuro de suas empresas.
#1 Weg (WEG3)
Depois de ser considerada a empresa que mais gerou bilionários no Brasil, a WEG (WEGE3) passou a chamar a atenção de investidores. Pois bem, não é à toa que é a líder entre as 30 ações com maiores crescimento da bolsa desde suas estreias.
Aliás, a WEG (WEGE3) é uma multinacional brasileira e uma das maiores fabricantes de equipamentos elétricos do mundo. Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos e pós-graduado em análise financeira, fala um pouco sobre a companhia.
“A WEG teve resultados excepcionais em 2022. Além disso, ela também fabrica motores para produção de energia, se tornando destaque internacional, inclusive aumentando suas vendas para a Ucrânia com o a guerra”, afirma.
Ricardo lembra, também, que a companhia tem sido uma opção para quem pensa no mercado de carros elétricos.
Por isso, de olho no potencial mercado de mobilidade elétrica e sistemas de armazenamento de energia que o Brasil tem, a WEG (WEGE3) investirá R$ 100 milhões de capital próprio para construir um novo complexo fabril para atender a demanda crescente do mercado.
No entanto, o único ponto de exposição, é quanto à exposição ao dólar. “Ela está bem exposta ao mercado internacional, então a gente está falando de oscilação de dólar, o que poderia afetar os resultados dela”, diz.
#2 Raia Drogasil (RADL3)
Empresa líder no mercado brasileiro de drogarias, em receita e número de lojas, com mais de 2,6 mil farmácias, foi criada a partir da fusão entre Raia S.A. e Drogasil S.A.
Aliás, a empresa teve receita bruta de cerca de R$ 25,6 bilhões em 2021 e divulga no próximo dia 7 os resultados do quarto trimestre do ano passado. E é por isso que é a segunda colocada entre as 30 ações com maiores crescimento da bolsa.
Mas Ricardo lembra que a empresa está em expansão e quer abrir mais 260 unidades por ano entre 2022 a 2025. “A gente está falando de um aumento de mais de 20% no número de lojas. Além disso, ela tem uma estratégia de coletar dados dos clientes das lojas físicas também para converter para o digital”, afirma.
Assim, dentro dessa estratégia, tem investido também no aumento do LTV (life time value). Ele explica que são ações para que o cliente continue comprando produtos a longo prazo dentro da companhia.
Além disso, ele lembra que o setor é bem resiliente a crises. “Não vou falar que é à prova de pandemia, mas consegue passar por por situações mais adversas. A empresa é outstanding, ela conseguiu se firmar, e é difícil alguém chegar nesse nível”, comenta.
Ele explica, aliás, que a empresa gera receita também com venda de espaços publicitários dentro das drogarias.
“Por isso, produtos expostos ou com destaque tem propaganda dentro das lojas. Isso gera receita relevante para a empresa. Ela tem mostrado essa expansão, funcionando muito redonda. Portanto, não vejo grandes problemas para 2023”, diz.
Ambev (ABEV3)
A Ambev (ABEV3) é integrante do grupo que forma a maior cervejaria do mundo, a AB Inbev. Mas no início do mês passado, o escândalo envolvendo a Americanas (AMER3) começou a respingar na empresa controlada pelo grupo 3G, donos majoritários dos dois negócios.
Aliás, a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), que representa produtores menores do que a Ambev, alertou por meio da Revista Veja, sobre possível rombo também na companhia, negado pela Ambev (ABEV3).
Além disso, com essas incertezas, Ricardo aponta outras questões a serem observadas no valor futuro da empresa. “A Ambev está totalmente ligada à inflação. Quanto maior a inflação, pior para a Ambev, quanto menor a inflação, melhor para ela. A gente vê o IPCA dando sinais de alta agora no Brasil”, diz.
Mas também, no cenário internacional, Ricardo aponta desafios no horizonte. “A gente vê um governo americano ainda tendo que subir juros, e os dois principais mercados na América do Sul, Argentina e Chile, com problemas inflacionários, o que deve refletir nos resultados da Ambev”, diz.
Além disso, ele diz que o preço sobre lucro das ações está negociado em valores elevados. “Está batendo em 19 vezes. Ela para curto prazo é considerada uma ação cara”, afirma.
Aliás, apesar dos desafios, ela é a terceira colocada entre 30 ações com maiores crescimento da bolsa desde suas estreias.
Telefônica Brasil (VIVT3)
A Telefônica Brasil S.A., detentora da marca Vivo, é a maior empresa de telecomunicações do país, com 33 mil colaboradores diretos, 101 mil prestadores de serviços e 112 milhões de acessos na operação móvel e fixa.
Além disso, a empresa segue na liderança absoluta no segmento móvel, com 97 milhões de linhas em operação, o correspondente a 38,1% do total de linhas ativas no Brasil.
No entanto, no quarto trimestre, registrou lucro de R$ 1,12 bilhão, recuo de 57% em relação ao apurado no mesmo intervalo do ano anterior. Entre janeiro e dezembro o lucro foi de R$ 4,05 bilhões, queda de 35%.
Mas também, a contração foi impactada pelo reconhecimento, no quarto trimestre de 2021, de crédito fiscal no valor de R$ 1,4 bilhão.
Aliás, o valor se refere à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a IRPJ e da CSLL sobre as correções à taxa Selic recebidas em razão da devolução de impostos recolhidos indevidamente.
Já para o Banco Safra, a perspectiva é positiva. “A empresa também anunciou dividendos (1,4% de rendimento) e divulgou planos de redução de capital (~7,5% do valor de mercado), o que vemos como outro ponto positivo para a empresa. Reiteramos nosso rating de Compra para VIVT3, com um preço-alvo para 2023 de R$57/ação”
E por isso, significaria alta de cerca de 45% sobre o fechamento do dia 1 de março, R$ 38. E por isso, ela é a quarta colocada entre 30 ações com maiores crescimento da bolsa desde suas estreias.
Itaú (ITUB4)
O Itaú Unibanco (ITUB4), maior instituição financeira da América Latina, reportou um lucro líquido recorrente de R$ 7,668 bilhões no quarto trimestre de 2022. Isto é, uma alta de 7,1% na comparação com o mesmo período de 2021. No período, o ROE (retorno sobre o patrimônio) ficou em 19,3%.
Além disso, no acumulado do ano, o banco obteve um resultado recorrente gerencial de R$ 30,8 bilhões – o maior de sua história, um avanço de 14,5% ante 2021, e um ROE gerencial de 20,3%, 1 ponto percentual acima do ano anterior.
Aliás, sem citar o nome “Americanas”, o Itaú afirmou no comunicado que fez um reforço na Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PDD) para cobrir 100% da exposição, gerando um impacto de R$ 719 milhões no resultado recorrente.
Mas também, a dívida total com o banco é de R$ 2,7 bilhões. De acordo com Ricardo, o restante desse provisionamento deve aparecer nos próximos resultados. “Ainda tem um calote de R$ 2 bilhões. A princípio, não há perspectiva de recuperação desse crédito”, diz.
Além disso, ele diz que o impacto das dívidas da Americanas (AMER3) sobre o Bradesco, deixou investidores de olho na qualidade das dívidas dos bancos. “É um setor que por mais que as pessoas digam que está barato, dá para ficar um pouco receoso”, diz.
Assim, o banco é o quinto colocado entre 30 ações com maiores crescimento da bolsa desde suas estreias.
Quanto renderia R$ 1 mil nas ações com maior crescimento?
Pois bem, se você tivesse colocado R$ 1 mil, em moeda atual, no IPO da WEG (WEGE3), hoje você teria R$ 706.440. Que tal?
Além disso, fica provado mais uma vez que investir a longo prazo pode ser uma ótima opção. Vale lembrar que todos esses cálculos foram feitos já excluindo a inflação.
Mas além da WEG, a Raia Drogasil SA (RADL3) também teria sido uma ótima aplicação entre as ações que mais subiram. Afinal, em segundo lugar no ranking, a rede de drogarias teve valorização de ações em 22.028%. Dessa forma, os mesmos R$ 1 mil aplicados teriam virado R$ 221.280.
Na terceira posição entre as ações que mais subiram na B3, a bolsa de valores brasileira, temos a Ambev (ABEV3). De acordo com o levantamento, a empresa de bebidas teve valorização de ações na ordem de 16.792% desde seu IPO.
Portanto, os mesmos R$ 1 mil teriam se multiplicado para R$168.920 desde o início da série histórica.
Já em quarto lugar, o ranking aponta a Telefônica Brasil SA (VIVT3), controladora da VIVO, com uma valorização de ações de 12.211%. Assim, quem aplicou cerca de R$ 1 mil, sacaria hoje R$ 123.110.
Por outro lado, fechando a lista das cinco empresas entre as ações com maior crescimento, aparece o Itaú Unibanco (ITUB4), com valorização de ações em 9.164%. Ou seja, quem aplicou R$ 1 mil no maior banco da América Latina hoje teria R$ 92.640.
Ações que mais subiram desde suas estreias na B3
Posição | Empresa | Ação | Variação | Setor | Estreia na bolsa |
1 | WEG | WEG3 | 70.544% | Máquinas e equipamentos | 1991 |
2 | Raia Drogasil | RADL3 | 22.028% | Comércio e Distribuição | 1996 |
3 | Ambev | ABEV3 | 16.792% | Bebidas | 1988 |
4 | Telefônica | VIVT3 | 12.211% | Telecomunicações | 1986 |
5 | Itaú Unibanco | ITUB4 | 9.164% | Intermediários Financeiros | 1986 |
6 | Vale | VALE3 | 7.594% | Mineração | 1993 |
7 | Lojas Renner | LREN3 | 6.344% | Comércio | 1993 |
8 | Itaúsa | ITSA4 | 5.087% | Intermediários Financeiros | 1986 |
9 | Gerdau | GGBR4 | 4.095% | Siderurgia e Metalurgia | 1988 |
10 | Petrobras | PETR3 | 3.486% | Petróleo, gás e biocombustíveis | 1986 |
11 | CSN | CSNA3 | 3.446% | Siderurgia e Metalurgia | 1993 |
12 | Cemig | CMIG4 | 3.105% | Energia Elétrica | 1986 |
13 | Localiza | RENT3 | 2.560% | Diversos | 2005 |
14 | Eletrobras | ELET6 | 2.508% | Energia Elétrica | 1989 |
15 | Engie Brasil | EGIE3 | 2.181% | Energia Elétrica | 1988 |
16 | Petrobras | PETR4 | 1.527% | Petróleo, gás e biocombustíveis | 1986 |
17 | Sabesp | SBSP3 | 1.505% | Água e Saneamento | 1996 |
18 | Bradesco | BBDC4 | 1.471% | Intermediários Financeiros | 1986 |
19 | Bradesco | BBDC3 | 1.457% | Intermediários Financeiros | 1986 |
20 | Taesa | TAEE11 | 1.105% | Energia Elétrica | 2006 |
21 | Gerdau Metalúrgica | GOAU4 | 850% | Siderurgia e Metalurgia | 1986 |
22 | Equatorial | EQTL3 | 762% | Energia Elétrica | 2008 |
23 | Usiminas | USIM5 | 608% | Siderurgia e Metalurgia | 1991 |
24 | Totvs | TOTS3 | 594% | Programas e Serviços | 2006 |
25 | CCR | CCR03 | 552% | Transporte | 2002 |
26 | Assaí | ASAI3 | 458% | Comércio e Distribuição | 2021 |
27 | Bradespar | BRAP4 | 454% | Mineração | 2000 |
28 | TIM | TIMS3 | 418% | Telecomunicações | 1998 |
29 | SLC Agrícola | SLCE3 | 411% | Agropecuária | 2007 |
30 | Copel | CPLE6 | 327% | Energia Elétrica | 1997 |
Por que investir pensando no longo prazo?
Atenção: é sempre bom lembrar que a valorização passada não é garantia de ganhos futuros.
Então, por que olhar para o histórico dos ativos? Porque é essa história que te ajuda e entender a estratégia do gestor ou como os investidores vêm reagindo a um determinado papel, como é o caso deste levantamento.
Por isso, o melhor dos mundos é você pensar no longo prazo. Ainda que o Brasil seja imprevisível e que algumas regras mudem de uma hora para outra.
Agora, como ter uma visão estratégica para investimentos de longo prazo? Isto é o que Marcus Labarthe, da GT Investimentos, conversou com a Inteligência Financeira no vídeo abaixo:
Commodities se destacam entre ações com maiores crescimento
Hugo Baeta, head de ações da AF Invest destaca a quantidade de empresas ligadas ao setor de commodities no ranking. Assim, ele diz que “o que chama atenção aí olhando para essa tabela como um todo, não só os cinco primeiros, são setores que elas atuam. Muita das companhias aí são no setor de commodities”.
Aliás, ele fala que o Brasil tem vantagem competitiva neste mercado e que nossas empresas estão entre as melhores do mundo. “Nosso custo de produção é muito baixo porque nosso câmbio é desvalorizado em relação ao restante do mundo e nossa mão de obra é muito barata. Então as empresas brasileiras de commodity são realmente as melhores do mundo”, afirma.
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