Vale (VALE3): por que investir (ou não) em ações da companhia?

Não tome uma decisão sem ler este guia sobre a VALE3

Na manhã da segunda-feira, 8 de maio, as ações da Vale junto com as do Itaú representavam 85% da queda do Ibovespa. Isso mostra o peso das ações da mineradora sobre o índices mais importante da bolsa. A queda sucedeu a apresentação do balanço da empresa, que veio pior que o esperado pelo mercado.

Você tem acompanhado o desempenho das ações da Vale (VALE3), se interessa pelos fundamentos da empresa, mas está em dúvida se deve ou não investir nos papeis da companhia? Pois bem: antes de bater o martelo, vamos te mostrar todas as informações que podem te ajudar – entre prós e contras. Afinal, a melhor maneira de se tomar uma decisão é ter o maior número de informações sobre uma empresa.

O que é a Vale?

Na sua criação, em 1942, a Vale era uma empresa estatal e se chamava Companhia Vale do Rio Doce.

Contudo, atualmente ela é uma empresa privada que está entre as maiores mineradoras do mundo. Isto porque conta com operação em cerca de 20 países e atuação em energia, logística (ferrovias, portos, terminais e infraestrutura de última geração) e siderurgia.

Desse modo, no Brasil a Vale ocupa o topo do ranking das empresas com os maiores lucros, segundo a consultoria Economatica.

Como comprar ações da Vale?

As ações da Vale são negociadas na B3, a Bolsa de Valores brasileira, que fica na cidade de São Paulo (SP). A Vale está sob o ticker VALE3.

Assim sendo, para comprar papéis da empresa, é necessário que você tenha uma conta aberta em alguma corretora. Em seguida, tendo o contato com a corretora, vá ao home broker durante o período de funcionamento da B3, das 10h às 17h, de segunda a sexta, e envie uma solicitação (ordem) de compra da VALE3.

“Caso o preço que você tenha estabelecido na ordem de compra tenha um vendedor, a operação é efetuada. Nesse sentido, você pode se dizer acionista da Vale”, afirma Gabriel Tinem, analista do Setor de Mineração, Siderurgia e Telecomunicações da Genial Investimentos.

O que esperar da VALE3?

Para você tomar sua decisão, considere os dois lados dessa história: os dados positivos e os nem tanto assim. Assim como explica Felipe Miranda, estrategista-chefe e sócio-fundador da casa de análise Empiricus na Entrevista da Semana abaixo:

O que você deve levar em consideração ao investir?

No caso da Vale, você tem pontos importantes para levar em conta, incluindo o desempenho da China. Da China? Sim. Pois bem, veja abaixo:

Por que você deve investir na Vale?

Antes de responder essa pergunta, é interessante entender o contexto em que a Vale está inserida.

Como destaca Gabriel Tinem, os principais pontos a observar sobre a Vale são:

  • é a maior empresa mineradora do Brasil;
  • seu grande consumidor é a China;
  • tem um minério de altíssima qualidade, qualidade esta que oferece mais agilidade e menos poluição para os processos siderúrgicos e coloca o valor do seu produto acima dos de referência.

Agora vamos às considerações. “Como a política do seu principal cliente, a China, é de reduzir as emissões de carbono, a Vale encontra-se numa posição privilegiada”, afirma o analista da Genial.

Por que você deve ser crítico ao investir na Vale?

Ao mesmo tempo, porém, a empresa tem de lidar com incertezas em relação ao mercado imobiliário na China, que, afinal, é o grande consumidor de aço, que tem como matéria prima o minério de ferro.

Além disso, tem de lidar com o risco de recessão pelo mundo, que intensifica os temores e reduz o desejo do mercado em geral de se envolver em ativos de risco, como é o caso das ações.

“Mas caso a recessão não se materialize e o cenário se torne mais claro, a expectativa é que a empresa gere bastante caixa. Isso permite não apenas a expansão dos seus negócios, mas também remunerações massivas aos seus investidores, seja na forma de dividendos, ou em forma de recompra de ações”, afirma Gabriel Tinem.

O analista acredita na tese da companhia apoiada por uma rede logística interna altamente integrada e com minérios de qualidade inigualáveis. “Portanto, a nossa recomendação atual é de compra, com preço-alvo de R$ 90,00”, diz ele.

João Gabriel Abdouni, analista da Inv, vai na mesma linha. Lembrando que a Vale é uma das maiores mineradoras do mundo, e que produz 325 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, ele também recomenda o investimento.

“A empresa é muito lucrativa, possui um baixo endividamento e tem pagado 20% de dividendos nos últimos anos, aproveitando-se do minério de ferro que, atualmente, negocia próximo dos 110 dólares por tonelada”, justifica.

Como foram os últimos pagamentos de dividendos da Vale

Em fevereiro de 2022, a Vale fez uma distribuição de dividendos que totalizou R$ 3,70 por ação. Ou seja, um total de US$ 3,5 bilhões, ou melhor ainda: R$ 18,5 bilhões.

“Ainda mais recentemente, a empresa aprovou a distribuição de R$ 3,57 por ação, sendo R$ 1,54 por ação como juros sobre capital próprio ou JCP (uma outra forma de remunerar o investidor) e R$ 2,03 por ação para dividendos, o que totalizou R$ 16,2 bilhões”, lembra Gabriel Tinem.

Dessa forma, até agora, a empresa já observou o equivalente a 10% de dividend yield (retorno na forma de dividendos).

Visto que nas projeções da Genial ainda existe espaço para o pagamento de mais dividendos até o fim do ano, o total deve ser de cerca de 15% de dividend yield no acumulado de 2022.

“Outro ponto relevante é que a empresa, durante a divulgação de resultados do primeiro trimestre de 2022, também anunciou o programa de recompra de ações de até 500 milhões de ações ordinárias até o quatro trimestre de 2023, o que também remunera o investidor”, diz ele.

“Além disso, mais recentemente, na divulgação do segundo trimestre deste ano, a empresa aprovou o cancelamento de cerca de 4,4% do total de ações ordinárias. Isso aumenta as métricas relativas e é visto com bons olhos pelos investidores”, destaca.

Quando a VALE3 paga dividendos?

Esta é uma pergunta bem frequente, que João Gabriel Abdouni, da Inv, responde de forma objetiva. Em outras palavras, a empresa costuma pagar esses 20% (caso a lucratividade seja mantida) três vezes ao ano, usualmente em março, junho e setembro.