Renda fixa incentivada: descubra o melhor investimento para o seu perfil

Com uma característica bem específica, ativos podem oferecer remunerações superiores a outros títulos

O mundo dos investimentos de renda fixa é bastante amplo. Afinal, existem diversos produtos e classificações. São os produtos prefixados, pós-fixados, híbridos. Mas não para por aí. Você sabe, por exemplo, o que é renda fixa incentivada?

Mas antes de respondermos essa questão, vale lembrar que o investimento em renda fixa envolve essencialmente o empréstimo de dinheiro por parte do investidor para um tomador, com uma taxa de juros e um prazo predefinidos. “Essa modalidade de investimento pode ser classificada como incentivada ou não. E a diferença entre ambos se dá principalmente pela tributação dos rendimentos”, explica Vinícius Rodrigues, Especialista em Investimentos CEA do Grupo Fractal

O que é renda fixa incentivada?

Então, basicamente, na renda fixa incentivada, os investimentos são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas. Enquanto na não incentivada há incidência de IR, que varia entre 15% e 22,5% sobre os rendimentos.

E os principais produtos que fazem parte da renda fixa que não precisam pagar Imposto de Renda são:

  • Debêntures incentivadas;
  • Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA);
  • Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI);
  • Letras de Crédito Imobiliário (LCI);
  • Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).

“Esses produtos, de forma simplificada, representam empréstimos que empresas tomam para financiar suas operações, concordando em pagar juros aos investidores ao longo do tempo”, fala Rodrigues.

Por dentro dos investimentos da renda fixa livre de IR

Claro que é bastante importante conhecer mais sobre cada um desses produtos. Afinal de contas, essa é a melhor forma de você ser mais certeiro nas escolhas dos ativos financeiros que farão parte da sua carteira.

Desse modo, vale saber que LCI e LCA são títulos de dívida emitidos por instituições financeiras. “Portanto, o banco captará os recursos do investidor, emitindo os títulos. Posteriormente, o valor captado pelo banco será repassado às empresas que necessitam desses recursos para investir nos setores imobiliários ou do agronegócio”, esclarece Melvin Mello, assessor de investimentos da Rio Capital.

Inclusive, esses investimentos, por serem emitidos por instituições financeiras, contam com a segurança do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Assim, o FGC garante o recebimento do dinheiro por parte do investidor, até R$ 250 mil por CPF, em caso de insolvência ou liquidação extrajudicial da instituição financeira.

Crédito privado sem IR

Já os CRAs e CRIs são ativos de renda fixa incentivada emitidos por empresas securitizadoras com o intuito de financiar atividades ligadas aos setores agrícola e imobiliário. “Dentro de crédito privado também temos as debêntures incentivadas, que são dívidas emitidas por empresas em troca de uma taxa para captação de recursos para projetos de infraestrutura”, conta Mello.

Vale saber, aliás, que esses ativos não possuem a garantia do FGC. E isso acaba trazendo um maior risco ao investir nesses produtos.

“O que é acontece é que para atrair investidores e captar recursos, as empresas oferecem taxas de juros mais altas do que as pagas pelos títulos emitidos por instituições financeiras. Portanto, embora ofereçam uma rentabilidade maior, os investimentos nesses produtos estão sujeitos a maior risco em comparação com os títulos garantidos pelo FGC”, explica Vinícius Rodrigues.

Benefícios de investir em renda fixa sem cobrança do Leão

Então, seja com ou sem a proteção do Fundo Garantidor de Crédito, investir nessa categoria de ativos tem claro suas benfeitorias.

“Os benefícios de investir em renda fixa que não cobram Imposto de Renda incluem a possibilidade de obter uma remuneração atrativa. Que muitas vezes é superior a oferecida por investimentos tradicionais de renda fixa, como os títulos do Tesouro Direto. Além disso, a isenção de Imposto de Renda pode aumentar ainda mais a rentabilidade líquida do investimento”, afirma Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management.

Sem esquecer, claro, das benfeitorias da renda fixa tradicional, como baixo risco e previsibilidade de rendimentos.

Quais são os riscos?

Embora os investimentos em renda fixa, incluindo aqueles incentivados, sejam geralmente considerados menos arriscados do que os investimentos em renda variável, é importante destacar alguns pontos não tão positivos.

“O primeiro é o risco de crédito, associado à possibilidade de o emissor do título não cumprir suas obrigações de pagamento”, diz Rodrigues. Mas importante lembrar que esse problema se dá em CRAs, CRIs e debêntures incentivadas. Já que esse não possuem a proteçao do FGC.

O segundo risco, de acordo com o especialista em investimentos, é o de mercado, que se refere às possíveis mudanças na taxa de juros e seu impacto no valor dos títulos. “Se a taxa de juros aumentar, o valor dos títulos tende a cair, e vice-versa”, conta.

Por fim, há o risco de liquidez. Que é a possibilidade de o investidor não conseguir vender o título no mercado secundário. Isso caso precise do dinheiro antes do prazo de vencimento, ou necessite vendê-lo a um valor significativamente abaixo do valor de mercado.

Qual é o melhor produto para cada perfil de investidor?

Bem, então agora que você já sabe o que é renda fixa que não paga IR, prós e contras, é hora de partir para a prática.

Por isso, pedimos aos especialistas que indicassem quais são os melhores investimentos para a carteira de cada perfil de investidor. Veja só:

Conservadores de olho no FGC

Para investidores mais conservadores, é recomendável que uma parcela significativa de sua carteira esteja em produtos que ofereçam uma maior segurança e previsibilidade de retorno, como LCIs e LCAs.

Sem esquecer que esses ativos possuem a garantia do FGC.

“É importante, no entanto, ter o cuidado de não ultrapassar o limite de R$ 250 mil investidos na mesma instituição financeira”, alerta Vinícius Rodrigues.

Moderados devem arriscar um pouco mais

O investidor com perfil moderado pode buscar um equilíbrio na carteira, distribuindo as alocações de forma semelhante entre títulos emitidos por instituições financeiras e por empresas.

“Por isso, é possível investir em uma combinação de produtos de renda fixa livre de IR, como as debêntures incentivadas e os CRAs e CRIs. E assim, obter uma maior diversificação da carteira e um potencial de retorno mais elevado”, comenta Fabrício Gonçalvez.

Arrojados em busca de maior retorno

Para o perfil avançado, os melhores produtos de renda fixa isentas de IR são aqueles que oferecem uma maior rentabilidade.

“Mesmo que isso envolva um maior risco, como as debêntures incentivadas de empresas com boa saúde financeira e os CRAs e CRIs de emissores bem avaliados”, finaliza Gonçalvez.