Qual é o melhor Tesouro Direto para investir quando se tem 30 anos?

Millenials são os brasileiros que mais investem em títulos públicos, de acordo com o Raio-X da Anbima

Os millenials, a geração que tem entre 28 e 42 anos, são os que mais investem no Tesouro Direto. De acordo com o Raio-X do Investidor da Anbima. Assim, 3% desse público aplica nos títulos públicos, contra 2% da média nacional. Mas qual o melhor Tesouro Direto para investir quando se tem essa faixa etária?

Afinal, esta é a época em que muitos brasileiros começam a pensar em dar um passo além na vida financeira. Seja comprar uma casa ou um carro, seja casar ou fazer alguma capacitação fora do país. Para Fabrício Silvestre, analista de renda fixa da Levante Inside Corp, o Tesouro Direto pode, sim, ser um bom mecanismo para esses objetivos, desde que se atente aos prazos e às regras do produto.

Em entrevista à Inteligência Financeira, o especialista te ajuda a descobrir qual o melhor Tesouro Direto para investir quando se tem cerca de 30 anos. Sabendo que a idade importa, mas que seus objetivos e planos serão decisivos para escolher o título que melhor se encaixa.

Se você for um pouco mais jovem e quer saber que erro uma pessoa de 20 anos não pode cometer ao investir no Tesouro Direto, a Inteligência Financeira preparou esta reportagem para você.

Qual o melhor Tesouro Direto para investir quando se tem 30 anos?

Em uma perspectiva geral, diz Fabrício, “quando estamos falando de um investidor jovem, a prioridade é uma alocação maior em títulos com vencimentos mais longos”. Ou seja, como você está mais distante de uma aposentadoria, por exemplo, pode aproveitar mais os efeitos dos juros compostos.

Ele cita um título específico neste momento. “O Tesouro IPCA+, com vencimento em 2045, está com uma valorização de 6,18% em termos reais, o que garante o poder de compra do investidor e tem um retorno em termos reais bastante atrativo”, afirma o analista de renda fixa.

A taxa de rentabilidade foi consultada nesta terça-feira (7) e varia diariamente. Para saber o valor deste momento, consulte o site oficial do Tesouro Direto.

O especialista pondera que esse título é um investimento de longo prazo e que se o investidor pretende utilizar o dinheiro em um prazo mais curto, deve considerar isso na escolha.

“O Tesouro Direto tem muitas possibilidades de vencimentos”, diz. “O investidor pode fazer suas alocações de acordo com o prazo que pretende exercer a compra, por exemplo”, diz.

Vale lembrar que o Tesouro IPCA+ só garante a rentabilidade combinada no momento do investimento caso a aplicação seja levada até o vencimento do título. Em caso de retirada antecipada, o investidor estará sujeito à marcação a mercado, o que pode tanto proporcionar ganhos mais elevados quanto incorrer em perdas.

Como investir no Tesouro Direto para comprar uma casa

O Raio-X da Anbima mostra que o grande objetivo dos brasileiros ao investir é comprar a casa própria. São 33% dos entrevistados que declaram essa como a sua meta, contra 30% de 2022. Portanto, nada mais justo do que pensar como o investidor pode usar o Tesouro Direto para alcançar esse objetivo.

O analista Fabrício Silvestre, da Levante, cita duas opções. Uma é quando o investidor pretende dar entrada em breve, nos próximos anos. Nesse caso, a melhor opção é optar pelo Tesouro Selic. “Se já tem o dinheiro da entrada e pretende fazer em breve, em até 2 anos, o ideal é deixar no Tesouro Selic, o que vai garantir uma liquidez elevada e baixa variabilidade”, afirma.

Por outro lado, se o objetivo é se preparar para daqui a alguns anos, é possível ver se há outras opções. Com um prazo maior, passa a ser importante se proteger do risco da inflação corroer seu patrimônio. Ou seja, se a ideia é usar esse dinheiro daqui 5 anos, o Tesouro IPCA+ 2029 pode ser uma opção, diz o especialista.

“Quando a gente pensa em comprar uma casa ou um apartamento, a inflação é relevante nessa decisão”, afirma. “Se ele pretende ou precisa fazer um pagamento só em 2029, por exemplo, ele pode optar por um título IPCA+ 2029”, afirma.

Hoje, o Tesouro IPCA+ tem vencimentos com prazos em 2029, 2035 e 2045 sem juros semestrais; e 2035, 2040 e 2050 com pagamento de juros a cada seis meses. Importante frisar que é sempre necessário investir considerando o seu perfil de investidor e nível de tolerância a riscos.

Qual o melhor Tesouro Direto para investir para a aposentadoria

O especialista diz que a mesma lógica vale para outros objetivos, considerando o tempo em que se pretende utilizar o dinheiro. Se for em um prazo mais curto, vale a maior liquidez do Tesouro Selic. Por outro lado, se o horizonte for mais à frente, daí a importância de proteger o dinheiro da inflação, com o Tesouro IPCA+, se apresenta.

Por exemplo, se o plano é se casar no curto prazo, Fabrício diz que a recomendação se volta ao Tesouro Selic. Mas se a ideia é preparar para a aposentadoria, aí se proteger da alta dos preços fica mais relevante.

Para quem quer pensar na velhice – 9% dos brasileiros, de acordo com o estudo da Anbima – há ainda uma outra alternativa. Recentemente, o Tesouro Nacional lançou o Tesouro RendA+, em que se investe para receber uma renda extra ao longo de 20 anos após o vencimento do título.

O objetivo é permitir que a pessoa tenha uma alternativa fácil para investir e receber um valor a mais quando chegar a hora de parar de trabalhar. “Temos esse novo título, o Tesouro RendA+, que tem vencimentos até 2065. Para um jovem pode ser uma opção atrativa”, explica Fabrício Silvestre, da Levante.