Como ganhar dinheiro com CDB?

Saiba como ganhar dinheiro com CDB e se é possível ficar rico apenas aplicando nesta modalidade de renda fixa

Você sabe como ganhar dinheiro com CDB? Para tanto, é preciso entender os benefícios da renda fixa como um todo. Não é raro ouvir que o Brasil é o paraíso da renda fixa. Isso porque as taxas de juros costumam estar entre as mais altas do mundo. Com isso, a remuneração de ativos como CDB, geralmente, acaba superando os retornos da renda variável, com todo o risco que carregam.

Diante disso, investir em modalidades como o Certificado de Depósito Bancário, que é corrigido pelos juros básicos da economia, quase sempre é bom negócio. Saiba como ganhar dinheiro com CDB, quais as melhores opções do mercado em termos de rentabilidade e o prazo necessário para obter o melhor retorno.

Como ganhar dinheiro com CDB?

A forma mais eficiente e simples de ganhar dinheiro com o CDB é investir a perder de vista. “Ao alongar o prazo, há um prêmio maior, ou seja, uma rentabilidade maior, e uma alíquota de imposto de renda menor”, explica Luciana Ikedo, educadora financeira.

Vale lembrar que, na renda fixa, a alíquota começa em 22,5% para quem deixa a aplicação por pouco tempo. Esse montante é reduzido para 15% depois de dois anos. Por isso, o investimento há longo prazo tem menor abatimento via imposto e, por estar exposto a juros compostos, tem uma rentabilidade ainda maior ao longo do tempo.

Prazo é um dos definidores de rentabilidade

Uma dica é diversificar com o investimento em CDB. O que seria utilizado como ‘poupança’ pode ser aplicado em um CDB de liquidez diária, que possa ser resgatado o quanto antes, para eventuais imprevistos.

O restante pode e deve ser aplicado em opções de prazo mais longo, que garantem retornos maiores quando levados ao vencimento. Além disso, “é possível diversificar a carteira com títulos de bancos menores que pagam taxas maiores, mantendo a segurança do FGC quando se respeita o limite de R$ 250 mil por emissor e por CPF”, acrescenta Luciana.

É possível diversificar os CDBs não somente pelo prazo e pelo emissor (instituição financeira), mas também pelo indexador, atrelado ao CDI ou ao IPCA, ou ainda combinar uma remuneração prefixada.

Quanto rende 1.000 reais em um CDB?

Outro definidor de rentailidade é a quantidade do CDI que o CDB vai pagar. Por exemplo, CDB 100% do CDI, ou CDB 115% do CDI.

Uma das opções mais rentáveis no mercado hoje é o CDB do Banco Voiter, que paga 115,25% do CDI e tem vencimento em 2 de fevereiro de 2025. Levando até o final, o investidor que aplicar R$ 1 mil no CDB 115,25% do CDI terá ao final do período o total de R$ 1.129,70 bruto. Nesse prazo, o ganho líquido é produzido depois da incidência de alíquota de 20% de IR. Assim, o ganho líquido é de R$ 103,76 em um ano.

Se a ideia é não correr risco praticamente nenhum, o melhor é aplicar em um CDB de grande banco que pague 100% do CDI, com liquidez imediata. Essa modalidade oferece retorno bruto de R$ 1.118,50 em um ano. Deixando pelo prazo suficiente para ter a menor alíquota de IR (15%), o ganho líquido pode ser de R$ 167,77.

Para perceber a eficiência por completa dos juros compostos, é necessário fazer aportes mensais. Nesse sentido, se o investir fizer um aporte de R$ 100,00 por mês, o rendimento fica ainda mais atrativo, saltando dos R$ 1.118,50 para R$ 2.382,30 em apenas um ano.

É possível fazer transações no dia (day trade) com CDB?

Comprar e vender um CDB no mesmo dia não é aconselhado porque “o ágio pode não acontecer ou ser menos expressivo”, diz Luciana.

Isso porque a renda fixa tem IOF regressivo, que zera somente após o trigésimo dia de manutenção. “O imposto IOF tira todo o ganho de uma operação de day trade no CDB. Para o day trade existem outros investimentos recomendado”, diz Gustavo Araújo, economista e especialista em investimentos.

Por outro lado, é possível potencializar os ganhos no CDB. Para tanto, é preciso acompanhar a curva de juros, “pois ela pode dar pistas sobre o momento ideal para migrar de um título pós-fixado para um prefixado, por exemplo, aumentando os rendimentos”, complementa Araújo.

É possível ficar rico investindo em CDB?

Para dizer o mínimo, é improvável que uma pessoa fique rica apenas investindo em CDB, ainda que a rentabilidade seja bastante atraente. Isso porque ricos, no Brasil, recebem a partir de 20 salários mínimos por mês, segundo o IBGE. Isso corresponde a R$ 28.240 por mês.

Uma matéria publicada anteriormente pela Inteligência Financeira já havia explicado que uma aplicação de R$ 688 mil pode oferecer uma renda média mensal de cerca de R$ 10 mil, o que já é extraordinário, mas insuficiente para tornar alguém rico. Portanto, para receber o triplo disso todo mês, seria preciso já ser milionário.

E mudar de vida, dá?

Sim, dá para mudar de vida investindo em CDB, segundo os especialistas. O ganho com essa modalidade pode ser substancial se o planejamento for correto e houver paciência.

“Com a taxa Selic ainda em patamares elevados, os investimentos de qualquer valor serão relevantes, considerando que estamos falando de uma rentabilidade anual de cerca de 11%”, detalha Luciana.

“Se o investidor tiver uma disciplina, conseguir, sim, poupar, investir e reinvestir seus rendimentos, ele consegue mudar de vida com investimentos financeiros”, concorda Araújo.

Porém, para a maioria das pessoas, a principal fonte de renda continua sendo o trabalho.

“Por isso, empreender em algum negócio lucrativo e depois aplicar seu patrimônio, que ultrapasse os milhões de reais para investir, pode fazer você mudar de vida com rendimentos”. Nesse sentido, “o CDB é a porta de entrada para muitos investidores”, acrescenta Araújo.

Quais as melhores opções entre CDBs neste momento, prefixado ou pós-fixado?

Essa resposta sempre dependerá da capacidade financeira, do conhecimento sobre o mercado financeiro e da predisposição para correr riscos.

“O título pós-fixado é o de menor risco, pois sempre seguirá o CDI que varia de acordo com a Selic. Então, se houver uma alta inesperada a rentabilidade subirá, mas se houver uma queda, a rentabilidade diminuirá”, explica Luciana.

No título prefixado a rentabilidade é combinada no momento inicial, e se a Selic subir ou cair, a rentabilidade seguirá sendo a mesma. “Por isso, o risco é sempre maior no prefixado, considerando períodos mais longos”, complementa a educadora financeira.

Neste momento, com os juros em queda, os rendimentos pós-fixados começam a render menos. “Por isso, é importante olhar com mais atenção para os investimentos prefixados neste momento”, alerta Araújo.

“Os prefixados de 2 a 3 anos ficam mais atrativos quando a taxa de juros começa a cair. Nesse ambiente, o CDB pré pode estar rendendo mais em um ano do que um CDB 100% do CDI pós-fixado”, acrescenta o economista.