Nesta terça-feira (2), Brasil comemora o Dia da Cultura Nordestina. E temos muito o que comemorar mesmo: além de um povo com uma simpatia única, com certeza você curte a capoeira, o frevo, Jorge Amado ou o cantor Luiz Gonzaga (a data foi instituída no dia do seu falecimento). Sem falar das comidas, como vatapá, moqueca, baião de dois, bobó de camarão, azeite de dendê… só de escrever já estou salivando! A região é a segunda mais populosa do Brasil com 46 milhões de moradores, de um total de 210 milhões de brasileiros, de acordo com o IBGE.
Mas, afinal, como pensa o investidor e a investidora nordestinos? Eles têm características próprias? Com a ajuda de Yuri Cavalcante, sócio da Aplix Investimentos, que fica em Fortaleza, traçamos o perfil do investidor que mora no Nordeste.
De maneira geral, o investidor nordestino tem um perfil bastante conservador para o risco. Essa conclusão pôde ser feita a partir dos dados da distribuição de ativos financeiros por região do Brasil divulgados pela Anbima.
As informações levaram em consideração o investidor nordestino comum, ou seja, o cidadão que rala o mês inteiro para receber o salário e pega uma parte desse valor para investir.
Para você ter uma ideia, a poupança representa mais de 50% dos investimentos realizados por residentes do Nordeste. E para Yuri Cavalcante, a maior escolha por esse ativo tem relação com a cultura da região. “O conservadorismo, que é bem comum entre as famílias nordestinas, também acaba refletindo na hora de investir. Por isso, as pessoas acabam indo para o básico, que é a poupança”, esclarece.
Eles querem rentabilidade rápida e com baixo risco
E na fila dos ativos mais escolhidos pelos moradores do Nordeste vem, em seguida, o CDB, que contabiliza cerca de 13% do total de investimentos.
E eles têm pressa: tanto que os investimentos de menor risco e que podem ser sacados logo são os mais procurados. Os ativos de renda fixa de alta liquidez estão no bolso de 8% dos investidores. “O aumento da procura pela renda fixa aconteceu no Brasil como um todo, por conta do momento de incertezas políticas e econômicas que estamos vivendo. Só que entre os nordestinos, o conservadorismo é maior, e essa cultura vai passando de geração para geração. O que acontece é que existe ainda um grande receio em relação aos investimentos de renda variável”, afirma Cavalcante.
Isso não quer dizer que a população que investe rejeite a renda variável. Tanto que em quarto lugar na lista dos investimentos mais queridos pelos nordestinos estão as ações, que representam cerca de 5% do total investido. E isso mostra que muitas pessoas diversificam suas carteiras e tomaram essa atitude porque procuraram se informar. “Esse é um trabalho de formiguinha e estamos, aos poucos, apresentando novos produtos para os investidores da região”, diz Cavalcante.