Onde investir para a aposentadoria? Veja 4 investimentos que podem gerar renda de R$ 5 mil por mês

Especialistas indicam títulos de maior e menor risco para você fazer um bom planejamento financeiro

Onde investir para ter uma aposentadoria mais tranquila, sem depender do INSS, de parentes ou até ter que continuar trabalhando? Para responder a essa pergunta, ouvimos dois especialistas: Otávio Fiuza, planejador financeiro CFP e sócio responsável pela mesa de Renda Variável da Knox Capital e Wladimir Scagliusi de Macedo, professor da FIA Business School.

Ambos indicaram produtos capazes de gerar renda passiva e também deram dicas para acumular patrimônio. Além disso, o professor Wladimir Macedo fez simulações de quanto é preciso juntar para conseguir uma renda mensal de R$ 5 mil na aposentadoria.

Onde investir para a aposentadoria?

Os quatro produtos indicados, em ordem decrescente de risco, ou seja, do mais para o menos arriscado, são os seguintes:

  • Ações boas pagadoras de dividendos;
  • Fundos Imobiliários (FIIs);
  • Previdência Privada e
  • Títulos do Tesouro Direto

Prepare a estratégia

De acordo com Otávio Fiuza, planejador financeiro CFP e sócio responsável pela mesa de Renda Variável da Knox Capital, investir para a aposentadoria exige planejamento estratégico, disciplina financeira e compreensão clara de como funcionam os principais produtos geradores de renda passiva disponíveis no mercado. Também é essencial estabelecer metas financeiras claras, avaliar a tolerância individual ao risco e diversificar a carteira de investimentos.

“Para garantir uma renda passiva duradoura é preciso adotar práticas específicas, como fazer um planejamento financeiro de longo prazo e, mais importante, ter o hábito consistente de investir”, diz.

Quanto investir para ter uma renda mensal de R$ 5 mil na aposentadoria?

Para dar um ponto de partida ao investidor, o professor Wladimir Macedo, da FIA, fez as simulações abaixo.

Ele ressalta, porém, que essas simulações não são garantia de resultado futuro, uma vez que dependem de uma série de variáveis como mudanças de taxas de juros, inflação ou até mesmo da continuidade das empresas.

Os investimentos vão do maior risco para o menor risco. Acompanhe:

1. Ações

Investir em uma carteira de ações boas pagadoras de dividendos para a aposentadoria é uma das estratégias mais adotadas pelos norte-americanos, diz Macedo, mas ainda muito recente para os brasileiros, mais acostumados à renda fixa.

Para compor uma carteira que pague R$ 5 mil em dividendos, explica o professor, será preciso acumular algo em torno de R$ 600 mil. Ele considerou, nesta simulação, que as ações pagam um dividendo médio de 10% ao ano.

“Recentemente a Petrobras distribuiu altos dividendos, chegando a mais de 20% de dividend yield. Mas não é possível acreditar que isso se repita todo ano. Desse modo, é preciso adotar uma estratégia mais conservadora e diversificar a carteira, comprando ações de diversas empresas que são boas pagadoras e que permitam receber dividendos ao longo de todo o ano”, diz.

Para ter uma ideia de como funciona, você pode consultar a agenda de dividendos.

Otávio Fiuza lembra que outra vantagem dos dividendos, nesta caso, é que eles são isentos de Imposto de Renda. “Contudo, a volatilidade do mercado de ações deve ser cuidadosamente ponderada”, diz.

2. Fundos Imobiliários (FIIs)

Decrescendo na escala de risco, mas ainda no terreno da renda variável, estão os fundos imobiliários. Esta aplicação oferece a oportunidade de o investidor se tornar sócio de empreendimentos imobiliários.

Além disso, também paga dividendos mensais isentos de imposto de renda, sem a necessidade de lidar diretamente com a gestão de propriedades.

Pelos cálculos do professor Macedo, para conseguir um rendimento de R$ 5 mil por mês, é preciso acumular R$ 555.555 em fundos imobiliários, a uma rentabilidade mensal de 0,9% ao mês. Mas, segundo ele, com a atual taxa Selic, é possível obter um rendimento mensal entre 0,9% e 1% ao mês.

3. Previdência Privada

A previdência privada, por sua vez, possibilita acumular recursos ao longo do tempo aportes feitos nesse tipo de fundo podem permitir uma dedução de até 12% da renda tributável anual (no caso dos PGBLs).

“No entanto, as taxas de administração, modalidade escolhida e imposto de renda podem impactar a rentabilidade, tornando necessário uma cuidadosa análise antes de optar por essa modalidade”, afirma Fiuza.

Segundo os cálculos de Macedo, para se obter uma renda mensal vitalícia aos 65 anos de idade, uma pessoa deverá investir ao longo de 30 anos algo em torno de R$ 1,1 mil para que no momento de sua aposentadoria possa contar com uma renda de R$ 5 mil. Para a simulação foi considerada uma
rentabilidade líquida de 6% ao ano, esclarece.

4. Tesouro Direto

Os títulos do Tesouro Direto são considerados os papéis de menor risco do mercado, uma vez que seu emissor é o governo. Além disso, esses títulos também são considerados pelos especialistas como uma excelente opção para garantir renda na aposentadoria.

Para fazer a simulação, o professor Macedo utilizou o próprio simulador do site do Tesouro. O papel escolhido foi o Tesouro Renda+, com vencimento para 2074, e que está pagando 5,86% mais IPCA.

Por esses cálculos, o investidor que desejasse obter uma renda mensal de R$ 5 mil por 20 anos, o investidor precisa fazer aplicações mensais de R$ 331,48, durante 30 anos.

Investimentos beneficiam até os herdeiros

O professor Macedo lembra ainda que tanto as ações quanto os fundos imobiliários são títulos que perduram mesmo após a morte do investidor, uma vez que representam ativos do mundo real, como imóveis ou empresas.

Esta é uma vantagem adicional para acumular patrimônio para aposentadoria por estes instrumentos, diz. Já a previdência privada também tem uma vantagem para o planejamento sucessório, uma vez que ela não entra em inventário. Desse modo, o recurso fica disponível para os herdeiros em caso de falecimento do investidor.