Gerdau (GGBR3, GGBR4): vale investir em uma das maiores produtoras de aço do mundo?
A Gerdau (GGBR3, GGBR4) surpreendeu o mercado ao anunciar, no dia 3 de maio, lucro líquido de R$ 3,215 bilhões no primeiro trimestre de 2023, valor 9,4% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2022.
Por outro lado, Goldman Sachs e J.P. Morgan rebaixaram as recomendações para as ações da empresa. As duas casas indicavam a compra dos papéis da companhia e agora colocaram o selo de neutralidade.
Mas será que vale investir em Gerdau (GGBR3, GGBR4)? Confira abaixo mais informações sobre a empresa e veja a opinião dos analistas.
O que é a Gerdau (GGBR3, GGBR4)?
A Gerdau (GGBR3, GGBR4) é a maior empresa brasileira produtora de aço e uma das principais fornecedoras de aços longos nas Américas e de aços especiais no mundo. A empresa foi fundada em 1901 e é considerada uma das maiores e mais respeitadas do setor.
No Brasil, também produz aços planos e minério de ferro, atividades que ampliam o mix de produtos oferecidos ao mercado e a competitividade das operações.
A companhia é destaque, ainda, na venda de vergalhões e telas de aço para a construção civil. A diversificação geográfica é um dos pontos fortes da companhia, já que exporta para Estados Unidos, Canadá, Argentina, Peru e Uruguai.
Gerdau e a Gerdau Metalúrgica
Na hora de investir, é importante entender a diferença entre a Gerdau e a Gerdau Metalúrgica, que é outra empresa também listada na bolsa de valores brasileira, a B3, sob os códigos GOAU3 e GOAU4.
A Gerdau Metalúrgica (GOAU4) é a holding que controla a Gerdau SA (GGBR3, GGBR4). Esta, por sua vez, controla as operações de siderurgia da Gerdau.
Normalmente, as ações da Gerdau SA (GGBR3, GGBR4) têm uma participação maior no Ibovespa do que a holding Gerdau Metalúrgica (GOAU4). Além disso, a liquidez de mercado da primeira também tende a ser maior.
A Gerdau SA é responsável pela gestão estratégica e administrativa do grupo, coordenando as atividades de suas diversas subsidiárias em todo o mundo.
Últimos resultados da Gerdau (GGBR3, GGBR4)
Primeiramente, na hora de decidir se vale a pena comprar ações de determinada empresa, é importante conhecer os últimos números divulgados pela companhia.
Referente ao primeiro trimestre de 2023 (1T23), a Gerdau (GGBR3, GGBR4) reportou lucro líquido de R$ 3,215 bilhões. O lucro líquido ajustado foi de R$ 2,388 bilhões nos primeiros três meses de 2023, uma redução de 18,8% na comparação ano a ano.
De acordo com a própria companhia, “este desempenho reflete uma demanda estável por aço nos primeiros meses do ano, bem como a resiliência dos nossos modelos de negócios, além do mindset ágil e inovador da companhia, centrado nos desafios e necessidades de seus clientes e demais stakeholders”.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 4,322 bilhões no período, um recuo de 25,8% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. De acordo com relatório da companhia, é o segundo melhor Ebitda ajustado da história na comparação trimestral.
Como comprar ações da Gerdau (GGBR3, GGBR4)?
Para comprar ações da Gerdau, primeiramente você deve abrir uma conta em uma corretora de valores. Depois disso, é só transferir o dinheiro que deseja investir para a sua conta e começar a negociar por meio do ticker GGBR4 ou GGBR3.
Qual a diferença entre GGBR3 e GGBR4?
GGBR3 é a ação ordinária (ON). Ações ordinárias dão direito a voto nas assembleias das respectivas empresas.
Já GGBR4 é a ação preferencial (PN). As ações preferenciais não têm direito a voto, mas têm a preferência no recebimento de proventos como dividendos e juros sobre capital próprio (as ordinárias também recebem, mas não têm a preferência).
Vale a pena investir em Gerdau (GGBR3, GGBR4)?
Goldman Sachs e J.P. Morgan rebaixaram, em 9 de fevereiro deste ano, suas recomendações para as ações da Gerdau (GGBR3, GGBR4). As duas casas tinham recomendação de compra e colocaram o selo de neutralidade para o papel. Os preços-alvos também foram rebaixados.
Sendo assim, naquela ocasião, as ações da siderúrgica fecharam o pregão em forte queda, de 7,93%, cotadas a R$ 27,10. Três meses depois, em 9 de maio, o ativo valia, ao final do dia, menos ainda: R$ 25,16.
Goldman Sachs
O banco cortou seu preço-alvo para Gerdau (GGBR4) de R$ 38 para R$ 31, afirmando que o enfraquecimento da lucratividade em seus principais mercados nos Estados Unidos e Brasil, juntamente com o aumento do investimento, limitará a capacidade da empresa de devolver dinheiro aos acionistas.
Os analistas pontuam que continuam a reconhecer os interessantes condutores de valor de longo prazo da empresa, como diversificação regional, qualidade de ativos e forte posição do balanço , mas veem potencial de alta limitado a partir daqui.
J.P. Morgan
O J.P. Morgan cortou o preço-alvo de Gerdau de R$ 37 para R$ 32,50. Segundo os analistas do banco, “pontos de entrada melhores nesses papéis vão acontecer com a reabertura da China se tornando um gatilho mais relevante para as commodities”.
O banco acredita que os resultados da Gerdau devem se estabilizar em patamares elevados neste ano, após se sustentar nos últimos anos. “Acreditamos que há pouco potencial nos preços atuais e, com a deterioração nos resultados, as cotações devem ir junto”, comentam.
Itaú BBA
O Itaú BBA divulgou, em março, um relatório com as 18 melhores teses de investimento para o mês. De acordo com o banco, a Gerdau (GGBR4) “é a nossa preferida devido à maior exposição da companhia à dinâmica global do aço em relação aos seus pares, que dependem fortemente dos preços do minério de ferro – acreditamos que o mercado de aço está mais interessante no momento do que o mercado de minério de ferro”.
Os analistas do Itaú BBA destacam que o mercado doméstico de aço se recuperou significativamente desde o segundo semestre de 2020, sendo que, após esse período, a Gerdau se manteve estável em termos de market share (participação).
“Além disso, vemos a empresa como mais defensiva quando comparada aos seus pares devido às suas operações nos Estados Unidos”, destaca o banco.
RB Investimentos
A RB Investimentos também destacou a empresa em sua carteira de ativos recomendada do mês de março.
“Sobre a introdução de Gerdau na carteira, compreendemos que a guerra entre Rússia e Ucrânia trará consequências relevantes para algumas empresas brasileiras, em especial as mais conectadas às commodities. A Gerdau deve se beneficiar dos preços de commodities mais elevados”, afirmam os analistas da corretora.
De acordo com eles, os países envolvidos na guerra são exportadores relevantes de inúmeros produtos, que, com a escassez, pressionarão o preço para cima.
XP
Por fim, a XP tem recomendação de compra para a Gerdau. De acordo com os analistas da corretora, “diferentemente de algumas siderúrgicas brasileiras, a Gerdau é capaz de capturar a alta demanda do setor de aço em diferentes geografias, sendo elas, no Brasil, América do Norte e América Latina, reduzindo a exposição a riscos domésticos”.
Dividendos de Gerdau (GGBR4)
O Conselho de Administração da Gerdau aprovou, em 2 de maio, a distribuição de proventos sob a forma de juros sobre capital próprio (JCP) no valor de R$ 892 milhões (R$ 0,51 por ação), a serem pagos com base nos resultados do primeiro trimestre de 2023.
A data-base considerada para a posição acionária é de 15 de maio de 2023 e a data ex-dividendos é no dia 16 de maio de 2023. O pagamento está programado para 29 de maio.