Benchmark
Fora da análise de investimentos, podemos aplicar o benchmark em diversos contextos, como um padrão a ser buscado. Chamar o uso de um parâmetro como guia de benchmarking.
Para que serve o benchmark?
Muitas vezes um benchmark pode sintetizar desempenhos distintos de um conjunto de ativos, facilitando a leitura de mercado e a comparação entre produtos, bem como o acompanhamento de seu desempenho no longo prazo.
Dessa forma, é preciso cuidado para escolher o benchmark correto em cada análise e contexto, já que um comparativo errôneo pode levar a uma interpretação equivocada.
Para analisar um ativo de renda variável, o mais adequado é a comparação com o Ibovespa, que corresponde a uma média ponderada das principais ações listadas no Brasil. Para a renda fixa, o CDI é a régua mais adequada, já que a maioria dos ativos deste tipo no país tem a taxa DI como base de rentabilidade.
Como tudo começou
Acredita-se que o termo benchmark venha do século XIX, quando exércitos passaram a adotar rifles fixos em bancos (“bench”, em inglês). Ao contrário de flechas, as armas de fogo deixavam apenas uma marca (“mark”, em inglês) no ponto atingido. Juntando os termos “banco” e “marca”, formou-se benchmark.
Mas só depois de muitos anos o meio corporativo começou a usar o termo. Nos anos 1980, a Xerox, que perdia market share, começou um levantamento para comparar seus custos de produção e as funcionalidades de suas fotocopiadoras com a concorrência. A empresa americana então viu que estava em desvantagem em relação aos pares japoneses, que tinham custos e/ou qualidades melhores e conseguiam produzir em menor tempo. David Kearns, o presidente da Xerox na época, foi quem conduziu a pesquisa de mercado e, em seguida, implementou uma série de mudanças para aprimorar o negócio, reduzindo os custos e priorizando o controle de qualidade. Com o benchmark, a Xerox conseguiu recuperar seu espaço e fazer frente à concorrência. O processo foi tão bem-sucedido que diversas companhias adotaram o benchmarking por último.
Os benchmarks que você precisa conhecer
No mercado de ações americano, os três benchmarks mais importantes são os índices S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq Composite. Por sua abrangência, eles são um termômetro do mercado financeiro global.
As ações que compõem os índices mudam conforme o mercado evolui, para que eles se mantenham atualizados e representativos. Escolhem-se as mais líquidas e representativas da Nyse (Bolsa de Valores de Nova York) e da Nasdaq.
S&P 500 é uma abreviação de Standard & Poor’s 500, como o nome já diz, tem aproximadamente 500 ativos — 505, para ser mais preciso. Além disso, o índice é feito pela Standard & Poor’s, que também é responsável pelo Dow Jones. Segundo a empresa, o S&P 500 abrange cerca de 80% da capitalização de mercado disponível, o que representa aproximadamente US$ 4,6 trilhões.
Já o índice Dow Jones Industrial Average, conhecido como Dow Jones no Brasil é um dos benchmarks mais antigos ainda em uso. Desenvolveram ele em 1896 e ele acompanha as 30 principais companhias de todos os setores, com exceção de transporte e serviços básicos, que têm representação nos seus respectivos índices: Dow Jones Transportation Average e Dow Jones Utility Average.
O Nasdaq Composite, por sua vez, é mais amplo. Ele leva em conta quase todos os ativos listados na Nasdaq, com exceção de derivativos, ações preferenciais, fundos, ETFs (fundos de índice) e debêntures. Assim, o índice é composto em sua maior parte por ações ordinárias e ADRs.
Como a Nasdaq reúne a maior parte de empresas da nova economia, ou seja, mais ligadas à tecnologia, o Nasdaq Composite é um termômetro para o setor.
No Brasil, além do Ibovespa, existem outros benchmarks desenvolvidos pela B3, como o Ifix (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários) e o SMLL (Índice Small Cap).