Fazer uma aplicação esperando um bom retorno em cinco anos ou mais é o cenário ideal no mundo dos investimentos. A estratégia tem grandes chances de gerar rentabilidade considerável ao investidor. Porém, na vida real vários imprevistos acontecem e precisamos, muitas vezes, recorrer aos investimentos de curto prazo.
Pode ser um dinheiro que você sabe que vai precisar dentro de um ano, pode ser aquela grana que está guardando para pagar uma parcela que vence no próximo semestre ou o dinheiro para dar entrada em um carro ou moto. Se você é uma dessas pessoas que querem focar no curto prazo, veja os instrumentos mais adequados para a situação:
LCI, LCA e CDB
Os três instrumentos formam o grupo que trará mais rentabilidade à sua carteira no curto prazo entre os ativos de renda fixa, segundo a avaliação de Felipe Lima, gestor na FL Asset.
As LCIs (Letra de Crédito Imobiliário) e LCAs têm a vantagem da isenção de cobrança de Imposto de Renda. Porém, a liquidez desses instrumentos é baixa e frequentemente os investidores precisam segurar os papéis até o vencimento para ter retorno.
Já os CDBs são mais líquidos, mas há a cobrança de IR. Se você segurar o título por 360 dias (quase um ano), paga 20% sobre os rendimentos, mas se vender em menos tempo a cobrança é maior, já que a alíquota para o prazo de até 180 dias (seis meses) de investimento é de 22,5%.
É importante lembrar que LCI, LCA e CDB são instrumentos garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e serão cobertos prejuízos para aportes de até R$ 250 mil, caso o emissor deixe de honrar com seu compromisso.
Tesouro Selic
Aqui, “não há surpresa alguma, você vai conseguir um retorno muito próximo da taxa Selic (a taxa básica de juros), pagando algumas taxas”, segundo Felipe Lima. Nesse investimento, vale a pena se preparar para segurar o título por pelo menos 30 dias, já que aplicações mais curtas que esse prazo estão sujeitas ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que tem uma alíquota que cai diariamente, até zerar no trigésimo dia. O investimento no Tesouro Direto também está sujeito ao Imposto de Renda, com alíquota de 22,5% para aplicações de até 180 dias e 20% para investimentos que duram até 360 dias. Ambos os impostos são cobrados apenas em cima dos rendimentos.
Fundos DI e Fundos de Curto Prazo
A dupla não é indicada por Felipe Lima para quem quer investir no curto prazo sem riscos. Para ele, as taxas maiores que as encontradas para comprar títulos do Tesouro Direto fazem o investimento não valer a pena.
Fundos Multimercados
Este instrumento traz uma diversificação maior, mas também carrega um nível mais elevado de risco. Para Lima, não é um investimento indicado para o curto prazo, especialmente no momento atual. “Depende muito da cabeça do gestor e a possibilidade de uma surpresa positiva surgir é muito baixa”, diz.
E se eu quiser arriscar?
Quem quer retornos mais expressivos em menos de um ano precisa se expor a um alto grau de risco, deixar de lado a lógica de comprar uma ação esperando que ela se valorize ao longo dos anos e monitorar os preços dos ativos da Bolsa de Valores.
Neste caso, o investidor pode pesquisar e se aprofundar no swing trade. “Nessa estratégia, o investidor tem como objetivo buscar as movimentações imediatas do mercado, então ele não fica com uma exposição perene, como o caso de quem mantém posições em papéis por mais tempo”, explica Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos.
A especialista diz que a análise técnica, que estuda o comportamento dos preços e identifica padrões de comportamento através de movimentações passadas, deve ser usada para identificar os momentos de entrada e saída de papéis. Mas ela alerta: “é fundamental ter uma visão sobre a movimentação macro do mercado, compreender seu fluxo, o direcionamento setorial e as principais notícias que estão ditando o preço”. Ou seja, é preciso ter muito conhecimento e tempo para acompanhar de perto as movimentações do mercado.