Santander (SANB3, SANB4, SANB11): o que esperar das ações de um dos maiores credores da Americanas?

Endividamento e crise da Americanas (AMER3) prejudicam números do terceiro maior banco privado do país

Para a gente poder olhar as ações do Santander (SANB3, SANB4, SANB11) com lupa, precisamos acompanhar o que vem acontecendo com a instituição financeira.

Em termos de lucratividade, o Santander Brasil (SANB3, SANB4, SANB11) tem visto seus números caírem.

Um levantamento realizado em abril do ano passado pela Economática, mostrou que o banco era o terceiro mais lucrativo do mundo. No entanto, o cenário macroeconômico no país, com a escalada dos juros, vem correndo esses números.

E não é à toa que as ações do banco caíram 13,39% em um ano. Além disso, até o início de 2022, o retorno sobre patrimônio líquido da instituição era de 18,9%; no balanço do terceiro trimestre foi de 15,6%. 

E, de acordo com a mediana das projeções coletadas pela Inteligência Financeira, o lucro líquido recorrente do Santander deverá ser próximo de R$ 2,7 bilhões no trimestre.

Isto é, uma queda de cerca de 30% na comparação anual, com a média do Retorno sobre Capital (ROE) em torno de 12%. Outra queda. A Inteligência Financeira examinou as projeções do Itaú BBA, Banco Safra, UBS-BB e Genial.

O impacto da Americanas no Santander

Além disso, o grau de endividamento das Americanas (AMER3) com o banco é outro ponto de atenção. Segundo levantamento feito pelo banco UBS, a dívida da Americanas representa 4% do patrimônio do Santander

E, para piorar, os brasileiros estão atrasando os pagamentos de seus empréstimos em índices recordes.

De acordo com o Banco Central, a taxa de 44% de atrasos nos pagamentos nas linhas rotativas de cartão de crédito são as maiores desde 2011.

Além disso, o Credit Suisse rebaixou na última semana a recomendação para o Santander Brasil ((SANB3, SANB4, SANB11) de neutro para venda, informando “um cenário operacional desafiador neste ano”, cortando o preço-alvo de R$ 35 para R$ 31.

Qual é o tamanho do Santander?

Atualmente, o Santander Brasil (SANB3, SANB4, SANB11) possui 58 milhões de clientes, que geram 18 bilhões de transações por mês.

Toda essa operação é controlada pela holding holandesa Sterrebeecker B.V (47,3%) e pelo Grupo Santander (47,3%).

Apesar do gigantismo, o Santander (SANB3, SANB4, SANB11) vem enfrentando um cenário desafiador nos últimos meses. O último balanço mostrou lucro gerencial de R$ 3,1 bilhões no 3º trimestre, queda de 28,1%.

Vale a pena investir em ações do Santander?

Como todo esse cenário, você deve estar se perguntando se vale a pena comprar as ações do Santander. A questão toda ainda paira sobre o rombo de R$ 40 bilhões da Americanas.

Para Gabriel Gracia, analista da Guide Investimentos, o tema ainda deve gerar muita dor de cabeça para o banco.

“Quando falamos sobre o Santander, nossas perspectivas ainda são neutras para 2023. Acreditamos que o nível de provisão para este ano continuará elevado (podendo ser agravado pela situação da Americanas), prejudicando o lucro do banco”, afirma.

Além disso, um comparativo feito pelo Trademap mostra que entre os quatro maiores bancos do Brasil, o Santander (SANB3, SANB4, SANB11) apresenta a segunda maior taxa de inadimplência acima de 90 dias, logo atrás do Bradesco.

Como comprar ações do Santander (SANB3, SANB4, SANB11)?

As ações do Santander Brasil (SANB3,SANB4,SANB11) são negociadas na B3 , a bolsa de valores brasileira, e são comercializadas sob o tickers SANB3, SANB4 e SANB11.

Portanto, para comprar os papéis você precisa ter conta em corretoras ou distribuidoras de títulos e valores mobiliários cadastradas e autorizadas na B3.

Assim, a negociação pode ser feita de forma eletrônica até mesmo por meio de aplicativos em seu celular.