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Onde investir em um cenário de inflação, juros e guerra?
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Pós-fixados são a bola da vez para trazer segurança e previsibilidade à carteira
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A recomendação é que qualquer estratégia com prefixados seja adiada, por enquanto
Empresas citadas na reportagem:
Guerra na Ucrânia, fila nos postos de combustível, Selic potencialmente mais alta que o esperado e inflação preocupando. O primeiro trimestre de 2022 vem trazendo tantos desafios que podemos até, por um momento, nos esquecer que estamos em ano de eleições presidenciais no Brasil. Diante de tantos novos desafios, você deve se perguntar: “como ficam os meus investimentos”?
Para responder a esta pergunta, é preciso entender o cenário que começou a ser desenhado nesta semana. Com o preço das commodities disparando, a inflação volta a ser uma grande preocupação. Nesta sexta (11), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de fevereiro ficou em 1,01%, acima da expectativa do mercado, de 0,95%.
A preocupação com o aumento dos preços faz o mercado ficar de orelha em pé e atualizar as previsões para o pico da Selic, que está em ciclo há um ano. Itaú Asset, Bradesco, Santander Asset, Banco Inter e Citi são alguns dos bancos que já revisaram as estimativas para o pico da taxa básica de juros, que pode chegar a 13,25%, segundo o Itaú Assset.
Para onde correr
Apesar de desafiador, o cenário é simples: o mercado está esperando um rápido avanço da inflação e da taxa básica de juros. Portanto, os investidores podem pensar em adquirir ativos que vão proteger a carteira dessas altas. Nesse caso, o básico funciona.
Especialistas indicam ativos de renda fixa atrelados ao IPCA, à Selic ou ao CDI, que caminha muito próximo à taxa básica de juros. “Papéis indexados à Selic e inflação vão se beneficiar. Os atrelados à Selic terão uma subida mais alta de rendimentos e se a taxa permanecer alta por um período mais longo, o investidor se beneficia ainda mais”, comenta Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos.
Há uma série de opções de ativos pós-fixados disponíveis no mercado. Entre eles estão os CDBs, que costumam pagar mais que os títulos do Tesouro Direto por estarem associados a um grau maior de risco, mas investimentos de até R$ 250 mil são cobertos pela garantia do FGC, o Fundo Garantidor de Crédito. Os CDBs podem ser atrelados à Selic, ao IPCA ou ao CDI. Eles geralmente pagam um prêmio acima da variação dessas taxas.
Nos títulos públicos, o Tesouro Nacional disponibiliza dois papéis atrelados à Selic: o Tesouro Selic 2025, que paga Selic + 0,05% ao ano, e o Tesouro Selic 2027, que paga Selic + 0,16 ao ano. Outros seis são atrelados à inflação oficial do Brasil medida pelo IPCA. Com o Tesouro IPCA 2035, dá para garantir um retorno de 5,82% além do que a inflação subir. Tem ainda os títulos que pagam juros semestrais, que têm vencimento a partir de 2032.
Um novo cenário para os prefixados
Há duas semanas, a Inteligência Financeira trouxe um conteúdo sobre um movimento arriscado com prefixados para quem esperava que a Selic entraria em trajetória de baixa rapidamente. A estratégia consiste em comprar títulos prefixados esperando que a Selic pare de subir e que esses ativos ganhem valor com isto.
Porém, o mundo é cada vez mais dinâmico e o cenário mudou. O momento parece mais adequado para fazer o básico, já que os títulos prefixados, aqueles que têm uma rentabilidade fixa, contratada no início do investimento, podem sofrer com uma alta maior e mais duradoura da Selic.
Bruno Komura explica que o momento ideal para a compra de prefixados é quando há uma expectativa sobre o fim do ciclo de alta dos juros, e não quando eles efetivamente param de subir. Como agora o mercado vem jogando para frente essa expectativa, ainda não é momento de fazer um movimento tão arriscado. “Se os juros sobem, o preço do título cai e isto tende a prejudicar sua alocação”, diz o analista.
E a Bolsa?
Onde há incerteza, há oportunidade, certo? Muitos investidores olham para o momento da Bolsa brasileira com essa perspectiva. Fabrício Gonçalvez, CEo da Box Asset Management, explica que o Brasil e outros pares emergentes começaram a enfrentar a inflação antes das economias desenvolvidas, o que fez os bancos centrais agirem rapidamente com a alta dos juros básicos.
Para Gonçalvez, o movimento trouxe um cenário de normalização da política monetária e aumentou a atratividade da Bolsa. “A Bolsa brasileira em dólares continua extremamente descontada, com o adicional de prêmio de juros e commodities fortes”, explica.
Por isto, se o cenário fiscal não se deterior “muito mais”, segundo ele, a Bolsa brasileira pode ter um ano positivo com a entrada de investimento estrangeiro. Para surfar essa onda, a recomendação é apostar em ações de empresas com forte geração de caixa e baixa alavancagem, ou seja, sem movimentos muito arriscados. Ponto extra, ainda, para ações que se beneficiam da alta de commodities e juros, como o setor financeiro.
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