IF HOJE: taxa de desemprego cai para 12,6% no terceiro trimestre

Também nesta terça, Caged apontou que a criação de empregos desacelerou em outubro

Dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, divulgada nesta terça-feira (30) pelo IBGE, mostram que a taxa de desocupação recuou para 12,6% no terceiro trimestre deste ano, uma redução de 1,6 ponto percentual frente ao segundo trimestre. Com isso, o número de pessoas em busca de emprego no país caiu para 13,5 milhões (-9,3%). Já os ocupados chegaram a 93 milhões, com crescimento de 4%.

“No terceiro trimestre, houve um processo significativo de crescimento da ocupação, permitindo, inclusive, a redução da população desocupada, que busca trabalho, como também da própria população que estava fora da força de trabalho”, diz a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

A informalidade, conforme o IBGE, respondeu por 54% do crescimento da ocupação. Entre as categorias de emprego que mais cresceram frente ao trimestre anterior estão os empregados do setor privado sem carteira assinada (10,2%), que somaram 11,7 milhões de pessoas. Se considerados apenas os trabalhadores sem carteira, houve aumento de 10,8%, o que representa 396 mil pessoas a mais.

Houve ainda crescimento no contingente de trabalhadores por conta própria (3,3%). São 25,5 milhões de pessoas nessa categoria, o maior número desde o início da série histórica da pesquisa.

O aumento na ocupação também está relacionado principalmente às atividades de comércio (7,5%), com 1,2 milhão de trabalhadores a mais, indústria (6,3%, ou 721 mil pessoas), construção (7,3%, ou 486 mil pessoas) e serviços domésticos (8,9%, com adição de 444 mil pessoas).

Apesar do avanço no número de pessoas ocupadas, o rendimento real habitual foi de R$ 2.459, queda de 4% contra o último trimestre e de 11,1% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. Já a massa de rendimento (R$ 223,5 bilhões) ficou estável nas duas comparações.

De acordo com Beringuy, esses números indicam que o aumento da ocupação foi puxado por postos de trabalho com salários menores. “Há um crescimento em ocupações com menores rendimentos e também há perda do poder de compra devido ao avanço da inflação”, completa.

Caged aponta que criação de vagas desacelerou em outubro

Nesta terça, outro dado importante sobre o mercado de trabalho: foram criadas 253.083 vagas de trabalho em outubro, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Os dados do Ministério do Trabalho e Previdência apontam que a recuperação do emprego desacelerou no mês passado. Em setembro, o Brasil gerou 313.902 postos de trabalho.

Os números de outubro vieram abaixo da mediana de projeções apuradas pelo Valor Data, que apontavam a abertura de 270 mil vagas no mês. O dado, porém, ficou dentro do intervalo de estimativas, de 206.121 a 310 mil.

Em 2021 como um todo, o saldo é positivo em 2.645.974 postos.

Com relação a 2020, o governo revisou dados e apontou que houve mais demissões que contratações. Foram fechadas 191.502 vagas, fruto de 15.619.434 admissões e 15.810.936 desligamentos.

Em janeiro deste ano, o governo havia informado que haviam sido criadas 142.690 vagas em 2020.

Por que importa?

Os índices são fundamentais para determinar se o mercado de trabalho brasileiro segue em recuperação ou se a piora de recentes indicadores de atividade econômica já impacta este setor.

Como impacta seus investimentos?

Se os índices piorarem, o mercado de ações local e o real podem se desvalorizar. Por outro lado, o mercado pode precificar juros futuros menores, dado que o Banco Central precisaria, além de frear a inflação, estimular a economia e, para isso, a Selic não poderia subir tanto. Caso os índices melhorem, ações podem subir e o dólar pode cair.

Fique por dentro:

Reformas em 2022?

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta segunda (29) que tanto a reforma tributária quanto a reforma do IR (Imposto de Renda) podem ficar apenas para o ano que vem e admitiu que há resistência dentro do Congresso em relação à reforma administrativa, dada a proximidade das eleições de 2022.

Sem lockdown nos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que, com vacinação e uso de máscara, não será necessário um lockdown contra a variante ômicron no país. “É uma causa de preocupação, mas não de pânico”, disse Biden na segunda.

Novas vacinas

Um dos principais executivos da área médica da Moderna, que fabrica vacinas contra a Covid-19, disse que uma vacina reformulada para combater a variante ômicron pode ser lançada em 2022, de acordo com informações do site CNBC.

PEC dos Precatórios

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado irá discutir a PEC dos Precatórios nesta terça, em três reuniões, às 9h, às 14h e às 17h. O projeto muda o teto de gastos e abre espaço no Orçamento para o Auxílio Brasil, sucessor do Bolsa Família. Ele tem este nome pois prevê o atraso no pagamento de parte dos precatórios (dívidas de União, estados e municípios decorrentes de sentenças judiciais definitivas). A previsão é que as mudanças aprovadas na CCJ sejam votadas no Plenário na próxima quinta-feira.

Para acompanhar hoje:

05h55: Alemanha divulga sua taxa de desemprego de novembro

07h: zona do Euro divulga a inflação (IPC) de novembro

9h: IBGE divulga dados da Pnad de setembro

09h30: governo divulga o balanço Orçamentário de outubro

11h: EUA divulgam o preço dos imóveis em setembro

15h30: Ministério do Trabalho e Previdência publica o Caged de outubro

22h45: Caixin divulga o PMI (índice de gerente de compras) Industrial da China em novembro