Desemprego no Brasil cresce no primeiro trimestre de 2023, diz IBGE; mulheres e jovens são mais afetados

De acordo com instituto, desemprego no Brasil cresce para 8,8%; taxa está acima da média para pretos e pardos, mas não para brancos

A taxa de desocupação da população chegou a 8,8% dos brasileiros no primeiro trimestre de 2023. É o que apontam dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD) Contínua trimestral do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número representa um avanço do desemprego no Brasil ante os últimos três meses de 2022, quando a taxa atingiu 7,9% dos brasileiros.

Mas houve um recuo do desemprego no país na comparação com o mesmo período do ano passado, quando 11,1% da população estava desempregada.

Desemprego no Brasil avança em 16 Estados

O desemprego em 8,8% no primeiro trimestre repetiu o resultado divulgado pelo IBGE na PNAD de abril.

Apesar de representar um recuo na base anual, a taxa medida pela PNAD Contínua avançou em 16 dos 27 Estados brasileiros, mantendo-se estável em outros 11, informou o IBGE. As maiores taxas de desemprego foram registradas por Bahia (14,4%), Pernambuco (14,1%) e Amapá (12,2%), e as menores, por Rondônia (3,2%), Santa Catarina (3,8%) e Mato Grosso (4,5%). 

Mulheres e jovens são mais afetados por desemprego no Brasil

Já por sexo, a taxa de desocupação foi de 7,2% para os homens e de 10,8% para as mulheres. Do contingente total de brasileiros desocupados, 46,3% são homens enquanto 53,7% são mulheres.

Por faixa etária, o desemprego atinge mais brasileiros de 25 a 39 anos — essa parcela da população representa pouco mais de um terço dos desempregados no Brasil. A segunda faixa com mais pessoas desocupadas é a de 18 a 25 anos, com 29,1%.

Brasileiros com 14 a 17 anos representam 7,3% da taxa, ao mesmo tempo em que idosos apresentam a menor parcela da população desempregada 3,2% — o que é natural, considerando aposentadorias.

Taxa para pretos e pardos está acima da média, aponta IBGE

A taxa de desocupação por cor ou raça ficou acima da média nacional para pretos e pardos e abaixo para brancos, mostra a pesquisa. Para pessoas brancas, o nível do desemprego foi de 6,8%, enquanto que para pretos e pardos, o patamar foi de 11,3% e 10,1%, respectivamente.

No primeiro trimestre de 2023, 2,2 milhões de pessoas estavam procurando por um emprego durante dois anos ou mais, o que representa uma redução de 35,3%, para esta faixa da população 35,3% frente ao último trimestre de 2022, quando este contingente somava 3,5 milhões de pessoas.

Taxa de informalidade afeta mais estados do Norte e Nordeste

A taxa de informalidade para o Brasil foi de 39,0% da população ocupada. Os Estados com a maior taxa foram Pará (59,6%), Amazonas (57,2%) e Maranhão (56,5%) e as menores taxas foram observadas em Santa Catarina (26,1%), no Distrito Federal (30,3%) e em São Paulo (30,6%). 

Por fim, de acordo com o IBGE, a renda média mensal do trabalhador brasileiro foi de R$ 2.880, ficando estável frente ao quarto trimestre de 2022, quando foi registrado um rendimento de R$ 2.861 na média.

Contudo, a taxa cresceu ante o mesmo trimestre de 2022, na época de R$ 2.682. No trimestre, todas as regiões apresentaram estabilidade, com exceção do Nordeste (R$ 1.979), onde houve aumento. Na comparação anual, houve expansão em todas as regiões.