Procurando emprego em finanças? Veja as áreas que devem bombar

Levantamento considerou a demanda e o cenário macroeconômico

A demanda por profissionais de finanças têm sido crescente nos últimos anos. A entrada de pessoas físicas na bolsa e o surgimento de diferentes plataformas, corretoras e gestoras para atender esse público fez com que muitos trabalhadores buscassem cargos no mercado financeiro. Mas não é só nele que estão as oportunidades.

A consultoria Assetz Expert Recruitment fez um levantamento com base não apenas na demanda que tem recebido das empresas, como também no cenário macroeconômico atual, para chegar à lista das áreas que devem ganhar relevância nos próximos meses. A empresa ainda mapeou que tipo de características esses profissionais devem ter para se sobressair e conseguir cargos nesses segmentos. Veja quais são elas.

Conheça as profissões do mercado financeiro que devem bombar

Área de riscos financeiros

Como o próprio nome diz, essa área é responsável por mapear e tentar mitigar os riscos aos quais aquela companhia está exposta. Alguns exemplos são os riscos cambiais, no caso de uma empresa que importa insumos ou exporta seus produtos, e os riscos relacionados aos preços de seus produtos e matérias-primas.

Segundo a consultoria, a área deve “se expandir fortemente em empresas de commodities, agrícolas e metálicas”.

“Nesse contexto, devem ser demandados profissionais de finanças com boa base em estatística e modelagem financeira, capazes de mensurar e controlar os riscos financeiros aos quais a empresa está exposta. Tal executivo deve ter um perfil mais analítico, boa capacidade crítica, que o permita ter um bom entendimento do mercado e antecipar-se a eventuais problemas. O profissional deve ainda ter uma boa articulação com os principais executivos da empresa, conseguindo apresentar aos seus superiores os riscos e as oscilações que a empresa estará sujeita e quais deve combater”, afirma Felipe Brunieri, sócio-fundador da Assetz.

Área de M&A

A sigla M&A significa, em inglês, “Mergers and Aquisitions”, que em português pode ser traduzido como fusões e aquisições. Trata-se, portanto, das negociações que unem diferentes companhias para criar novos negócios ou aumentar a competitividade de uma empresa por meio da compra de outra. Nessa área, os profissionais são responsáveis por estudar potenciais compras ou fusões e todos os desdobramentos que podem vir por meio desse negócio.

Segundo a consultoria, há expectativas de crescimento dessas áreas nas companhias nacionais, uma vez que, com o real fraco diante do dólar, as empresas brasileiras têm preços atrativos para companhias estrangeiras. Ainda de acordo com a Assetz Expert Recruitment, no país “há oportunidades tanto de empresas que querem se consolidar e crescer de forma inorgânica, via aquisição, quanto empresas que querem vender parte de sua operação por entenderem que não vale a pena pra ela”.

“Um diretor de M&A é um profissional que acompanha da prospecção de potenciais compradores ou vendedores até o fechamento do contrato. Um executivo com grande capacidade de negociação, de gerenciamento e, ainda, com bom jogo de cintura. Isso porque muitas vezes esse profissional se depara com empresas de dono, empresas familiares, onde o relacionamento interpessoal conta muito. Para além disso, esse executivo precisa ser capaz de fazer análise de balanço, de resultados, identificar os passivos integrados para fazer um valuation correto. É preciso ter ainda uma visão estratégica, holística do mercado e de longo prazo, até para identificar quais empresas fazem ou não sentido para o seu portfólio e quais os objetivos com cada aquisição ou venda”, pontua Guilherme Malfi, sócio-fundador da Assetz.

Área de tesouraria estruturada

Essa área é a responsável por estudar o setor em que a empresa está inserida, o mercado, avaliar o perfil daquele negócio, analisar a viabilidade dele e elaborar uma modelagem financeira para que ela funcione de forma financeiramente saudável.

Segundo a consultoria, essa área deve ganhar mais força nas companhias de commodities, infraestrutura e energia, assim como em outras empresas que também tenham ciclos de longo prazo e que normalmente costumam captar dinheiro para a execução de grandes projetos.

De acordo com a Assetz Expert Recruitment, o líder da área é “o responsável por buscar novas fontes de estruturação e financiamento, seja com bancos de investimentos, bancos públicos ou fundos de venture capital, a depender do perfil da companhia”.
“Este executivo precisa ser um bom negociador, confiante e com poder de convencimento e influência, justamente para que possa costurar alianças junto a potenciais credores a fim de conquistar condições mais interessantes para a captação. Precisa ser capaz ainda de construir um modelo financeiro que aponte que aquela dívida trará retorno e benefícios para a companhia”, afirma Brunieri.

Área de FP&A

A sigla FP&A significa, em inglês, Financial Planning and Analysis, que pode ser traduzido por planejamento e análise financeira. Essa área é responsável por levantar dados financeiros importantes daquela companhia para embasar uma tomada de decisão e ajudar a projetar os orçamentos dos projetos, com base nos objetivos que a empresa busca e nas expectativas do mercado.

Segundo a Assetz Expert Recruitment, a área tem se tornado cada vez mais estratégica e atuado como ponto de contato entre a presidência e outros setores da companhia.

“É uma posição que tem estado em voga nos últimos anos e deve seguir cada vez mais estratégica para os negócios, independentemente de sua natureza. O executivo responsável pela área de FP&A, idealmente, deve ser um profissional com visão de negócio e de perfil conciliador, acessível e organizado, e que se disponha ainda a atuar como articulador entre áreas como marketing, vendas e operações – o que exige dele também certa capacidade de influência”, afirma Malfi. “E nesta troca, vale destacar, ele deve tanto se inteirar do dia a dia e dos desafios que enfrentam seus pares, criando condições para suportar financeiramente seus projetos, como também auxiliá-los com métricas que permitam a mensuração de seus respectivos impactos e retornos para a companhia”, diz Brunieri.

Área de Relações com Investidores (RI)

À medida que mais empresas entram no mercado de capitais (seja abrindo seu capital na bolsa de valores ou emitindo títulos de dívidas), a área de relação com investidores vai ganhando cada vez mais relevância. Ela é responsável por ser uma ponte entre a companhia e o mercado, buscando gerenciar adequadamente as expectativas dos investidores e construir a credibilidade daquela empresa.

Na entrevista abaixo, Melissa Angelini, profissional de RI, fala mais sobre esta área:

Segundo a consultoria, o executivo à frente da área, que eventualmente ocupa também a cadeira de diretor finaneiro, é a voz da empresa junto ao mercado. É ele o responsável por enviar informações obrigatórias a B3 e CVM, como também pelo contato com os acionistas, investidores e analistas de investimentos.
“Cabe ao profissional responsável pela área explicar a situação financeira da empresa ao mercado, devendo ser alguém objetivo, confiante, com uma comunicação clara e bem estruturada. É preciso que tenha ainda uma visão holística e generalista da empresa, pois certamente será questionado por analistas por temas diversos, desde como anda o estoque até quais os planos de crescimento da companhia”, afirma Malfi.