Método BEST: conheça a estratégia utilizada por Luiz Barsi para comprar ações

Estratégia reúne cinco setores considerados “à prova de balas”

Na hora de montar uma carteira de ações, muitos fatores devem ser levados em conta, sobretudo para o investidor que está começando. Ao escolher os papéis para o seu portfólio, recomenda-se levar em contar as características do setor da empresa, a solidez da companhia e o contexto econômico e geopolítico. Para facilitar essa seleção, vale entender o método BEST, usado para nortear as escolhas de nomes como Luiz Barsi Filho, o maior investidor individual da bolsa brasileira, com algo em torno de R$ 4 bilhões. Essa estratégia reúne cinco setores considerados “à prova de balas”.

O que é o método BEST?

Luiz Barsi, o maior investidor pessoa física do Brasil, tem como premissa, na hora de escolher as ações para a sua carteira, buscar papéis que paguem bons dividendos. Entretanto, apenas esse critério não é suficiente para decidir se determinado ativo vale a pena ou não.

Outro ponto importante é pensar – e aí entra o método BEST – na perenidade do negócio da empresa. Sendo assim, uma pergunta que o investidor precisa fazer ao analisar determinada ação é:

“Eu viveria sem o serviço ou o produto que esta empresa oferece?”

Se a resposta for não, nesse caso há grandes chances de que a companhia sobreviva ao passar do tempo. Para ajudar a responder o questionamento, é possível aplicar um filtro.

Então, chegamos ao método BEST (ou BESST), que ajuda o investidor a focar em setores considerados perenes, também conhecidos como os “5 à Prova de Balas”.

O acrônimo BEST remete aos setores a seguir:

  • Bancos;
  • Energia;
  • Saneamento;
  • Seguros,
  • Telecomunicações

Estamos falando de cinco setores compostos basicamente por empresas que vendem produtos ou serviços considerados essenciais para a sociedade e para a economia. Em resumo, a demanda por eles será sempre crescente ou ao menos estável em tempos de turbulência.

Além disso, em meio às companhias dos “5 à Prova de Balas”, você vai conseguir encontrar empresas com distribuição de dividendos mais previsíveis e menos voláteis.

Os “5 à Prova de Balas”: os setores do método BEST

Muitos analistas e investidores, como Barsi, entendem que focar nos “5 setores à prova de balas” vai ajudar a escolher boas empresas para compor uma carteira. Estamos falando de áreas reconhecidas pela sua resiliência em tempos de crise, muitas delas atreladas a serviços básicos da sociedade. Vamos a elas:

B de bancos

O setor bancário normalmente é bem resiliente às fases da economia. Dividendos não são garantidos, mas os bancos costumam pagar parte dos lucros mensalmente.

E de elétrico

Fazem parte as empresas de toda a cadeia de energia elétrica, desde a geração, passando pela transmissão e finalizando na distribuição. O setor tem algumas das empresas que mais pagam dividendos. Também é um dos mais perenes, porque o desenvolvimento mundial está relacionado à questão energética.

S de saneamento

Reúne todas as empresas que possuem concessão de água e esgoto, ou seja, as companhias que levam a água até a sua casa e coletam o esgoto para tratamento e lançamento. Assim como as elétricas, possuem grande previsibilidade por possuírem reajustes anuais e contratos longos de concessão.

S de seguridade

Setor financeiro focado na parte de seguros. Não é tão forte no Brasil, mas tem espaço para crescer.

T de telecomunicações

Aqui entra tanto a telefonia celular até a parte de internet comercial e residencial. O setor de telecomunicações é quase um oligopólio no Brasil, porque tem apenas duas companhias fortes: a Vivo (VIVT3) e a Tim (TIMS3).

Método BEST: algumas recomendações para novembro

Confira a seguir algumas opções de investimento para novembro considerando somente o método BEST.

Banco

Ações do Santander Brasil (SANB11) (por BB Investimentos)

“O Santander Brasil entregou números que consideramos positivos no 3T23, com lucro líquido recorrente gerencial de R$ 2,7 bilhões, equivalente a um ROE de 13,1%. O resultado marcou, em nossa leitura, um ponto de inflexão no quesito qualidade de crédito. Isso deve ser um gatilho para melhorias sequenciais, apesar de diversas linhas ainda evidenciarem um momento desafiador.

Porém, apesar de ainda pressionado, o Santander parece estar deixando para trás o momento mais desafiador do ciclo de alta de Selic  no período pós-pandemia.

Ainda que sinais de vitalidade como crescimento de carteira e margem financeira estejam longe, a inflexão nos índices de inadimplência conjugada com o ciclo de afrouxo monetário em andamento deve devolver o apetite por crescimento.

Revisitamos o valuation  refletindo uma melhora das tendências subjacentes e apresentamos nosso novo preço-alvo em R$ 33,80 para o final de 2024. Ademais, elevamos a recomendação de neutra para compra.”

BDRs do Nubank (ROXO34) (por Itaú BBA)

“Hoje, o Nubank conta com uma gama ampla de produtos, que começam no cartão, passando por crédito pessoal, consignado, investimentos, seguros, marketplace, dentre outros.

Então, com uma base de clientes que já supera 85 milhões, o Nubank, conta com uma carteira de mais de R$ 70 bilhões. Grande parte desse volume, atualmente, se divide em cartão de crédito com R$ 58 bilhões e crédito pessoal com R$ 13 bilhões.

O consignado foi lançado no início de 2023 e ainda está ganhando tração, ganhando mais relevância a partir de 2024. O banco deve fechar o ano de 2023 com um lucro superior aos R$ 5 bilhões (ROE de 18%). Este número deve mais do que dobrar no ano que vem.

Esperamos que o Nubank entregue cerca de R$ 11 bilhões de lucro em 2024 (33% de ROE).

Portanto, negociando em torno de 15 vezes o preço em relação ao lucro (P/L), vemos o banco em um patamar atrativo de valuation.”

Energia

Ações da Equatorial (EQTL3) (por Banco Safra)

“Incluímos Equatorial no portfólio entre nossas ações recomendadas. A companhia passou por vários processos tarifários em 2023 que devem refletir em um melhor fluxo de caixa nos próximos anos.

Adicionalmente, acreditamos que a companhia continuará buscando oportunidades no segmento de distribuição de energia e de saneamento básico, e pode entregar um crescimento médio anual de Ebitda interessante nos próximos anos.

Suas ações oferecem um bom ponto de entrada ao negociarem com uma TIR (Taxa Interna de Retorno) real de 9,6%.”

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