Prefixado, pós-fixado ou híbrido: conheça os tipos de CDB e saiba qual tem mais a ver com o seu perfil

Entenda também por que o prazo de investimento é tão importante ao escolher essa categoria de título

Pensando em diversificar seus investimentos dentro da renda fixa? Uma possibilidade é aplicar o seu dinheiro em diferentes tipos de CDB. Mas em qual, em meio a tantas opções no mercado? A seguir, conheça quais são os três principais tipos de CDB para ajudá-lo a decidir qual têm mais a ver com o seu perfil.

Quais são os tipos de CDB: entenda os rendimentos

CDB é sigla para Certificado de Depósito Bancário, um título emitido pelos bancos em busca de recursos para financiar suas atividades. Em contrapartida, o valor investido no CDB é devolvido com juros. Ou seja, você empresta dinheiro para a instituição financeira em troca de um rendimento definido no momento da compra.

Os tipos de CDB se diferenciam em relação ao rendimento, ou seja, ao tipo de remuneração a que está atrelado. Os três principais CDBs são os seguintes: 

1. CDB prefixado

Ao investir nesse tipo de CDB, consegue-se saber exatamente qual será a remuneração que retornará no momento de vencimento, ou seja, do resgate do dinheiro. Isso é possível porque a instituição financeira já informa a taxa de juros previamente.

Exemplo: CDB Prefixado 13%

O CDB Prefixado tem taxa predefinida de 13%, ou seja, no momento do resgate do dinheiro, o investidor terá exatamente esse retorno bruto de juros.

2. CDB pós-fixado  

Esse é o tipo de CDB mais comum. Na aplicação do CDB pós-fixado, não é possível saber exatamente quanto de retorno o investidor terá ao comprar o papel.  

Isso porque o rendimento está atrelado a um indexador da economia – geralmente um CDI (Certificado de Depósito Interbancário), também chamado de taxa DI (confira abaixo como funciona o rendimento atrelado a essa taxa).   

A taxa DI oscila com os movimentos do mercado financeiro. Sendo assim, a previsão de rendimentos ocorre no momento do resgate do dinheiro.

Exemplo 1: CDB 100%

Quando falamos em um CDB 100%, estamos nos referindo a um CDB que paga 100% do CDI – ou seja, com a taxa Selic a 12,25%, hoje pagaria cerca de 12,15% ao ano. Vale lembrar que um CDB 100% (ou próximo a essa porcentagem) costuma apresentar liquidez diária.

Exemplo 2: CDB 120% do CDI

Em se tratando de um CDB 120%, não se espera liquidez diária. Para essa opção, com um rendimento melhor, os bancos normalmente obrigam o investidor a manter o valor aplicado por, no mínimo, três anos.

3. CDB híbrido (atrelado à inflação) 

A rentabilidade desse tipo de CDB é composta tanto por um percentual fixo quanto por um percentual variável, que geralmente é o IPCA, a taxa que mede a inflação do nosso país. 

Exemplo: CDB IPCA + 7%

Um CDB IPCA+ tem em sua inscrição uma remuneração fixa em juros acrescida do IPCA. Por isso o símbolo de “+” na sua nomenclatura. Por exemplo, um papel com a denominação de CDB IPCA + 7% indica que a remuneração prefixada do papel é de 7% e a pós-fixada é o próprio IPCA.

Esse tipo de produto é recomendado para prazos mais longos, tendo em vista que o seu objetivo consiste em proteger o dinheiro do impacto causado pela inflação, a fim de manter o poder de compra no futuro.

CDB x CDI

Uma das principais taxas de rendimento dos CDBs (pós-fixado) é o CDI. Muitas vezes ele é confundido e utilizado como sinônimo do título, mas estamos falando de coisas distintas.

A taxa do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é a praticada nos empréstimos entre os bancos e acompanha de perto a Selic, a taxa básica de juros da economia.

Essa taxa segue de perto a taxa básica de juros da economia (Selic) e é uma das mais relevantes da economia, não só para os investimentos, mas também para entender o cenário macroeconômico do país. Hoje, a taxa DI, que também representa os 100% do CDI, rende 12,15% ao ano – a diferença para a Selic gira em torno de 0,10 pontos percentuais.

Entenda como calcular quanto rende 90%, 100% ou 110% do CDI.

Por que o prazo de investimento é importante ao escolher um CDB?

Os três tipos de CDB também têm diferentes prazos de vencimento. Há os títulos que permitem a retirada diária e os títulos com longos prazos para aplicação.

Em geral, os investimentos de longo prazo oferecem taxas melhores para o investidor. Nesse caso, é preciso ficar atento com a contrapartida, que significa deixar o dinheiro aplicado por mais tempo.

Outro fator que faz as taxas serem maiores é o perfil da instituição que emite o CDB. Instituições financeiras menores ou com maior risco de crédito geralmente precisam oferecer taxas maiores para conseguirem obter financiamento. Em resumo, estamos falando de maior risco para o investidor.

Apesar desse risco, o dinheiro aplicado nesse produto é garantido pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que assegura até R$ 250 mil por CPF por instituição financeira. Por fim, é importante mencionar sobre os CDBs que há incidência de Imposto de Renda (confira abaixo).

Quanto você vai pagar de Imposto de Renda?

Os CDBs seguem a tributação regressiva para o IR, a mesma que incide, por exemplo, sobre o Tesouro Direto. Por essa regra, aplicações de até 180 dias sofrem uma tributação de 22,5% sobre o rendimento. Essa taxa vai caindo conforme o prazo de aplicação se estende. Confira abaixo.

PeríodoTaxa de IR
Até 180 dias22,5%
Entre 181 e 360 dias20,0%
Entrre 361 e 720 dias17,5%
Acima de 720 dias15,0%

Cobrança de IOF

Por fim, na hora de investir em CDB, temos que ter em mente que aplicações de até 30 dias também estão sujeitas à cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Retirando os recursos com um dia de investimento, por exemplo, a tributação será de 96% sobre o rendimento. Conforme os dias passam, a alíquota vai caindo, até ficar isenta após o 30º dia.