LCI ou LCA: qual dos dois rende mais? 

Fizemos as contas para você visualizar as diferenças entre os títulos, a rentabilidade em 12 meses e o que considerar antes de investir. Você vai se surpreender com o resultado

Quem quer investir no setor imobiliário ou no agronegócio sem se expor a tantos riscos pode começar por dois ativos bem populares: LCI ou LCA. A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) são investimentos de renda fixa com características semelhantes. Por isso, trouxemos um comparativo para você entender como funciona cada um e qual dos dois rende mais.

O que é LCA? 

LCA é um título de renda fixa emitido por uma instituição financeira para financiar projetos do agronegócio. Esse dinheiro pode ser usado para ajudar produtores rurais na compra de equipamentos, matéria-prima ou outros itens. Na prática, quem investe em uma LCA empresta dinheiro em troca de juros. Os títulos podem ser pós, prefixados ou híbridos.

O que é LCI? 

Enquanto na LCA o dinheiro investido vai para o financiamento de projetos do agronegócio, na LCI o recurso vai para o setor imobiliário. As Letras de Crédito Imobiliário também são títulos de renda fixa e o investidor empresta dinheiro em troca de juros. Assim como nas LCAs, também existem opções pós, prefixadas e híbridas.

Quais são as principais diferenças? 

A principal diferença entre a LCA e LCI é o setor de destino do dinheiro. Enquanto na LCA o investidor empresta dinheiro para empreendimentos do setor agropecuário, na LCI o dinheiro vai para algum projeto do setor imobiliário.

“Por serem setores em que há interesse do governo de incentivar o crescimento, ambos são investimento isentos de IR. Já em relação ao IOF, que incide no caso de liquidação até 30 dias, a LCI não é isenta, enquanto a LCA é isenta”, explica Lais Costa, analista da Empiricus Research. 

LCI ou LCA: qual dos dois rende mais? 

O mercado oferece diversas opções de LCIs e LCAs – com diferentes rendimentos, emissores e prazos. Por isso, e por terem características semelhantes, não há uma vencedora quando o assunto é rentabilidade.   

Hoje é possível encontrar LCIs e LCAs com vencimento de 3 meses a 5 anos. As rentabilidades variam entre 88% do CDI e 93% do CDI. Por isso, simulando um título que pague 93% do CDI, considerando o valor atual do CDI de 13,15% ao ano em um investimento de R$ 1.000, depois de 12 meses você teria R$ 1.122,29. Logo abaixo vamos explicar mais detalhadamente por que ambos títulos rendem a mesma coisa.

Ao contrário de um CDB, os rendimentos das LCIs e LCAs não costumam chegar a 100% do CDI. A diferença, no entanto, está na tributação: as Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio são isentas de Imposto de Renda, enquanto os CDBs não são. 

LCI ou LCA: qual a melhor opção? 

Na visão de Santiago Schmitt, especialista de renda fixa da Manchester Investimentos, por terem propostas bem parecidas, do ponto de vista do investidor, não há diferenças significativas que tornem um título melhor que o outro.

Além disso, é importante destacar que tanto as LCIs quanto as LCAs contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até o limite de R$ 250 mil por CPF e instituição financeira. 

“A escolha entre os dois deve passar por considerações financeiras e pessoais. Isso inclui avaliar a taxa de rendimento, o prazo de vencimento e liquidez de investimento, bem como o montante inicial que planeja aplicar”, ressalta. 

Já Laís Costa, da Empiricus, afirma que, se o emissor for o mesmo, a diferença é mínima. “O investidor que já é muito exposto ao setor imobiliário, tende a investir na LCA e, caso seja muito exposto ao setor agro, deve procurar diversificação setorial comprando uma LCI”, explica. 

O que considerar antes de investir? 

Por serem títulos emitidos por instituições financeiras, o ideal é analisar com calma o emissor dos ativos. “Nesse contexto, é recomendável verificar os últimos resultados financeiros, indicadores econômicos e notícias relacionadas ao emissor”, ressalta Santiago.

O especialista destaca dois indicadores mais comuns: relação de capital regulatório (Índice de Basileia) e capacidade de cobertura de obrigações (Índice de Imobilização). 

Também é importante analisar perspectivas macroeconômicas para determinar qual melhor indexador – pós, prefixado ou indexado à inflação, por exemplo. “Por fim, analisar se a taxa oferecida tem uma boa relação de risco e retorno para o investidor. É importante fazer uma avaliação da taxa individualmente, dado o risco de crédito do emissor, mas também comparativamente aos demais emissores do mercado com risco semelhante”, ressalta Lais.