Ações da B3 renderam bem no longo prazo. Mas agora é hora de comprar B3SA3?

Analistas fazem cálculos e avaliam momento dos papéis e te mostram se vale a pena ou não investir

As ações da B3 (B3SA3) deram um show de desempenho… em 10 anos. Sim, em uma década os papéis renderam mais de 500%. No último ano, porém, a rentabilidade não passou de 10%. Mas e daqui para frente? Será que este é um bom momento para apostar em B3SA3? Aliás, a Inteligência Financeira acompanha os papéis da B3 de perto, basta acessar nossa página da B3 (B3SA3). E, abaixo, você acompanha as análises sobre as ações.

Quanto redem as ações da B3 atualmente?

De acordo com Guilherme Tiglia, sócio e analista de Ações da Nord Research, o desempenho das ações da B3 (B3SA3), incluindo os proventos, foi de +9,7%. Neste cálculo ele considera os últimos 12 meses, mais precisamente, de 24/01/2023 a 24/01/2024.  

Quanto rendem R$ 100 mil em B3SA3?

Vamos aos cálculos de Guilherme. “Considerando que cada ação era negociada a R$ 12,84 há um ano e que o desembolso fosse de R$ 100 mil, o investidor teria adquirido um total de 7.788 ações”, diz ele.

Um ano depois, mantendo o número de ações e considerando a cotação de fechamento (R$ 13,63), os R$ 100 mil viraram R$ 106.150.

“Assim, o ganho de capital foi de +6,15% (não incluindo proventos)”, diz ele.

E quanto as ações da B3 pagaram de dividendos? “Considerando o DPA (Dividendo Por Ação) no mesmo período, de R$ 0,418, o investidor recebeu R$ 3.255,4”, calcula.

Quanto renderam as ações da B3 em 10 anos?

Agora vamos pensar num prazo maior, de 10 anos. Quanto renderam as ações da B3 nesse período?

“Considerando o fechamento de (24/01/2024), o desempenho das ações da B3 (B3SA3), incluindo os proventos, foi de 504,5% em 10 anos”, calcula Guilherme.

Uau, isso é mesmo muita coisa! Mas não custa lembrar que rendimento passado não é garantia de rendimento futuro, certo?

Quanto renderam R$ 100 mil aplicados em B3SA3 em 10 anos?

Agora, para entender na prática, o que significa um desempenho desse tamanho, Guilherme calcula quanto ganhou quem investiu R$ 100 mil em B3SA3 há 10 anos.

Considerando que cada ação era negociada a R$ 3,23 há 10 anos, quem investiu R$ 100 mil em B3SA3 comprou, na época, 30.959 ações.

“Dez anos depois, mantendo o mesmo número de ações e considerando a cotação de fechamento (R$ 13,63), esse investimento virou R$ 421.981”, calcula.

Ou seja, esse investidor teve retorno de 422%. “Nesse resultado, incluí todos os eventos, exceto dividendo e JCP”, diz ele.

Agora é hora de comprar, vender ou manter B3SA3 em carteira?

Para alguns analistas, as perspectivas não são muito claras para ações da B3. Assim, para Guilherme, apesar de a B3 apresentar boas perspectivas, com um cenário mais favorável para a renda variável, é preciso atentar para eventuais riscos de concorrência. Afinal, hoje, a empresa opera como um monopólio.

“Negociando a 18 vezes lucros e 11 vezes EBITDA, entendemos que existem alternativas para quem busca renda passiva com melhores patamares de preço”, diz ele. Ou seja, ele não diz, mas podemos entender que a recomendação não seja favorável, certo?

Além de Guilherme, Gabriel Meira especialista e sócio da Valor Investimentos, segue o mesmo tom. Ele também alerta para o fato de a B3 hoje operar como monopólio. “A gente não vê nada que contribua para uma visão positiva da ação para o ano de 2024”, diz ele.

Sua recomendação, então, qual é? “Neutra”, afirma. Gabriel destaca ainda que o preço-alvo da ação é R$ 16 e ela está agora cotada a R$ 13,20. Ou seja, não tem aí muito espaço.

Além disso, ele observa que o mercado não está muito otimista. “Talvez se o cenário macro ficar mais favorável, com novos cortes de juros, tenhamos um fluxo maior para operar renda variável”, diz ele.

Por enquanto, porém, não há recomendação para compra. “A visão geral é mesmo neutra”, afirma.

Sai B3, entra Banco do Brasil

Recentemente, a Carteira Dividendos, do Itaú Unibanco, passou por ajustes. Assim, os gestores trocaram os papéis da B3 pelos do Banco do Brasil. “Na nossa visão, o BB deve mostrar resultados de curto prazo mais robustos do que os da B3, ao mesmo tempo em que o nível de dividendos pagos também deve ser consideravelmente superior”, informa o documento.

Entre os motivos estão a estagnação do volume médio diário negociado pela bolsa de valores e as despesas persistentes, que devem comprometer os lucros da companhia. Além disso, o dividend yield projetado pelo banco para a empresa é de 6%.

Já o Banco do Brasil, informa o relatório, tem dividend yield projetado de 12% e um valuation ainda descontado, negociando abaixo de seu valor patrimonial.