Quanto rendem R$ 50 milhões em CDB? Veja o retorno em títulos de 90% a 120% do CDI

CDB é uma das modalidades mais populares de renda fixa, mas é preciso saber que há diferentes critérios e taxas de rentabilidade

O CDB representa uma variedade de opções, com diferentes percentuais e critérios de rentabilidade. Portanto, é importante que grandes investidores entendam como essas variações impactam o rendimento. Para te ajudar nessa tarefa, calculamos quanto rende o CDB para diferentes percentuais do CDI e também nas modalidades prefixada e híbrida.

Carlos Castro, que é planejador financeiro CFP pela Planejar, foi o responsável pelos cálculos. O especialista considerou projeções do boletim Focus para a taxa Selic e taxas de rentabilidade praticadas atualmente nos títulos prefixados e atrelados à inflação.

Fizemos a simulação de um investimento de R$ 50 milhões. De acordo com a projeção, é possível ter um retorno de até R$ 1,1 milhão a mais em 12 meses a depender da rentabilidade. No entanto, é preciso ponderar que maiores taxas de retorno, em geral, representam também um maior risco do emissor ou um prazo mais longo de investimento.

Quanto rende o CDB?

Antes de apresentarmos a conta do retorno dos R$ 50 milhões investidos em CDB, vale a pena dar um passo atrás e entender como funciona a rentabilidade do produto. O CDB, sigla para certificado de depósito bancário, é um produto de renda fixa. Ou seja, quando o investidor conhece qual as condições de prazo e retorno do investimento são pactuadas no momento da aplicação.

O CDB tem três tipos de rentabilidades:

  • Prefixada: Investidor conhece a taxa exata de rentabilidade anual no momento do investimento.
  • Pós-fixada: A rentabilidade do título segue um percentual do CDI, taxa dos depósitos interbancários que acompanha de perto a Selic.
  • Híbrida: O retorno do título é calculado a partir de uma soma de um percentual prefixado com a inflação medida pelo IPCA.

Quanto rendem R$ 50 milhões no CDB?

O planejador financeiro Carlos Castro fez a simulação utilizando cinco opções de títulos correspondentes às existentes no mercado. Três delas são pós-fixadas, com percentuais diferentes do CDI, uma prefixada e uma híbrida.

Contudo, é importante saber que o rendimento em CDB está sujeito à cobrança de Imposto de Renda de acordo com a tabela regressiva.

A cobrança começa em 22,5% para aplicações de até 180 dias e chega a 15% após 720 dias. No caso do investimento simulado abaixo, o desconto aplicado sobre o rendimento é de 17,5%, que é o percentual válido para o prazo entre 361 e 720 dias.

TítuloRentabilidade bruta estimada (12 meses)Rentabilidade líquida estimada (12 meses)Rendimento líquido mensalValor final após 12 meses
CDB 90% CDI8,29%6,84%R$ 285.127,73R$ 53.421.532,81
CDB 100% CDI9,22%7,60%R$ 316.808,59R$ 53.801.703.12
CDB 120% CDI11,06%9,12%R$ 380.170,31R$ 54.4562.279,45
CDB IPCA + 5,50%9,43%7,78%R$ 324.106,62R$ 53.889.279,45
CDB Prefixado10,50%8,66%R$ 360.937,50R$ 54.331.250,00
Fonte: Carlos Castro, planejador financeiro CFP pela Planejar

Como escolher um título para investir

Para fazer uma boa escolha de um CDB, o investidor precisará levar em conta que há três fatores principais, como explicou João Ferreira, especialista de renda fixa da One Investimentos, em entrevista recente à Inteligência Financeira.

“No mundo dos investimentos, temos três fatores importantes: rentabilidade, risco e liquidez . Para ter dois bons, fatalmente você vai precisar perder um pouco no terceiro, e o investidor vai fazer a opção do que é mais importante para ele”, explicou o especialista.

Portanto, como dissemos, por vezes títulos que paguem rendimentos maiores podem ter maiores riscos ou “prenderem” o dinheiro do investidor por mais tempo. Da mesma maneira, uma rentabilidade um pouco menor pode permitir uma maior liquidez, e assim por diante.

Importante observar que os investimentos em CDBs contam com o seguro do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até os limites de R$ 250 mil por CPF por instituição e de R$ 1 milhão por pessoa a cada quatro anos. Portanto, de acordo com Carlos Castro, da Planejar, grandes investidores devem ter ainda mais cuidado com a diversificação de emissores, uma vez que suas aplicações ultrapassam esse teto.