Quanto investir para acumular R$ 100 mil até o final deste ano?

Planejamento financeiro pode te ajudar a chegar ao objetivo e tirar um projeto do papel

Sonha com um período sabático? Um curso no exterior? Talvez em dar uma entrada na compra de um imóvel? Ou simplesmente começar a formar o patrimônio que será destinado à aposentadoria?

Sim, com planejamento e disciplina. Mas onde investir para ter R$ 100 mil até dezembro? De uma forma geral, a recomendação é diversificar, mas sempre de olho em investimentos de curto prazo – no caso, 12 meses.

Afinal, onde investir para ter R$ 100 mil em dezembro? Ivan Eugênio, analista da MW, lembra que o valor vai depender da rentabilidade. O especialista sugere três cenários:

  1. Em uma rentabilidade de 1% ao mês, que não é o previsto para a renda fixa em 2024, os aportes precisariam ser de R$ 7.884,88.
  2. Com uma rentabilidade de 0,74% (bruta), que seria mais factível, os aportes teriam de ser de R$ 8 mil.

“Tudo se resume a uma fórmula simples. Então, o valor futuro é igual ao valor presente multiplicado por um mais a taxa, elevado ao tempo. Portanto, quanto maior o período que o valor permanece investido, maior será o resultado”, ensina Eugênio.

Opções para investir na renda fixa

Carol Stange, planejadora financeira, explica que, atualmente, o Tesouro Selic apresenta a remuneração bruta de 11,75%, mas não se deve perder de vista que tudo aponta para que a taxa Selic sofra mais algumas reduções ao longo do próximo ano. A especialista fez a seguinte simulação:

ObjetivoR$ 100.00,00
Prazo12 meses (1 ano)
Taxa média de mercado11,75% ao ano*
ParcelaR$ 7.815,64
NÃO CONSIDERA A TRIBUTAÇÃO E O EFEITO DA INFLAÇÃO

Especialista em finanças e investimentos da Me Poupe!, Jefferson Silveira detalha que, atualmente, é possível encontrar alguns CDBs prefixados com prazo de 1 ano e rentabilidade de até 11,60% ao ano. Tudo isso pensando em onde investir para ter R$ 100 mil.

No entanto, ressalta Silveira, é importante observar que essas taxas não estão sempre disponíveis, e ao longo das aplicações mensais, o investidor pode se deparar com taxas diferentes. Confira a simulação feita pelo especialista:

Objetivo R$ 100.00,00
Prazo12 meses (1 ano)
Taxa prefixada11,60% ao ano (CDB) e 9,85% ao ano (LCA)
ParcelaR$ 7.950 (CDB) e R$ 7.915 (LCA)

Para atingir um montante líquido de R$ 100 mil até o fim do ano, o investidor precisaria aplicar mensalmente aproximadamente R$ 7.950 no CDB de 11,60% ao ano.

Já optando por uma LCA de 9,85%, cujos rendimentos são isentos de imposto de renda para pessoas físicas, seria necessário investir cerca de R$ 7.915 por mês para atingir os mesmos R$ 100 mil.

Carteira diversificada

Diversificar a carteira, salienta a planejadora financeira, é uma estratégia recomendada para reduzir riscos. Em uma carteira para longo prazo, diz Carol, pode-se considerar títulos de pós fixados, prefixados, ações, fundos imobiliários e títulos públicos atrelados à inflação.

“A proporção dependerá do perfil de investidor do investidor e da sua tolerância ao risco”, diz a especialista em finanças.

Assim como avalia Carol, o especialista em finanças e investimentos da Me Poupe! destaca que aqueles que buscam acumular R$ 100 mil até dezembro podem ver vantagens na diversificação da carteira de investimentos. Mas deve priorizar ativos livres de impostos, como LCI e LCA.

Thiago Martello, educador financeiro, lembra que a diversificação de carteira serve como uma estratégia de proteção, mas também tem o papel de melhorar os resultados buscados pelo investidor.

“Ao diversificar, a ideia é que a média dos ativos faça com que a rentabilidade seja maior do que se os investimentos tivessem sido feitos em um ativo só. Colocar só um pedacinho da carteira em ativos com um pouco só de ‘pimenta’, com um risco um pouco maior. Esse pedaço já ajuda a fazer com que a média da carteira seja um pouco maior”, diz.

Para quem puder alongar o prazo para alcançar o objetivo de R$ 100 mil ou não puder investir uma parcela tão elevada por mês, Martello faz um comparativo entre um prazo de um ano e um prazo de 10 anos. Veja a diferença:

Cenário 1Cenário 2
ObjetivoR$ 100.000R$ 100.000
Prazo12 meses (1 ano)120 meses (10 anos)
Taxa média de mercado0,95% ao mês (taxa factível da renda fixa atual)0,80% ao mês (taxa factível da renda fixa projetada)
ParcelaR$ 7.906,83R$ 450,24

Imposto pode pesar

Por conta das variações nas taxas, Silveira lembra que é crucial estar atento e buscar as melhores rentabilidades no momento de investir. Além disso, segundo o especialista, é possível encontrar investimentos isentos de impostos, como LCI e LCA, nos quais, mesmo com uma taxa menor, o investidor pode obter um retorno maior em comparação ao CDB, cujos rendimentos são tributáveis.

Outra dica de Silveira é que o investidor compare os ativos com incidência de imposto versus os isentos para determinar a melhor opção. Por exemplo, um CDB prefixado de 11,60% ao ano equivale a uma LCI/LCA prefixada de 9,57% ao ano.

Poupança exige aporte maior

Um investidor quer chegar à meta de R$ 100 mil, mas aplicando apenas na poupança, terá de fazer depósitos mensais maiores, alerta Silveira.

Segundo a simulação do especialista, seria preciso aportar uma quantia mensal de aproximadamente R$ 8.050 para atingir o objetivo de R$ 100 mil em 12 meses.

Cuidado com a volatilidade

Para uma carteira para curto prazo – no caso, de acúmulo de patrimônio ao longo de 12 meses –, é importante deixar de lado as ações e os fundos imobiliários, por mais atraentes que possam parecer quando se pensa em oportunidades de rentabilidade, sugere Carol.

Isso porque as ações e os FIIs são geralmente mais voláteis no curto prazo. O valor desses ativos pode ser influenciado por fatores imprevisíveis, como eventos econômicos, políticos e até mesmo notícias do dia a dia.

“Para metas de curto prazo, como acumular R$ 100 mil em 12 meses, a volatilidade desses investimentos pode representar um risco maior. Se houver uma queda significativa no mercado próximo ao prazo desejado, pode ser difícil recuperar perdas”, completa a planejadora.

A planejadora financeira acrescenta ainda que investimentos de curto prazo geralmente se beneficiam de ativos mais estáveis, como títulos de renda fixa, que oferecem maior previsibilidade de retorno.