Onde investir por apenas 3 meses?

Especialistas indicam aplicações que podem ser interessantes para fazer seu dinheiro render em 3 meses

Já te mostramos onde investir por 1 mês e por 2 meses. Mas pode acontecer de você ter um dinheiro para aplicar e não saiba onde investir por menos de 90 dias, ou 3 meses. Talvez porque você tenha vendido algum bem e esteja se preparando para comprar outro, por exemplo.

Nesta matéria, Marlon Glaciano, planejador financeiro e especialista em finanças, e Paulo Martini, diretor da mesa de operações do Andbank Brasil, apontam as melhores alternativas para fazer seu dinheiro render por menos de três meses. Vamos lá?

Rentabilidade ou previsibilidade?

De acordo com Paulo Martini, do Andbank, falar de investimentos que precisam ser resgatados no curto prazo sempre traz uma reflexão. “Será que nesses casos o mais importante é buscar rentabilidade ou previsibilidade?”, questiona.

Na sua opinião, para aplicações por menos de 90 dias, o melhor é sermos conservadores, independentemente do nosso perfil de investidor. “Quando olhamos para investimentos em janelas muito curtas, existem ruídos políticos, de mercado, fatores técnicos, entre outros, que podem trazer volatilidade aos preços”, diz ele.

Onde investir por menos de 90 dias?

De acordo com Martini, os ativos pós-fixados, ou seja, que não tenham a rentabilidade definida no momento da aplicação, mas um percentual atrelado a algum indexador, como o CDI, costumam ser as melhores alternativas.

“Como estamos avaliando opções para investir por menos de 90 dias, entendemos que um CDB com liquidez diária, LFTs (títulos públicos que acompanham a Selic, também conhecidos com Tesouro Selic) e fundos de renda fixa Simples ou fundos DI com liquidez diária sejam boas opções”, afirma. Para esse perfil, Glaciano faz as mesmas sugestões.

Quanto rendem os investimentos de curto prazo?

Aí é que está a questão. Quando somos conservadores nas aplicações, a tendência é que os rendimentos fiquem muito próximos ao CDI do período. “Hoje, com a Selic em 10,75% ao ano, poderíamos esperar um retorno mensal de 0,85% bruto de impostos para um ativo que tenha rendimento de 100% do CDI”, detalha Marini.

E ele mesmo diz que pode não parecer o rendimento “dos sonhos” para os investidores brasileiros, mas é preciso levar em conta que o objetivo é ter previsibilidade em relação ao resultado do investimento e conforto em relação à liquidez, ou seja, a possibilidade de fazer o resgate quando precisarmos dos recursos.

E quem quiser mais rendimento o que pode fazer?

“Para os investidores que busquem um pouco mais de rendimento (e risco), os fundos de renda fixa pós-fixados que possuam exposição a ativos de crédito privado podem ser boas opções”, diz Martini.

Martini traz ainda a alternativa de buscar CDBs com prazo fechado de 90 dias, ou seja, sem condição de resgate até o vencimento.

“Também poderíamos buscar CDBs de bancos menores, mas nestes casos é preciso sempre ficar atento e respeitar o limite do FGC (Fundo Garantidor de Créditos, que protege os investidores com aplicações financeiras até R$ 250 mil em caso de problemas nas instituições financeiras”, alerta.

Quais são os custos envolvidos?

Os ativos citados por Martini têm Imposto de Renda sobre os seus rendimentos (22,5% para prazos até 180 dias) e IOF (alíquota regressiva para resgates com prazo inferior a 30 dias).

E quem quiser ser menos conservador nos investimentos?

Para quem tem perfil de investidor moderado e quiser se arriscar mais, Glaciano tem algumas sugestões. “No perfil moderado, temos uma maior tolerância ao risco. Desta forma, será possível substituir fundos de renda fixa por fundos multimercados, ETFs e Fundos Imobiliários”, diz ele.

“Obviamente que, se o foco é ter uma liquidez de até 90 dias, não será possível se expor muito ao risco porque não teremos a possibilidade de aguardar uma curva de ajuste no caso de uma significativa perda”, alerta.

Nesse cenário, o especialista afirma que a ideia é buscar rentabilidade acima de CDI, com alvo médio de 1 a 2% ao mês.

Existem opções arrojadas para investir por menos de 90 dias?

Para o investidor arrojado que realmente faz questão de assumir riscos, Glaciano faz as mesmas sugestões feitas para o perfil moderado.

Além delas, ele inclui ações e investimentos alternativos, como criptoativos. “Considero aqui que este perfil tolera mais riscos e perdas porque sua camada de proteção é bem mais robusta”, afirma.

Onde investir por menos de 90 dias, sem IR?

Quem quer escapar do Imposto de Renda pode buscar alternativas isentas, como as LCAs e LCIs, conforme explica Martini. “É preciso saber que os prazos mínimos de investimento para estes ativos foram alterados recentemente e não podem mais ser de 90 dias”, alerta Martini.

A solução? “Existem opções no mercado secundário, que são ativos já emitidos e que são negociados, com prazos de vencimentos inferior a 90 dias”, diz ele.

“Nesses casos, porém, existe uma dificuldade em ‘casar’ o prazo que buscamos com os ativos disponíveis para compra”, afirma. Vale a pena ficar atento.